30 dezembro, 2008
significados.
Foi um ano 3 em 1: alegrias, nunca fui tanto à praia,
nunca fui tanto ao cinema. Nunca fui tão elogiada, nunca
eu me senti tão linda.
Perdi dois empregos, quase um carro e quase a vida.
Hoje tenho um apartamento pra cuidar, roupas a doar e um
vaso de flores a manter.
Quero um 2009 apenas linear.
Eu sempre adorei emoçôes fortes, vocês sabem.
Hoje, desejo apenas sossego, prosperidade e amor.
Apenas tudo de bom.
Não deve ser pedir demais.
Segue, então, minha retrospectiva, porque eu adoro pensar
nisso.
Só com o melhor de 2008, porque o pior eu faço questão
de esquecer.
.........
O tema do ano: Reencontros. [lindos, improváveis,
adoráveis e inesquecíveis.] Quero lembrar pra sempre.
Todos.
Música do ano: Up Where We Belong - by Joe Cocker
[que continua sendo a voz mais sexy do planeta.]
Hobbie do ano: Voltei a cozinhar, mesmo sem ter me dado ao
trabalho de comprar um fogão ou um microondas. :]
Filme do ano: PS: I Love You. [a história que me desabou.
Coisa mais linda.]
Restaurante mais querido: Cacilda.[rua Tito, quase ao lado
do Teatro - Vila Romana]. Não me lembro de ter conhecido
um lugar com charme maior.
Bandejão mais fofo e honesto do mundo: Sesc Fábrica
Pompéia. [Rua Clélia, quase X Av. Pompéia - R$ 6,50]
Refúgio rotineiro: As sobremesas reconfortantes do
Mercattore e o modo encantador como sempre me atenderam por
lá. [Vespasiano X Tito - Vila Romana].
Refúgio necessário: Praia, Paúba, ever.
Refúgio pragmático: Market Place, ever. Eu amo muito.
Grande descoberta: O Aprendiz, um restaurante surpreendente
- Vila Madalena. [suspiros :]
Correio Elegante: Bilhete manuscrito e perfumado. Obtive
resposta. :]
Vinho: Encuentro - Malbec 2007 [Mendoza].
Perfume da sorte: Paco Rabanne [o nome? Eu não digo,
nunquinha :]
Vício da vez: Negresco, versão biscoito, versão
sorvete. I love it ;]
Prato da vez: Guacamole de fabricação caseira,
preparado por mim, com nachos by Elma Chips.
Surpresa da vez: miniaturas de quindim.
Ousadia improvável: cabelos curtos como nunca d´antes;
mechas louras, muito louras, como as da infância. Amei-me.
Limite é bom e eu gosto: Não pise nas [minhas] flores,
eu sempre disse.
Prova de fogo: Permanecer firme, não-fumante e com o
coração em chamas.
Exemplo de superação: Descobrir que a Lapa/Vila Romana
tem seus muitos encantos.
Futuro hobie: Jardinagem.
Ganhei da Rê um vaso meigo de crisântemos
cor-de-rosa-quase-choque. Coisa mais linda. É uma
espécie de laboratório. Se as flores sobreviverem a mim
(uhahahhahaha), por um mês, estarei capacitada a cultivar
a floreira gigante da minha janela, na sala de estar.
Tornei-me uma criatura mais sensível, após o acidente,
eu notei. : )
Figuraça do ano: Rosângela, a minha designer de
sobrancelha - Rua Clélia, 1.485. Recomendo fortemente. Vai
lá. Se quiser o telefone, me escreva.
O diálogo do ano:
- A mina quer um filho meu.
- Liga pro seu advogado e manda redigir contrato. Melhor
coisa.
- Mas a mina é louca.
- Então abrevia seu sofrimento e diz que você teve
caxumba aos 30. Sabe, né?
- Boa!
(por vezes, meu pragmatismo me espanta. : )
Frase recorrente:
Eu acredito em combustão espontânea.
Sintonia perfeita, naquelas nossas horas vagas:
- Bohemia ou Bohemia?
- Bohemia. : )
O encontro do ano: um olhar profundo e um abraço apertado,
sem entendermos ao certo qual era a função da nossa
enorme saudade.
Dias mais felizes do ano: 21/07; 27/09; 12/10; 08/12.
18/12. É.
Eu vou morrer de saudades.
A pergunta do ano: Eu feri alguém?
Up Where We Belong
Joe Cocker & Jennifer Warnes
Who knows what tomorrow brings
In a world, few hearts survive
All I know is the way I feel
When it's real, I keep it alive
The road is long,
there are mountains in our way
But we climb a step every day
CHORUS:
Love lift us up where we belong
Where the eagles cry on a mountain high
Love lift us up where we belong
Far from the world we know,
up where the clear winds blow
Some hang on to "used to be"
Live their lives, looking behind
All we have is here and now
All our life, out there to find
The road is long,
there are mountains in our way,
But we climb them a step every day
CHORUS
Time goes by
No time to cry
Life's you and I
Alive, today
23 dezembro, 2008
Cinderela.
E, ainda lembro, eu quase fui feliz.
Yo non creo en princepes, pero que los hay, los hay. : )
Ontem, fui completamente Cinderela.
Sozinha em casa, lavei, passei e cozinhei o dia inteirinho,
inteirinho.
Hunf. Pero que los hay, los hay.
Momento CSI.
Chega uma hora na vida em que não dá mais para evitar
certos enfrentamentos.
Daí eu tive que encarar de frente meu casaco de moleton
branco e meu jeans manchados de sangue, abandonados na
área de serviço desde aquele aniversário esquisito.
Separei meu arsenal para remoção de manchas difíceis,
respirei fundo e lá fui.
Primeiro foi o choque: o casaco estava muito mais manchado
do que eu me lembrava.
Segundo foi o estranhamento da localização das manchas
maiores: o carro tombou para o lado esquerdo e todos os
ferimentos na cabeça foram evidentemente no lado esquerdo.
O fato intrigante: as principais marcas ficaram localizadas
no capuz, do lado direito. Eu não sou Unabomber para andar
dirigindo de capuz, ora. E por que no lado direito?
Ok, vamos raciocinar. Eu desmaiei. Imagino que minha
cabeça tenha pendido para o lado oposto, por isso as
manchas e a dor intensa na musculatura do cervical no lado
direito. Só pode. Esquisito foi ver também umas manchas
fortes no punho direito, talvez inconscientemente eu tenha
tentado me limpar. Sensação muito esquisita essa de
supor o que eu fiz desacordada e ferida ao examinar minha
própria roupa. Uau.
Enquanto imaginava qual teria sido o trajeto do meu corpo,
eu usava um pincel para aplicar água oxigenada nas manchas
com uma precisão cirúrgica.
Fiz uma primeira lavagem e, ao final, lá estavam elas,
intactas. Certo. Lembrei: água oxigenada funciona bem
quando as manchas ainda estão, digamos, fresquinhas. Tipo
um, dois dias, no máximo. Fica a dica.
Segunda tentativa: vanish em pó mais vanish alvejante.
Segunda lavagem completa. Não rolou.
Terceira tentativa: pastinha forte de vanish aplicada com
pincel diretamente sobre as manchas. Nova lavagem, desta vez
no ciclo molho limpeza profunda.
Trabalho profissa. Perfeito. Fiquei orgulhosa de mim.
Tempo total da Operação CSI: cinco horas.
Agora posso dizer que entre mortos e feridos salvaram-se
todos.
Meu moleton branco, inclusive. :))
Então, depois dessa maratona toda, não quero mais ouvir
falar em vidros, estilhaços ou coisas do gênero.
Combinado?
Quando falarem comigo, plizz, não digam: - Ana, passe o
vidro de catchup pra cá.
Digam: - Passe o frasco de catchup pra cá.
- Tem filmão na TV hoje: A Casa de Vidro. Vamos ver?
- Desventuras em Série, que tal?, eu vou responder.
- Dá pra você abrir o vidro, que tá abafado aqui?
- Não, não dá, liga o ventilador. :p
- Verdade que David Bowie tem olho de vidro?
- Mentira, é de acrílico.
Eu ainda estou meio traumatizadinha. Só um pouquinho.
Vai passar.
21 dezembro, 2008
Gratidão eterna pela preocupação e carinho comigo.
Passada uma semana, podemos avaliar que, diante de tudo que
poderia ter acontecido comigo naquele acidente, sobrou
apenas um gasto financeiro completamente fora orçamento.
Então, respondendo, sergio, foi assim ó: era meio da
tarde de sábado, eu estava de carro, a menos de um
quilômetro de casa, numa via de mão única, com pouco
movimento e muitas lombadas, indo almoçar na casa da minha
mãe. Acordei na calçada, com uma moça de voz
angelical, e com um basset no colo, me dizendo calmamente
que eu havia sofrido um acidente de carro, enquanto a amiga
de cabelos encaracolados e olhos arregalados tamponava minha
cabeça com uma toalha verde clarinho. Assustei com as
manchas de sangue na toalha e na minha blusa branca mas eu
não conseguia me lembrar de nada. Fiquei por uns instantes
calada. O veterinário da clínica, que ficava bem em
frente de onde eu provavelmente dei a primeira batida, veio
perguntar se tava tudo bem, seu eu precisava de mais alguma
coisa ou chamar alguém. Perguntei como tinha sido o
acidente. Ele disse que ninguém viu. Só ouviram as
porradas muito fortes, saíram para me socorrer e deram com
o carro capotado.
Fiquei novamente em silêncio. Vi uma viatura de polícia.
Temendo pela resposta, perguntei ao vet. se eu havia ferido
alguém.
Os policiais se aproximaram, um deles perguntou se eu
lembrava do que havia acontecido, fez um breve
interrogatório, anotou as respostas, perguntaram se eu
queria ao hospital. Lógico que não, tá maluco?
Eles foram embora, fiquei esperando o guincho enquanto aos
poucos minha cabeça parava de sangrar. Eu não sentia
dor. Agradeci a todos que tão gentilmente me socorreram,
deixei meu telefone com o vet. porque eu acabei com a porta
do carro dele e pedi que ele avisasse ao pobrezinho do dono
do monza abandonado, que teve a lateral direita inteira
detonada.
O cara do guincho me deu carona até em casa e levou meu
carro todo acabadinho pra oficina.
Cheguei em casa, avisei a família, deitei e dormi. Não
podia dormir, eu sei. Rompi nais essa lenda. : )
A Silvinha, sempre tão querida, escreveu preocupada.
Relaxa, viu? Eu tô ótima, ainda um bocadinho dolorida,
com alguns estilhaços de vidro no couro cabeludo, a
natureza fez seu trabalho e alguns já foram expulsos.
Nenhuma marca no rosto ou no corpo. Acredita em milagre?
Ah, eu fui violentamente arrasta pela minha filha até o
pronto-socorro, no domingo. O médico que me atendeu disse
que eu tava ótima, orientada (cof, cof, cof, viram, não
fui eu que disse isso :) e que o procedimento seria
aguardar que os caquinhos saíssem e controlar a dor com
analgésicos. Simples assim.
Durante a semana, vida normal, indo e voltando do trabalho
de busão e metrô. Até quarta-feira eu ainda estava com
a musculatura cervical e dos ombros absurdamente doloridas.
Ontem, sábado, o foi meu primeiro dia livre, desde
então. Foi dia de ficar jogada no sofá, esquema
come-dorme-vê-filme-acorda-toma-sorvete-volta-a-dormir.
Tava merecendo. : )
Telinha, minha flor, permita-me discordar de ti. Diante dos
últimos acontecimentos, começo a acreditar que devo ter
uma espécie de pelotão do BOPE no reino dos
anjos-da-guarda especialmente destacado pra cuidar da
integridade da minha pessoa. Um anjo sozinho, por mais
brucutu que fosse, não daria conta, né? Ok. Prometo
não abusar da sorte. : )
Mi, sumida hein?, este foi o inferno astral mais atípico
de todos os tempos. Mas ainda não sei ao certo. Acredito
que, neste ano, a exemplo do nosso Verão (o que é mesmo
Verão?), o meu inferno astral também chegou atrasado.
Atrasado e meio emputecido, eu senti na pele. ; )
Mama and Papa, obrigada pelo imenso carinho. Tá tudo sob
controle agora.
Como vocês devem ter notado, Deus foi Pai comigo. : )
Beijos
Igor, sorria, Jamanta não morreu.
Se bem que você sabe, há controvérsias, caro cão.
Há controvérsias. : p
18 dezembro, 2008
17 dezembro, 2008
12 dezembro, 2008
Em menos de 15 dias, desembarquei em seis estações erradas no metrô.
Problema é que eu quando eu me sento no banco, meus pensamentos me consomem e me ensurdecem. Lunática.
Meu dupla já falou que eu estou em conduta de risco. Achei um exagero.
Semana passada, era pra eu ter descido na Ana Rosa, parei na Chácara Klabin. Voltei. Perdi a estação de novo, fui parar na Conceição.
Ontem, era pra eu ter descido na Ana Rosa, parei no Paraíso. Ainda na plataforma, notei o equívoco. Embarquei no mesmo trem. Yes!
A porta fechou e o cara anunciou: - Próxima estação, Vergueiro.
Como assim???
Acho que são estas vozes na minha cabeça.
Preciso de um acompanhante terapêutico.
Pode ser agora? :)
11 dezembro, 2008
- Smart bag vermelha-de-tirar-o-fôlego
- Necessaire com as quatro temporadas de House.
- Estoque vitalício de Häagen Dazs sabores tiramisu e midnight coockies.
- As autênticas e cobiçadas camisetas do Sheldon The Big Bang Theory, que você encontra facinho aqui ó: www.sheldonshirts.com/.Quem encontrar esta gracinha, na versão baby look terá minha gratidão eterna.
Fiquem à vontade, queridos, saibam que nunca ouvirão de mim papagaiada do tipo:
- oummm, não precisa-va!
Porque eu preciso muito, sim. De tudo isso aí.
10 dezembro, 2008
pensar, o estagiário aqui da agência não tem tudo isso
de vida.
E eu me lembro de tanta coisa. De algumas, eu me esqueci,
é fato. Eu precisava daqueles refrescos na memória,
thanks.
Sozinha, há controvérsias se eu conseguiria.
- Você nunca usa seta, não? Se eu estivesse atrás,
xingaria.
Isto foi há 24 anos. Em 84. Sem noção desde menina, eu
sei.
- Sim, acho que eu conheço você de algum lugar.
Isto foi há 7 anos. Em 2001. E eu continuava uma
destrambelhada sem noção.
- Por que não aconteceu antes?
- Porque tudo tem sua hora, eu disse.
E isto foi praticamente ontem. Quando eu quase perdi a
noção do tempo.
09 dezembro, 2008
05 dezembro, 2008
Comprei um par de óculos xadrez. Foi necessário. Do
jeito que a coisa anda,
não enxergo mais meio palmo diante do nariz. Topeira
completa.
Por aqui, virei alvo de chacota.
1- Ganhou de brinde da Cobertores Parayba?
2- Pegou uma toalha de mesa pra fazer os óculos?
3- É pra combinar com a calça de palhaço?
4- Onde você comprou esse, não tinha pra gente grande?
Mereço.
29 novembro, 2008
Assisti ao apavorante A Morte Pede Carona comendo nachos de queijo e
tomando suco de maracujá.
Eu sei, a construção foi infeliz, faltou vírgula, parece que a morte
pede carona enquanto come, blablabla.
Pensando bem, pura verdade, né não?
Avalia: a morte pede carona comendo nachos de queijo e bebendo suco de
maracujá.
A vida é assim.
Pelo menos a minha.
Nhé.
interagir com estranhos.
A caminho de casa, em vez de pegar o metrô na Sumaré, desci em frente à
Consolação. Yah!
E em vez de embarcar na Consolação, achei melhor dar uma voltinha pelo
Conjunto Nacional, passei pela Cultura, quase tomei um café no
quiosque. Caminhei pela Paulista, não tomei sorvete e embarquei na
Trianon.
Reparou como a decoração de Natal da fachada do Bradesco tá linda?
Quais são cores e as coisas pra te prender?
[Paralamas]
Escolhi aquele trajeto impensável porque, olhando pela janela do
ônibus, cheguei à conclusão que sou uma completa imbecil.
Durante o longo tempo que morei na floresta, descobri na pele que
saudade dói. Tipo dor física mesmo, difícil de explicar, mas deve ser
fácil imaginar que a intensidade não é para amadores. E eu sentia uma
saudade por vezes insuportável não apenas de pessoas minhas, mas também
de lugares. Avenida Paulista, por exemplo.
E eu retornei já há mais de dois anos e acho que ainda não voltei como
deveria e nem saí para passear como merecia. Tchonga, eu.
But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn
All the love I have is in my mind?
[The Verve]
Eu amo horário de Verão. Amo muito.
Parei no supermercado, quase ao anoitecer. Comprei nachos, frutas
frescas e pão de queijo congelado.
Preparei o guacamole quase perfeito para o jantar e lá se foram quase
um pacote inteiro de doritos e mais 5 quadradinhos de Intense Garoto,
durante uma reprise de Friends.
Descontrol level 5.
Tomei chá calmante.
What are you doing wich a fool like me?
[Joe Cocker]
Aos meus leitores tão amados, peço perdão sincero pelo aparente
abandono dos comentários. A vida por aqui anda um tanto confusa, vocês
devem ter notado.
Mantenho firmes minha esperança e meu propósito de colocar tudo em dia,
correspondências bloguísticas inclusive, durante as férias que se
aproximam a passos largos.
Oremos, sim?
Estou com medo de tudo que terei que fazer, organizar e providenciar
durante as minhas férias. E desta vez, não tem Paúba, baby.
Alô, Alice, Terra chamando.
Eu fui lá fora e vi dois sóis
E a vida aqui ardia sem explicação.
[Nando Reis]
22 novembro, 2008
Fulano grita, avisando a equipe: - Vou ao banco.
O engraçadinho pergunta: - Banco de sangue?
Meia hora depois, outro pergunta: - Cadê Fulano?
O lunático responde: - Foi doar sangue.
Quinze minutos depois, Fulano volta.
E o Sem Noção pergunta: E aê? Verdade que doar a medula dói pra cacete?
19 novembro, 2008
11 novembro, 2008
10 novembro, 2008
Tenho pavor da Samara, acho que eu já disse isso uma vez.
Filmes de terror me atormentam. Eu regrido aos cinco anos de
idade. Vexame.
A fantasia recorrente é das mãos que seguram meus
braços e/ou minhas pernas quando estou levantando da cama.
Tipo a cena final de Carrie, a Estranha (1976).
Ok, estranha sou eu quando acordo, Carrie foi filme
traumatizante master, muito mais do que O Exorcista, te
juro.
Mas eu insisto. Faço de conta que assisto, enquanto fico
escrevendo bobagens no Ventilador e pensando no sapato que
vou calçar amanhã.
Não tenho coragem de ir para o meu quarto agora.
Sou uma fraude, eu sei. Eu acendo todas as luzes da casa e
sinto que a Eletropaulo me ama muito por tudo isso.
Emily (Everwood/Brothers and Sisters) Van Camp me lembra a
Olívia, pela postura, a elegância, pelo jeito de falar.
Adoro.
Mas eu tenho mesmo pavor da Samara.
Vai ser uma noite longa. Já vi esse filme. (buh!)
Olha aí, tá lá o molequinho, filho da jornalista,
diante da TV, com aquelas cenas sinistras e interferências
tipo Poltergeist. Onde está a mãe dessa criança?
Num disse? Não vou conseguir dormir, eu sei.
É o meu inferno astral se aproximando, talvez?
Será?
É bem possível.
Aguardemos os próximos acontecimentos.
07 novembro, 2008
05 novembro, 2008
03 novembro, 2008
31 outubro, 2008
Falávamos de pretendências. A rigor, de pretendências dela. As minhas, permanecem platônicas.
Eu: - Entendi, cê quer dizer que o cara é galinha.
Amiga: - Não que ele seja galinha. Mas ele tá numa fase baladeira e isso me cansa um pouco.
Eu: - Mas você tem um Plano B?
Amiga: Ele é o Plano B. O Plano A sou eu.
Tomou?
20 outubro, 2008
18 outubro, 2008
16 outubro, 2008
E eu perguntei: - Por quê?
Aí ela respondeu: - Porque estou me sentindo profundamente
feliz, dr. Rasul. E uma felicidade assim é assustadora.
Voltei a perguntar por quê, e ela prosseguiu:
- Só permitem que alguém seja assim tão feliz quando
estão se preparando para tirar-lhe algo.
E eu disse: - Agora chega, já basta dessas tolices.
[Khaled Hosseini – O Caçador de Pipas]
15 outubro, 2008
Fez cara de quem queria espirrar. Não conseguiu.
Mandei olhar para a lâmpada acesa. Não olhou.
- Droga, perdi um orgasmo.
- Bem-feito, quem mandou não olhar pra lâmpada?
- Droga, eu adoro espirrar.
- Eu também.
- Sabe que uma seqüência de oito espirros pode causar
uma sensação de orgasmo?
- EU SEI!
- Ahahahahahahahaha! Você já teve?
- Sim, múltiplos. Eu tive rinite alérgica em janeiro.
- Não tomou anti-histamínico, aposto.
- Lógico que não. Foi uma maravilha. Inesquecível.
:)
14 outubro, 2008
12 outubro, 2008
05 outubro, 2008
30 setembro, 2008
27 setembro, 2008
17 setembro, 2008
16 setembro, 2008
14 setembro, 2008
Por que House não é o padrasto da minha filha?
Por que Patrícia Poeta está usando aquela maquiagem
medonha?
Por que eu insisto em ouvir Coldplay se eu sei que isso me
deixa triste?
Por que amanhã já é segunda-feira e eu nem notei?
Por que noites de domingo me deixam confusa e melancólica?
Por falar nisso, por que eu não tenho mais cólicas?
Por que homens bacanas se envolvem com megeras?
Por que homens bacanas que se envolvem com megeras
invariavelmente emburrecem?
Chega, né?
Parei.
Boa semana pra você também.
Beijo.
Mas Helena, Tina e todo o povo daquele salão me deixam
tão pra cima, com a auto estima tão no salto que eu fico
com vontade de morar lá. É sério.
A designer de sobrancelha é ótema também.
Recomendo fortemente. Vale uma passadinha na Lapa pra
conferir.
Já a Helena fica no Paraíso. Lógico.
12 setembro, 2008
11 setembro, 2008
- Eu saí com a mina umas duas vezes e a achei meio
estranha. Daí me contaram que ela pensa em ter um filho
comigo. Eu quero um filho, não a mina. E ela quer um
filho, não a mim. Vou colocar o material num potinho e
mandar entregar.
(e o celular dele toca).
- Olha aí, é ela ligando. A louca.
(três minutos depois)
- Ela quer um filho meu e vai ovular a semana que vem, ligou
pra combinar.
- Se você concorda mesmo em fecundar a louca, liga pro seu
advogado e manda redigir um contrato. Melhor coisa.
- Contrato é uma boa. Mas a mina é louca.
- Então abrevia o seu sofrimento. Diz que você teve
caxumba aos 30.Sabe, né?
- Boa!
10 setembro, 2008
09 setembro, 2008
resolver as apurrinhações habituais.
Na ida, passei diante do salão de beleza que ostentava a
plaquinha Design de Sobrancelhas. Oba, eu nunca tinha
notado.
Na volta, parei, lógico.
Era só pra colher informações básicas, a
princípio.
A dona do salão era de uma simpatia e educação raras.
Uma fofa.
- Então, notou que tá um lixo minha sobrancelha? Quanto
tempo normalmente leva a sessão?
(eu calculei, mais ou menos, uns 90 minutos pra colocar
minha expressão facial em condições)
- Depende. Vem cá.(e me levou pro quartinho e me fez
deitar na maca. Medo.)
- Ana, quem fez este buraco na sua sobrancelha???
- Errr, eu mesma, fui eu. (cof, cof, cof). É grave?
- Como você conseguiu fazer isso?
- Facinho, ó. Tentei dar um jeitinho enquanto assistia a
E.R., sabe? Pinça, espelho, tv, tudo ao mesmo tempo. Acho
que não deu, né?
- Eu vou te mostrar. Segura este espelho.
- Num precisa, olha, eu só dei uma passadinha aqui pra
ver, digo, perguntar quanto tempo demora. Tipo, meia hora?
Tô morrendo de pressa.
- Ana, a gente vai fazer o seguinte: não mexa mais nessa
sobrancelha, sua louca, deixa crescer. Venha aqui na
próxima sexta-feira e a gente redesenha tudo.
Pelamordedeus, não tenta consertar sozinha, ok?
- Tá.
- Em meia hora, no máximo, vai ficar tudo bem. Certo? (ela
falava comigo como quem estivesse lidando com a Maluca da
Pinça, tentando me desarmar pra eu não atingir pessoas,
e eu não posso culpá-la por isso)
- Tá. Mas teu serviço inclui anestesia geral? Eu preciso
muito.
- [gargalhadas] Nunca pensei nisso.
- Considere esta hipótese. Vai por mim. E na
segunda-feira, vou trazer todas as pinças que eu tenho em
casa e deixá-las sob sua guarda.
- Acho que é um favor a você mesma. Deixe as pinças
aqui, na segunda, e volte na sexta. Tudo vai ficar bem, ela
me disse, gargalhando.
Eu gosto de gente assim. : )
08 setembro, 2008
07 setembro, 2008
This lightning storm, this tidal wave
This avalanche, I'm not afraid
Come on, come on
No one can see me cry
That sugarcane that tasted good
That's who you are, that's what you could
Come on, come on
No one can see you cry
That sugarcane that tasted good
That's who you are, that's what you could
Come on, come on
No one can see you cry
[Imitation Of Life - R.E.M.]
02 setembro, 2008
01 setembro, 2008
29 agosto, 2008
Sexta-feira ensolarada, 7 horas da manhã, mãe e filha
sonolentas, no carro, a caminho do colégio. No rádio,
horário político.
O locutor dá a deixa e o nobre candidato inicia o
discurso.
Lá pelas tantas, nobre candidato profere: graça ao
trabalho da prefeitura.
- Mãe, graça ao trabalho?
- Sim, porque foi um trabalho. Se fossem dois trabalhos
seria graças aos trabalhos. Tendeu?
- Tendi.
(bocejos)
PS: tendeu porque às 7h30 eu já tô me jogando no
sorvete, Auki?
A vida começa bem cedo por aqui. :)
28 agosto, 2008
Sem entrar no mérito da somatória das pequenas
contrariedades, ontem levei 1 hora e 4o minutos pra chegar
em causa, por causa do maluco da torre.
Pra quem não leu nos jornais, um corno subiu numa torre de
distribuição de energia na Barra Funda e ameaçava se
jogar.
Chamaram os bombeiros. Os heróis nacionais avaliaram que
tecnicamente era impossível o resgate sem o desligamento
da energia.
Resumo: a cidade parou. Aulas foram suspensas, semáforos
desligados, ruas ficaram horas sem iluminação colocando
em risco milhares de pessoas, que em tese, estão felizes
com suas vidas.
Na boa, pra mim, isso não é serviço para o Corpo de
Bombeiros.
É tarefa pra franco atirador.
Se joga, meu filho.
27 agosto, 2008
Percebam do que a falta de assunto é capaz:
Amigo: Pior que o animal humano não é omnívoro mas
frugívoro.
Eu: Controvérsias, controvérsias. Teriam então meus
quatro lindos caninos apenas uma função estética?
Amigo: Você tem caninos porque é uma tigresa!
Mas o animal humano não tem a configuração nem de
carnívoro e nem de omnívoro. Considerando o tamanho do
intestino, posição dos olhos, conformação da boca,
das mãos, a pele, etc e tal.
Eu: Um comentário muito lisonjeiro de sua parte. Thanks!
Mas fosse eu realmente uma tigresa, eu teria quatro lindos
dentes felinos.
E não quatro lindos dentes caninos. Né?
Amigo: Tá bom, tá bom. Serve uma loba?
Eu: Sim, lobas comem carninha tenra e baby beef. Ui! :)
Almocei na barraca da japonesa.
Comi dois pastéis e 500ml de creme de açaí batido com
guaraná e banana.
Voltei pra agência e, dos meninos, ganhei um alfajor.
E o manequim continua 36, meio larguinho.
É. Magra de ruindade. E comida não é afeto.
Eu sei.
Meu sono é que anda perturbado.
De domingo pra segunda, arranhei meu nariz enquanto dormia.
Nem maquiagem disfarça.
Eu tinha parado. Desde os tempos mais difíceis em Manaus
isso não ocorria mais. Tenho que cortar as unhas e dormir
com luvinhas de recém-nascido. Ódio.
Hoje, acordei com a testa inchada e não tenho idéia do
que aconteceu durante a noite.
Não. Não é o que sua mente feia, suja e malvada está
pensando.
A vantagem de estar sozinha e sem amor é exatamente essa.
Não se tem nada. Sequer chifre.
Duh!
18 agosto, 2008
Capreta e Silvinha,
Tenho tido muita sorte. Transporte coletivo é mesmo uma
coisa interessante. Salvo quando os dias amanhecem
carrancudos.
Meu ânimo costuma se dissolver sob nuvens densas.
Caminhar é uma prática que me induz ao vício. Quando
sou obrigada a ir de carro, eu já começo a me odiar.
Considero isso um progresso.
Ainda estou em busca do calçado perfeito. Tarefa árdua,
diga-se.
Hoje, por exemplo, me ferrei. Perdi a hora.
Vou de carro.
Eu me odeio.
Auki,
Recomendo cautela ao experimentar sorvete sabor Negresco,
viu?
Estou irremediavelmente viciada.
Outro dia, enquanto eu esperava a água do meu ban-chá
matinal ferver, abri o freezer e detonei uma bolota e meia,
assim, glump.
Antes das 7h30.
Foi mais forte do que eu.
É. Depois não diga que eu não avisei.
:)
Rubia,
Bad hair days se perpetuam por aqui, freqüência semanal.
Confesso, sob a chuva tudo fica mais difícil.
Né?
Aquela segunda-feira não foi fácil.
Semana passada, o cão rosnou foi na quarta-feira.
Os finais de semana me salvam, sempre.
Klein,
Eu descobri a solução para minha solteirice crônica.
Poucas pessoas sabem, eu tenho um namorado imaginário e
é assim que minha vida afetiva sobrevive.
Desde que eu comecei esse lance, todas as lâmpadas de casa
funcionam, ele aprendeu a cozinhar com Jeff Smith e fez
curso de massagem quando foi pra Índia.
O cara não veio ao mundo a passeio.
Não reclama dos meus horários bizarros, nem dos meus
enlatados americanos.
Tem uma casinha modesta em Paúba e é pra lá que eu
vou, quando a barra pesa.
Não entende nada de chuveiros e eletricidade em geral, mas
não se pode querer tudo na vida.
Domingo, de manhã, por exemplo, ele me acordou com
morangos e champanhe.
Um fofo.
15 agosto, 2008
05 agosto, 2008
04 agosto, 2008
31 julho, 2008
anúncio e incluir os três bullets finalistas. (sic)
Então o diretor de criação indaga: o que são três
bullets finalistas?
Ao que a redatora responde: são o primeiro, o segundo e o
terceiro colocados respectivamente.
O diretor de arte brilhantemente encerra: e o bullet
vencedor vai pra arte final.
(Aplausos).
Decifrar um briefing é mesmo uma arte para poucos.
29 julho, 2008
coletivo, conforme o combinado. Adoro tomar sorvete na
estação Ana Rosa.
Se bem que ficar a pé numa sexta-feira não me parece uma
idéia muito boa. Enfim. Com esse lance de vir trabalhar de
metrô e busão estou passando por uma fase de
readequação de sapatos. De salto 11 fica difícil.
Sendo assim, vou precisar também da readequação de
calças por causa da altura da barra.
Ou seja, na ponta do lápis, vai sair mais barato trabalhar
de carro.
Mentira. :p
28 julho, 2008
Auki, quando quiser perguntar onde eu trabalho, pode
perguntar.
Só não vou contar na frente de todo mundo. ;)
Thiago Johnny Walker, quando ainda era possível beber até
altas horas da madruga, eu num tava podendo. Agora que
aquela fase difícil passou e eu tô podendo, não se
pode mais beber em paz. Nem puro, nem com gelo.
Este mundo é mesmo muito injusto, você não acha?
Mas mesmo assim faz o seguinte: quando vocês resolverem
sair para beber, me chamem, tá?
Chama seu chefe. :D
Momento Futriquinha Básica:
Ainda sobre as desventuras na Americanas, Rezinha permanece
com o discurso micado da inocência adquirida na
Amazônia.
Inocência adquirida.
É ruim, hein?
Eu cito algo sobre a Olívia, daí chegam Silvinha e
Telinha mencionando Gilmore Girls. E eu fico toda bestinha,
me achando a Lorelai. :)
21 julho, 2008
fábrica, um dia.
Uma Fantástica Fábrica de Alguma Coisa. Ainda não sei
do quê. Se eu não souber, vou inventar. Me dê mais
alguns dias.
Na cobertura de paredes laranja-uniforme-de-gari, tem
solarium, churrasqueira, uma mesa de ping-pong
E também uma mesa de bilhar.
Vou precisar de aulas de reforço. (ho, ho, ho)
17 julho, 2008
16 julho, 2008
14 julho, 2008
Sobre as desventuras na Americanas, meninas, tem uma coisa
que não entendo: minha amiga vem para Sampa e dá uma
mocorongada daquele naipe e a doida e/ou maluca sou euzinha?
Fala sério.
Mereço mesmo apanhar de verdade no quartinho escuro?
E se vocês acharam a história divertida, imaginem eu que
estava lá.
:D
...................
Silvinha, eu fico besta com o sorriso encantador do boss, de
Reaper. *
No feriado, enquanto andava no parque, pensava a respeito.
Perto dele, House é um garotinho manquitola de 9 anos, com
uma longa trilha a percorrer em termos de cinismo e
perspicácia.
Depois de assistir a Reaper, se alguém virar pra mim e
disser:
- Ora, vá pro diabo que te carregue!
A resposta virá no bate-pronto: - Demorô!
* Universal Chanel, sexta-feira, às 21 horas. Eu
recomendo.
..................
Auki, e a mega-sena acumulou de novo, cê viu?
E até agora, tô na mesma, amigo.
O que me leva a crer que aquele lance do
azar-no-jogo-blábláblá significa apenas que estou R$
1,75 mais pobre. :p
...................
Mi, a exemplo dos índios, também acredito que fotos
roubam almas.
Imagens, só no espelho e ainda assim, nos horários mais
favoráveis. : )
eu e House tínhamos sido apresentados ali, naquela
madrugada.
Era uma espécie de maratona, daquelas que eu adoro, em
que a gente passa a noite inteira indo de um lugar a outro,
até o dia amanhecer.
Não estávamos bebendo, embora curiosamente eu não
estivesse dirigindo.
House gostou muito de mim, procurava sempre ficar ao meu
lado e eu não posso culpá-lo por isso (ho,ho,ho).
De vez em quando se afastava, depois voltava contando sobre
o lugar que tinha ido, tipo subido nas pedras, ou sobre algo
que tinha comido. House estava feliz feito menino. Era um
sujeito engraçado, agradável, fazia perguntas
divertidas, por vezes infames, e não me deixava em paz.
Rolava um climinha.
Se bem que chegou a fazer um comentário sem graça sobre
o meu cabelo. Cretino.
Então House queria saber onde ficava a região Oceânica
de Niterói [olha meu inconsciente me sabotando aí,
gente]. Tal indagação me levou a concluir sobre nossa
localização: praia de Icaraí.
Na cena seguinte, a gente estava na mesma praia, só que
agora jogados numa espreguiçadeira na varanda de um
prédio.
Num momento de sensiblidade suprema, chamei a atenção de
House para algo espetacular que iria surgir no mar em
instantes. Ficamos em silêncio.
Um imenso cogumelo se formou como se tivesse ocorrido uma
violenta explosão submarina. E o House moleque virou um
homem maravilhado e ao mesmo tempo assustado, que segurou
com força o meu braço e nessa hora eu pensei que
deveriam ocorrer explosões submarinas deste porte com mais
freqüência. :))
O imenso cogumelo se dissipou e rolou uma aparente calmaria.
Aparente.
Segurei o braço dele suavemente e avisei: - Te prepara.
Foi nessa hora que se formou o maior maremoto que os meus
registros oníricos têm notícia. Sim, maremoto é o
meu tema campeão master na categoria sonhos recorrentes.
House praticamente foi ao delírio com a cena e eu ainda
podia sentir o seu toque em meu braço quando acordei com o
barulho da porta de incêndio sendo batida com força pelo
meu vizinho sem noção.
Sabe ódio? Daquela categoria de ódio capaz de se
transformar em manchete de página policial facinho?
Pois então.
Ainda possuída pela minha ira, tentei adormecer novamente.
De vez em quando eu tenho a sorte de retomar o mesmo enredo.
Não tive desta vez.
Sonhei que eu paguei o mico de sair de casa completamente
nua, apenas calçando Havaianas e com uma toalha de banho
enrolada na cabeça.
Só percebi minha condição constrangedora quando estava
dentro de um supermercado lotado.
Um clássico ao amanhecer.
Daí, nesta noite de domingo pra segunda, sonhei que
Michelle Pfeiffer tentava brutalmente me afogar no mar
revolto. Briga de gente grande.Uma selvageria.
Na boa, eu não sabia que a broaca era tão a fim do House
desse jeito.
Não sabia mesmo.
10 julho, 2008
- No portão 5 e no 6.
- Mas pra eu ir até lá, vou ter que deixar o carro sem
cartão. Vão me multar que eu sei.
- Olha, eu tô aqui desde o meio-dia e até agora (16h40)
ainda não passou nenhum guarda. Precisa de cartão,
não.
- Ah, você fala isso porque não me conhece. Melhor eu ir
comprar o cartão, sabe? Vão aparecer logo três
guardas, todos de uma vez. É só eu sair daqui. Quer
apostar quanto?
- (gargalhadas)
- Tô te falando. Aposta quanto?
- (gargalhadas)
E enquanto eu andava até o portão 5, o segurança da
vila particular gritou:
- Precisa comprar o cartão, não, moça. Vai por mim.
- Se chegarem os guardas, avisa que eu fui ali e já volto,
pensei.
Na área externa do auditório do Ibirapuera já havia
uma concentração considerável de pessoas.
Casais insuportavelmente apaixonados prontos para o
acasalamento na grama, outros casais apenas burocraticamente
juntos, grupos de diversas facções (entre as que um show
de bossa nova poderia atrair, óbvio), labradores, teckels,
retrievers, SRDs, um raro cane corso, pentelhos da primeira
idade, gente sozinha, cachecóis coloridos, muitas bikes,
gente esquisita (e bota esquisita nisso), a terceira idade
mostrando seu valor, maconheiros em plena atividade
recreativa, uma festa. Let the sunshine.
Me agrada o clima eidiofaacuérious que se forma nessas ocasiões. Nelsinho Mota abriu a solenidade fazendo discurso bacaninha em
homenagem a João Donato, Orquestra Ouro Negro fez a
abertura enquanto montes de gentes continuavam a se aninhar
calmamente pelo gramado.
Um velhote de óculos escuros e chapéu australiano,
aparentando um certo requinte, bebia vinho tinto em pequena
taça de plástico.
Bebel Gilberto cantava e o sol começava a se pôr.
A mocinha imóvel há mais de meio século em posição
de lótus finalmente se mexeu, abriu a mochila natureba
feita em tear e acendeu um Marlboro. Vai entender.
Ao meu lado, parou uma bike, cujo dono era um cara meio
ruivo, que lembrava muito o Jamie Oliver, só que um pouco
mais limpinho.
Bebel Gilberto, de flor vermelha no cabelo, se despediu do
público pedindo que a gente cuidasse bem da Adriana
Calcanhoto. O que Bebel pensou? Que a gente fosse receber a
moça a tiros de flecha? Se bem que teve uma hora que deu
vontade.
O vento chato começou a soprar. Vesti uma blusinha de lã
que combinava perfeitamente com minha roupa, mas tava na
cara que ela não ia segurar o tranco. O sol e o céu
lindamente azul me iludiram.
Ambulantes vendiam latinhas de cerveja escondidas em
mochilas, como se fosse mercadoria ilícita.
Percebi que o Johny Depp de cabelos cacheados olhava
insistentemente para mim. Fiquei sem jeito e desviei o
olhar.
Duas fortes representantes da turminha da reposição
hormonal estenderam uma canga com estampa do calçadão de
Copacabana e sentaram-se atrapalhando a pouca visão que eu
tinha do palco. Eu prestava mais atenção na platéia.
O velhote da garrafa de vinho havia tirado o chapéu e
começava a esboçar alguns passinhos de uma dança
indefinida.
Três garotos de beleza inebriante levantaram sorridentes
entre a platéia e fecharam o cavalete de sinalização
que estava atrapalhando a visão de meio mundo. Todo o meio
mundo aplaudiu e assobiou. Eu, inclusive.
O vento estava cada vez mais forte.
Johnny Depp de cabelos cacheados sorriu para mim. Ai,
socorro.
Calcanhoto se despediu da platéia e ninguém atirou
flechas. Fica pra próxima.
Achei que já na hora, eu estava quase congelando. E
depois, show de bossa nova, a gente sabe, é aquilo mesmo,
ou seja: nao sai daquilo.
Velhote, já sem óculos, sem chapéu e sem a taça,
tinha pouco menos de ¼ do vinho que bebia no gargalo e
tentava interagir com as pessoas ao seu lado. Sem sucesso.
Ao me levantar, sorri para Johnny Depp e vazei da área.
Eu sou uma besta.
Ao chegar na rua, não havia nenhuma notificação de
multa no vidro do carro.
O que não quer dizer absolutamente nada, vamos combinar.
Peguei o valor equivalente ao cartão de Zona Azul e
apostei meus números na Mega-sena.
Durante o jantar, eu pensava que meu cabelo novo fez
relativo sucesso. Pelo menos com gente esquisita. Tipo
Johnny Depp de chachinhos.
E a mega-sena acumulou.
09 julho, 2008
queijo.
Enquanto subia a rua, eu pensava na vida e observava as
pessoas. Planejei ir ao Parque ver o show e testar meu
cabelo novo.
Brincando, economizei R$ 0,60, sem contar a gasolina e o
ganho cardiorrespiratório.
Enquanto descia a rua, encontrei a vizinha do prédio que
tá pegando um garotinho que, na boa, deve ser uns 30 anos
mais novo que ela. Certa ela.
Em casa, comi 110g de nachos de queijo com guacamole. Em 11
minutos.
Melhor mesmo eu ir ao Parque.
07 julho, 2008
pode.
O fato é que eu suponho receber um espírito de porco
cuja idade mental não deve chegar a 7 anos, quando muito.
Explico. Quando fico muito feliz sou tomada por uma força
mais forte do que eu.
Leitores mais antigos devem se lembrar, quando estava em
Manaus e eu encontrava Liginha, sempre rolava um momento
mongolóide, tipo fingir que eu estava perdida no
supermercado e pedia ao gerente para chamar minha mana no
sistema de alto-falante da loja. Liginha queria morrer de
catapora, o que tornava tudo bem mais divertido. Encontrar
Liginha era sempre uma festa.
O tempo passou, voltei para São Paulo, aparentemente eu
cresci e o tal espírito de porco aparentemente encontrou a
luz. Ou não.
Na outra, outra semana, Rezinha estava na cidade. Motivo de
alegria.
Só uma mulher que já morou no Norte entende o tipo de
privação que a gente passa, se não pela falta de
determinados produtos na região, certamente pelo fato
de eles custarem, na melhor das hipóteses, os olhos da cara.
Isso era muito triste, por vezes, desesperador.
Rezinha queria ir à Lojas Americanas e eu nunca negaria
essa gentileza. Quando eu vinha a Sampa tudo que eu queria
era as melhores padarias cidade e Lojas Americanas, claro.
E fomos nós.
Rezinha se esbaldou feito criança e lotou uma cesta de
comprinhas meigas e absolutamente necessárias. Eu escolhi
uma singela caixa de Bis.
E cada uma foi para um caixa diferente.
A mocinha que me atendeu ofereceu o cartão fidelidade da
rede dizendo as palavras mágicas: descontos em produtos.
Rê estava entretida com os 485 itens de sua cesta básica
de cosméticos, de modo que a compra iria demorar mais
alguns muitos minutos para se encerrar. Certeza.
Sem nada avisar, acompanhei a gerente até o fundo da loja
e passei os documentos para a mocinha efetuar o cadastro
que, me juraram, não levaria mais do que cinco minutos.
Passaram-se dez.
Meu celular tocou.
- Onde cê tá?
- Relaxa. Deu um pobreminha no caixa, o segurança achou
que eu tava roubando a caixa de Bis. Ele me trouxe aqui pra
um quartinho escuro, estou apanhando um pouquinho, mas acho
que ele vai me liberar logo. Só mais uns socos e fica tudo
certo. Güenta aí que eu já vou. Rapidão. Beijo.
Tchau.
E desliguei.
Num disse? A coisa é mais forte do que eu.
Quando eu me dei por mim, já tinha falado.
Era a tal mediunidade subdesenvolvida mostrando a que veio.
E nada do tal do cadastro ficar pronto.
Eu já devia estar apanhando há 15 minutos no tal do
quarto escuro quando o telefone tocou novamente:
- ANA, ONDE VC ESTÁ?????
- Calma que eu já vou. O pior já foi. Tô indo, calma
aê, beijo, tchau.
Note que não foi culpa minha. Cinco minutos, foi o
prometido.
Meu cartão finalmente ficou pronto, saí louca-babando da
loja e encontrei a Rê fumando na porta do shopping, com
cara de poucos amigos.
Eu me aproximei saltitante e tive a ligeira impressão de a
ouvir rosnar pra mim.
- O que aconteceu? Onde você estava?
- No fundo da loja, fazendo meu cartão que dá descontos
na compra de produtos. Agora eu tenho um. :)))
- Eu chamei o segurança da loja.
- Mentira.
- Perguntei por que eles te prenderam se você tava na fila
do caixa. E o cara pegou o rádio para perguntar a não
sei quem porque te prenderam e porque estavam te batendo.
- Rezinha-do-Céu, me diz que você não fez isso. Diz que
você tá zoando. Diz.
- Você falou que tava apanhando num quartinho escuro. :[
- E você caiu feito um patinho.
- :|
- Rê, você acreditou?
- :|
- Rê?
- Vai à merda!
:)))
Não é por nada não, mas desconfio seriamente que tá
na hora da Rê voltar de vez pra cidade grande.
Mó mocoronga.
Né? :)
06 julho, 2008
apagão internético. Assunto tipo assim, platônico.
- O problema é que quando estamos na caverna queremos
saber o que tem fora. E quando estamos fora, temos
curiosidade sobre o que existe na caverna. É da natureza
humana.
- Hmm. Acho que deve haver algo de muito errado com a minha
natureza humana. Porque quando estou na minha caverna quero
mais é que o mundo termine em barranco.
- Você não é humana. Que espécie de ser é você,
Ana?
- Errrr.. Um anjo. (cof,cof,cof)
- Hahahahahahahahahahaha!
Papo cabeça tipo assim, mais para papo-cabeça-de-bagre,
que fique bem claro.
Elaine e George novamente juntos! :)
Em The New Adventures of Old Christine, Julia Louis-Dreyfus
e Jason Alexander se encontram no episódio final da
terceira temporada.
Agora, Jason Eternamente George será o ginecologista de
Christine.
Sexta-feira, 20h30, na Warner. Reprise no domingo, 12h.
Vai perder, vai?
Eu não. A menos que.
carro.
- Eu não comprei a pinga porque fiquei com raiva da
portuguesa e mesmo que eu quisesse, eu não tinha uma
granada vazia para trocar por uma granada de Corote cheia.
- Vou almoçar na casa da minha mãe. Lá tem removedor e
resolvo de vez essa parada. : )
- Não posso usar o removedor hoje porque eu fiz as unhas.
Fica para a semana que vem.
- Meu amigo Gun matou o mistério da granada: a portuguesa
compra a marvada de tonel e envaza nas granadas de Corote.
Bingo!
Gun é mesmo um cara muito sabido.
04 julho, 2008
Menor idéia de como meu novo cabelo vai se comportar entre
os travesseiros.
A expectativa é enorme. Mal posso esperar para me ver
amanhã. (bocejos)
Eu tomaria um espumante agora, facinho.
Adoraria capotar. Mas esquece.
Vou assistir Cidades dos Anjos e chorar nas cenas que eu sei
de cor.
Isso se chama tédio funcional.
Conheço bem.
dias.
- Nècessaire, secador e alguns livros.
- Pra que livros? Você vai viajar. Férias. Fé-ri-as,
sabe como é? Esquece os livros.
- Vou estudar um pouco.
- Não é pra você estudar. Muda de assunto. É pra
você descansar, tomar banho de cachoeira. Andar a cavalo,
nadar, ficar falando bobagem até de madrugada. Passa esses
livros pra cá. Agora.
- Vou estudar só pela manhã. Só umas duas horinhas por
dia.
- Nem pensar, doida. Me dá esses livros. Anda.
- Não, mã. Eu vou levar.
- Tudo bem. Leva mas não estuda. Nem abre. Deixa na bolsa.
Promete? Promete pra mamãe que você não vai estudar
nadica? Nem cinco minutos? Promete?
:)
Quase tudo.
Daí que disseram que pinga vagabunda é ótima pra
limpar cola grudada no vidro do carro. Melhor do que muito
limpa-vidro que tem por aí.
Evidentemente eu acreditei.
O vidro do Caveirão tá com umas marquinhas nojentas e eu
acho isso um crime. Mas não serve qualquer pinga. Tem que
ser daquelas bem ordinárias mesmo. Melhor ainda se for das
de casco escuro e rótulo desbotado.
Estaria o cara me zoando?
Sexta-feira passada estava um dia lindo, perfeito para
limpar vidros de carro, eu me sentia saltitante e bem
disposta, então resolvi procurar a mais marvada dentre as
marvadas.
Eu ando numa fase muito pão-dura, de modo que não compro
um alfinete sequer sem antes fazer licitação, pesquisa
de preços em três estabelecimentos, no mínimo.
Parei no primeiro supermercado. A que me pareceu mais
vagabunda custava
R$ 2,99, mas não era uma autêntica, daquelas em casco
escuro e rótulo desbotado.
Parei no hipermercado e a coisa ficou pior. Não tinha
daquela mesma marca, muito menos alguma conforme o briefing.
Tinha uma outra que custava R$ 3,50, uma fortuna, e era
praticamente uma cachaça de bacana, me pareceu pelo
jeitão.
Eu precisava de algo mais rústico.
Resolvi tentar uma medida radical para resolver de vez o
impasse.
Quase perto de casa, parei num daqueles botequins de bairro,
que também vende vassoura, desinfetante contaminado,
maria-mole de anilina e milho duro a granel. Tudo bem
empoeirado.
Quem me atendeu foi uma senhora portuguesa, de avental de
bolinhas azuis, visível mau humor e bigodes
impressionantemente fartos.
Numa prateleira mais ao alto estavam as garrafas de
cachaça, protegidas por uma densa camada de poeira e
resíduos de teia de aranha.
- Quanto custa aquela ali, a 29?
A tal 29 me pareceu mesmo perfeita: casco escuro e rótulo
tosco.
Com um sotaque caricato e quase bufando, a portuguesa
indagou:
- A dose ou a garrafa?
Oito e dez da manhã, marcava o relógio na parede.
- A garrafa.
- Doish e noventainovi.
- Estaish maluca? Por doish e noventainovi eu posso
compraire uma Jamel, minha senhora. Uma Jamel!, pensei.
Agradeci e eu estava saindo quando ela me chamou de volta:
- Tem eishta aqui por doish i cinquenta, maish precisa
trazeire a vasilha pra trocaire.
- Bebeishte, foi?
Vamos tentar entendeire: tratava-se de uma Corote (!!), a
escória de todas as cachaças vendidas nas piores bodegas
do ramo, na periferia de Manaus. Te mete. Envasada em uma
espécie de granada de plástico. Pinga de bandido.
Prestenção: a embalagem de Corote é de prás-ti-co.
Eu fico me perguntando de onde foi que a portuguesa inventou
essa parada da tal troca de vasilhames.
Hipóteses:
Ela está montando uma instalação nos fundos do bar.
Ela coleciona. Acha as granadas de plástico muito fofas e
tem dó de se desfazer.
Ela usa como recipiente pra fazer gelinho de pinga e vender
em dia de jogo.
Aquela pocilga decadente é apenas um negócio de fachada.
A principal fonte da renda da família seria as granadas de
fabricação caseira, exportadas quinzenalmente para o
Oriente Médio.
Quer mesmo saber?
Aqueles bigodes não me enganam.
03 julho, 2008
02 julho, 2008
sobre minha crise alérgica.
Tudo sob controle agora, ontem fez uma semana que sai do tal
coma de fabricação caseira e estou me recuperando muito
bem, Monique.
Mi, tudo indica que a crise foi mesmo desencadeada pelo
estresse, aquele ingrato.
Silvinha, utilizo os princípios da homeopatia com o filtro
da minha conveniência. E, você bem sabe, minha
cara-de-pau não conhece limites. Mas me conta: o que
seriam remédios mais alegres, hein? Eu quero! :)
Rubia, agora que passou, eu penso: somatização? Nem. A
julgar pela brutalidade, acho que foi exorcismo mesmo. E dos
bons. :)
Passou.
29 junho, 2008
Sozinha em casa, tive que buscar coragem onde eu nem sabia
que tinha para chegar dirigindo ao hospital mais próximo,
sob suspeita de estar com dengue. Foi tenso.
Ana Eritema Almgren era meu nome.
Diagnóstico: reação alérgica de origem desconhecida
e desidratação.
Passei três dias numa espécie de coma induzido pela
associação de metoclopramida e anti-histamínico, duas
vezes ao dia. Chumbo grosso.
Hibernei.
Enfraqueci dois quilos mas sobrevivi. Isso eu recupero
facinho.
Soube depois que os homeopatas consideram as crises
alérgicas uma benção, oportunidade para o organismo
expurgar os excessos de toda ordem e se purificar.
Sei.
Pra mim, foi coisa feita.
Nem vem.
Se bem que estou me sentindo bem mais forte e mais serena
agora.
Sinistro.
20 junho, 2008
www.radioeldorado.com.br
Entra no Eldorado Jornalismo.
RG e CPF apenas.
Vai.
Chega de impostos, mordedeus.
Silvinha assiste.
Rúbia e o marido também.
Juntando mais eu e o Auki, somos cinco.
Caramba. Tudo isso?
Monique, isso mesmo.
Mucura é um tipo de gambá, só que bem mais feio.
Aliás, feio pra burro.
A piada consta nos arquivos de fevereiro, quarta-feira de
cinzas, quando Igor atualmente residindo em Santarém,
resolveu comer meio rato. Não devia estar bom.
Rezinha, mãe do moleque, me ligou pedindo que eu ligasse
pra Deus Grego (suspiros), vet. de Godzila.
A idéia é que Igor devore meia mucura para que eu tenha
assunto para ligar novamente.
Meia mucura tem bem mais glamour do que meio rato, concorda?
Letícia,
Seria eu a menina que roubava livros?
Medo de mim. :)
Mi,
Eu e minha franja, desde criancinha, né?
Mas já tá crescendo.
A franja, não eu. ;)
Milladdy,
Manda endereço do seu blog para eu atualizar os links do
Ventilador.
Sumida, você.
Monique,
Você sabe que eu sou uma viciada patológica em seriados
e em Häagen-Dazs, né?
Caia da cama e veja Pocoyo, logo às 7 da madruga, no
Discovery Kids. Coisa mais linda, você vai amar.
Às nove, tbm no Discovery Kids, tem Charlie e Lola. Presta
atenção naquela direção de arte. Inveja.
Domingo é um dia meio ingrato, eu sei, mas olha, recomendo
fortemente The Big Band Theory, Warner, 11h30. Sheldon, o
nerd mais encantador do planeta. Gente esquisita me agrada.
Ainda na Warner, 12h30, Two and a Half Men. É cáustico.
Amo. Preciso de uma Berta para colocar ordem na minha vida e
seu fosse mãe de um menino, seria o Jake. :)
Às 14, Cold Case, Warner, e pra mim isso não é
seriado. É cinema. Sempre choro no fim. Um primor de
roteiro, trilha, pesquisa. Tudo.
Às 15, Law & Order, na Universal, embora eu nem goste
tanto assim.
Permaneça onde está, e veja House, às 16h (suspiros) e
Law & Order SVU na seqüência (deste sim, eu gosto).
Depois tem Monk e suas neuroses fofas, ainda na Universal,
às 19h.
E, claro, às 21h, Pushing Daisies, na Warner. Peça
pizza.:)
Isso tudo sem falar na dobradinha Friends e ER, logo às
nove da matina, na Warner. Clássicos obrigatórios, eu
tinha esquecido.
Madrugada de quinta, eu revi Brilho Eterno de Uma Mente sem
Memória.
Pensa numa mulher chorando.
Oi.
Jorge,
Eu te falei que adoro Charlie e Lola?
19 junho, 2008
> - Vai, a gente faz caber (eu amo isso)
> - Vem, isso, mais pra atrás, vem, aê, aêê.
> - Conseguimos.
> E ele, completamente embriagado prosseguiu:- Eu vou
> comprar um estacionamento pra mim.
> - Eu sei que vai. Vai na fé
> - E eu só vou aceitar mulher. Porque mulheres que nem
> você sabem estacionar, respeitam a gente. Outro dia eu
> quase apanhei de um cara.
> - Então cuida do meu carro pra mim.
> - Então me dá um cigarro.
> - Mas eu não fumo. (se tem uma frase que eu amo na vida
> é essa)
> - Mas você pode me dar dois reá pra comprar um maço.
> Esse é o tipo da coisa que faz a vida valer a pena.
>
> Mi, apenas vc entende minhas piadas sobre fadinhas.
> Acredita?
>
>
>
18 junho, 2008
17 junho, 2008
com o uso de um chapéu moderninho, até que a franja
estraçalhada atinja níveis aceitáveis de
exposição.
Bingo!
Bem mais confortável do que uma máscara de ferro.
Monique, sabiamente, aconselhou as presilhas.
Vou tentar também. : )
Klein, beijo na testa sempre chega lotado de mensagens
ambigüas.
Notou?
Difícil decifrar, chega a causar uma certa angústia.
Pode denotar amor e/ou carinho profundo, do tipo
estou-contigo-pro-resto-desta-porra-da-minha-vida, amor
platônico inconfesso ou desprezo da pior espécie, tipo
me-esquece.
Medo, viu?
Sempre tive.
Bora tomar uma cerveja, dia desses.
A gente vai se divertir
Trust me.
Me ligua.
Domingo, 3h40 da madrugada, vindo da Luz (?), entro na
contramão, em plena Av.Tiradentes, sentido bairro (!).
Nem foi culpa minha, e nem estava eu imensamente embriagada.
Fui induzida ao erro, sinalização péssima, tenho
testemunha.
Mas, eu conto pra vcs, a emoção é forte.
As luzes vindo ao contrário...
Manobras rápidas, antes que.
É forte.
Sem falar que posso dizer que estou na última moda.
Hu! :Tedouumdado? : )
Auki! e Thiago, meu JohnyWalker predileto, tão queridos
vcs.
YSL perda imensa, não foi?
Sem falar naquele drama feminino: se vc não se veste com
os braços do homem amado {pq ninguém te ama}ou com um
modelito YVL, vc faz o que da vida?
Se mata, né?
Concordam?
Cacau,
Quando fico muito tempo sem postar nada, sempre lembro da
sua síndrome de abstinência.
Perceba a importância. Te juro: )
Jorge, querido,
Minha vida não me permite o direito de declarar 2008 um
ano sabático, entende?
Difícil, mas vamos em frente.
Eu não sei andar no centro da minha cidade. Vergonha.
Não consigo me localizar.
Praticamente uma falha de caráter a minha.
Sábado, 22h, e eu, de chamisie plissado preto e bota cano
longo, tentando chegar na General Jardim.
Lugar impróprio para uma mulher direita e sozinha, eu sei.
Falta de cavalheirismo do anfitrão.
Mas eu fui.
Eu, sem noção, na São Joaquim.
- Moço, como eu faço pra chegar na General Jardim?
(perceba meu olhar de súplica)
- Olha, eu não sei. Mas vai aqui em frente, pega a
Brigadeiro, vira na segunda à esquerda e depois pergunta.
Adoro gente assim, que não sabe mas resolve.
Ruth, adorei te conhecer também, toda cheia de vergonha,
eu.
Sou tímida.
Certamente a gente vai conversar novamente.
Questão de combinar.
Enquanto isso, morreu Jamelão.
Fredico, cadê tu?
Saudade, Fred.
Escreve pra mim.
Escreve?
Precisando imensamente do seu ombro.
Aquele ombro, de arame farpado. O lado se, aquele mais
carrancudo.
Preciso muito.
Ela estava sozinha no quarto.
Enquanto ele se banhava, ela apenas observava, sem nada,
nada invadir.
Na estante, muito parecida com a que ela tem na entrada da
sala de estar, havia um livro sobre cinema. 1001? Ou 101
filmes?
Disso ela não se recorda.
Na outra estante havia uma arma.
Um revolver. Uma garrucha?
Ela dormira com um homem armado.
Não era um revolver. Era uma garrucha.
Desta vez, ela nem sentira medo.
Ela não havia percebido.
E gozara como nunca.
Fez massagem nos pés.
E tentou não se apaixonar.
El ele não ligou no dia seguinte.
A poíicia investiga o caso.
Esta foi a terça-feira mais fria do ano.
Domingo, quase 13h30.
- Vc vai à uma festa?
- Não, estou voltando.
E ela nada mais perguntou.
Eu amo minha mãe.
13 junho, 2008
Faz tempo.
Desde então, parei tal hábito pernicioso.
Mas ontem, foi mais forte do que eu.
E eu nem posso dizer que fiz sozinha. Pior. Pedi que
fizessem por mim.
Enfim, cortei a franja e o resultado ficou um tanto
diferente do jeito que eu pedi pra moça cortar.
Por sorte, cabelo cresce e o meu cresce muito rápido.
Restam-me algumas saídas honrosas para os próximos 15 ou
20 dias:
1- Presilhas + tiara
2- Bandana
3- Boné
4- Turbante
5- Burca
6- Coma induzido
7- Máscara de ferro.
Oi, meu nome é Ana Cascatinha Almgren.
Quer ser meu amigo mesmo assim?
:)
Depois de o modem sair pra comprar cigarro e voltar, na
cara-de-pau, quatro dias depois e sem nada explicar, chegou
a vez da TV, que desde o começo da semana entrou numas de
brincar de fantasminha.
Assim: voce liga e ela funciona normalmente. Coisa de 15
minutos depois, a imagem some. E fica apenas o som. Dá
medo.
Nas primeiras vezes, eu desligava, dava um tempinho. Ligava
novamente. Às vezes funcionava, às vezes não. Um
inferno isso quando você está vendo Cold Case, por
exemplo. Dá raiva.
Foi quando eu descobri a vocação para mulher de soldado
da Tevezinha Poltergeist, aquela vagabunda.
Dei porrada. Uma só. No jeito. A imagem voltou.
Ela gosta mesmo de apanhar. Um perigo, isso.
No decorrer da semana, convivemos dessa forma: entre socos e
pontapés.
Acredito que essa seja uma conduta de risco, uma vez que pra
eu partir pra algo mais forte tipo toalha molhada ou taco de
beisebol tá facinho.
Hoje, a safada tá abusando da sorte. Tela negra durante o
Bom Dia Brasil. A luzinha vermelha piscando no painel. E
apenas o som funciona[va].
Agora, parece, desencarnou de vez. E eu nem toquei nela.
Tô te falando, doutor.
É. Boa sexta-feira 13 pra vocês também.
09 junho, 2008
30 maio, 2008
Quatro mulheres, duas adolescentes.
Tomei mais sol do que Rochinha de groselha.
Nem fiquei vermelha.
Quase comportada, mais comi do que bebi.
Mais pensei do que dormi.
Sonolenta, mais andei do que corri.
Pulei mais ondas do que refeições.
Fiz marquinha de biquini e planos para o futuro incerto.
Não joguei frescobol. =[
Não comprei besteira. =]
Não li nem escrevi.
Cochilei durante Duro de Matar 4.
Capotei durante As 10 Coisas Que Odeio Em Você.
Dez é pouco.
Falei mais bobagem do que nunca.
Até enquanto dormia. Acho.
Noite de quinta-feira, litoral, supermercado:
- Eu sei, estou me tornando uma pessoa insuportável nesta
minha fase eu-amo-granola. =]
- Tudo bem, Ana.Vamos levar brocólis para o jantar.
- Brócolis combate radicais livres, gentem. =]
- Mas eu sou militante do MLR, Movimento Liberdade para os
Radicais.
- Ok,queremos um mundo melhor com todos os radicais
plenamente livres. Liberdade para os radicais! Now!
Desencana do brócolis. Eca! =]
Sexta-feira, litoral, café da manhã, antes das 10 da
madruga:
- Semana passada, fui fazer endoscopia.
- Deu tudo certo?
- Nada, vou ter que fazer de novo.
- Hahahahaha, sortuda.
- ?????
- Sei de gente capaz de inventar sintomas medonhos por uma
endo. Diz que o sedativo é uma maravilha e nem vende em
farmácia. Tipo maldade. Coisa pra obrigar mesmo o
cidadão a se hospitalizar.
- Num senti nada. Só fiquei meio grogue.
- Acho que é essa a idéia: pilequinho medicinal incluso
na diária da internação e sem ressaca. Eu quero!
- Mas por que vai ter que repetir o exame?
- Tinha resíduo de alimentos no estômago.
- Num fez jejum, doida?
- Fiz, de 10 horas.
- E ainda tinha tinha resíduos? Xi.
- Isso não é normal?
- Não muito. Porque, até onde a gente sabe, você não
é um tubarão. =]
Assistindo ao Mulheres, vi a dupla sertaneja Admistrativo e
Financeiro cantando.
Te juro. Eu vi.
Lembrei-me de que, quando estava em Manaus, sugeri
informalmente aos amigos a formação de uma dupla
sertaneja chamada Copaíba e Andiroba. Sucesso garantido
nas paradas locais.
Quase apanhei.
O mundo é muito injusto comigo, às vezes.
Né? =|
Eu volto para responder aos comentários. Não esqueci.
Tudo anotado.
22 maio, 2008
não.
Vou descer agora para a praia. Primeira vez que viajo
sozinha com Caveirão. Encontrarei os amigos. Vou caminhar
muito, pretendo abusar do sol, fazer marca de biquini e
falar muita bobagem.
Levo livros, canetas, caderno de notas, mais bebida do que
comida. Duas cadeiras, nenhum guarda-sol, filtros 30 e 50,
travesseiro e edredon. Muito mais roupas do que o
necessário, óbvio, porque essa onda de terremotos está
um horror. Vai saber.
Vou voltar cheia de assunto e prometo responder a todos os
comentários. Oremos.
Não me queiram mal, sim?
PS: cês viram a doida que, tarde demais, descobriu que
tava sem grana para o pedágio e voltou pela contra-mão?
Sabem que esse é um pesadelo recorrente meu, né? Pavor.
Permaneçam rezando, por favor. : )
19 maio, 2008
10 maio, 2008
09 maio, 2008
05 maio, 2008
é: o Ronaldinho vai renunciar ao cargo de embaixador da
Unicef quando mesmo, hein?
Dias difíceis por aqui.
Nem tristes. Nem complicados. Tampouco dramáticos.
Apenas trabalhosos. E cansativos. E friorentos.
Noite de domingo, parei pra ver um pouquinho de Priscila, a
Rainha do Deserto.
Só pra desanuviar, enquanto as meigas gotinhas de
passiflora e valeriana não fazem efeito.
Me baixou uma Dita forte, com roupa de bater e lenço na
cabeça.
Estou aproveitando, desde quinta-feira, os dias de folga
para colocar ordem na casa. Zona federal, embora olhando nem
pareça.
Papéis e documentos inúteis em todos os cantos. Até
agora foram para o lixo cinco sacolas lotadas de contas,
faturas, estratos, bilhetes de amor, listas de compras,
receitas médicas [de Godzila, inclusive, com caligrafia de
Deus Grego :], recados com letras ilegíveis, anotações
com letras ébrias, recortes de jornal sem importância
aparente, sobrou nada. Papéis que já foram tesouros,
hoje, tralhas picadas. Lixo.
Toneladas de conteúdo do meu passado reviradas, revisadas
e descartadas, em 36 horas de triagem rigorosa e um certo
sofrimento.
Pensa, ainda nem cheguei na metade.
Remexer o passado empoeirado exaure. Mas o desapego renova.
Quando eu terminar, a casa vai ficar bacana. Dizem. Eu tento
crer.
[bocejos]
Era bem mais legal quando eu acreditava que as fadinhas do
bem, Passiflora, Passifauna e Valeriana, vinham de noite,
arrumavam tudo, limpavam, passavam e abasteciam a geladeira
com guloseimas enquanto eu dormia. Bem mais legal.
[sobe trilha com xilofone]
Eu tenho problemas com fios.
O fato de eu ter nascido com o cordão umbilical enrolado
no pescoço revela outra seqüela jamais citada: tenho
problemas com fios em geral, fios elétricos em especial.
Não consigo lidar com eles, não tem acordo.
No início do século, trabalhei com um diretor de arte
que diariamente enrolava o fio do meu carregador de celular
de um jeito tão legalzinho. Eu tentava imitar. Nunca dava
certo. Ele passava nervoso com minha incapacidade
psicomotora. Desistiu de me ensinar.
Hoje, tentei, juro que tentei, domar a maçaroca
indecifrável de fios e cabos (odeio cabos) que se esconde
atrás do micro e da TV.
Fios têm vontade própria e ausência de comportamento
lógico. Pelo menos os daqui de casa.
Melhor esconder a maçaroca como está.
É de ordem neurológica o problema. Só pode.
[bocejos]
Lanchinhos prediletos, nestes dias de tarefa insana:
queijo coalho no palito
papinha de mamão com laranja-pêra
banana grelhada com aveia
sorvete light (cof, cof) de creme com calda maracujá
Talento Intense Amêndoas (a-do-ro, apesar do nome de
xampu)
Chocolate quente na padaria
Ou termino logo de arrumar esta casa ou meu destino será
mesmo ir morar no mar.
Com as baleias. = ]
[bocejos]
Durmam bem.
29 abril, 2008
porta-mala do carro. Mancada minha.
Foi mais ou menos assim: antes de chegar em casa, passei no
supermercado, fiz comprinhas rápidas.
Muito raramente eu faço isso mas naquela tarde ensolarada,
sei lá o que me passou, joguei tudo na 3a porta do
veículo.
Chegando em casa, fui retirar as compras e senti algo
estranho. Me-le-ca.
O cara do posto achou que precisava completar o óleo do
motor. Sobrou quase ½ litro. Custa uma grana aquilo. Isso
faz um tempinho. Então a muquirana que vos tecla fechou o
frasco com força, colocou numa sacolinha bem amarradinha
e, pimba, porta-mala. Sabe gente besta? É.
Perceba que era necessária uma providência urgente,
inadiável. E assim foi.
Cena 1:
Domingo - por volta das 17h.
Peguei o carrinho que fica perto da minha vaga na garagem do
prédio. Ajeitei as sacolas lambuzadas, a linda mochila
rosa da academia com imperdoáveis marcas de óleo, a
minha bolsona e o meu casaco com capuz (!), porque
definitivamente o meu termostato pifou. O carrinho tava
quase cheio.
Nenhum vizinho me viu.
Cena 2:
No hall do térreo, chamei o elevador que veio do subsolo.
Ao abrir a porta, dei de cara com o meu vizinho quase idoso
do apartamento em frente, acompanhado da sua inseparável
poodle branca, que também já tá mais pra lá do que
pra cá.
Subimos em silêncio amistoso, nós três e o carrinho
gigante. Notei que ele observava tudo com atenção.
Sabe gente que fica reparando compra dos outros na fila do
caixa?
Esse velhinho é dos meus.
Ele entrou no seu ap., desejou-me boa noite e fechou a
porta.
O carrinho-Hammer não passa pela porta de casa, de modo
que eu descarreguei as compras, silenciosamente, no
corredor.
Cena 3:
Com a porta do meu ap. aberta, deixei as compras na cozinha,
bolsa e casaco na sala, levei a mochila para a área de
serviço. Em cima da mesinha da sala, havia uma Veja.
Arranquei varias páginas. Voltei a área de serviço e
peguei 4 raquetes de frescobol que estavam sobre o cesto de
roupa suja desde janeiro. Joguei tudo dentro do carrinho e
fechei a porta de casa, sem trancá-la.
Notei uma sombra sob a fresta da porta em frente. Ainda acho
que era a poodle.
Cena 4:
Minha vaga na garagem fica de cara com a porta de serviço,
a poucos passos do elevador. Em dias de chuva e de compra de
mês, é uma mão-na-roda. Em termos de privacidade, quem
passa, tudo sabe, tudo vê.
Abri o porta-mala e comecei a forrar o carpete com as folhas
de revista que estavam no carrinho-Hammer.
Surgiu Velhinho Japa, que se amarra numa boa prosa.
Notei seu olhar de estranheza quando coloquei uma folha da
revista e uma raquete de frescobol no carro. Olhou para o
carrinho com mais folhas e mais três raquetes e continuou
parado.
Velhinho Japa não me disse boa noite e seguiu rumo ao
elevador.
Cena 5:
Segunda-feira - 8h.
Desci com cabelo espetado e olheiras profundas segurando
escova de limpeza, vasilha plástica pequena com algumas
gotas de detergente e uma sacola de supermercado.
Em volta do meu carro, um bando de funcionários planejava
a lavagem da fachada do prédio.
Abri o porta-mala e verifiquei o resultado do meu plano.
Foi um servicinho bem ma-o-menu.
Juntei tudo e voltei para casa, pensando num plano B.
Cena 6:
Segunda-feira - 8h15
No elevador, entraram duas vizinhas de meia-idade falando
alto.
Se calaram ao me ver praticamente de pijama e olhar meio
vago, carregando uma escova de limpeza, uma vasilha plastica
e sacola de supermercado lotada de folhas de revista meio
ensebadas.
E caladas permaneceram até o fim do percurso.
Fiquei falada na vizinhança. Aposto.
27 abril, 2008
24 abril, 2008
23 abril, 2008
21 abril, 2008
Sexta-feira, 18, 13h30.
Eu e diretora de arte entramos no elevador com a porta quase
fechando. Uma moça apertou um botão e nos salvou de um
massacre. Aquela porta é louca.
O dia estava esquisito. E nem era o meu humor que estava
péssimo. Não. Eu era apenas uma portadora de ausência
completa de sono e de traquejo social, sem perder a ternura,
que agradeceu polidamente a gentileza da desconhecida e
começou a ler a página de esportes do Metro.
Minha dupla foi bem mais simpática. Aliás, ela sempre
foi.
No trajeto entre o térreo e o primeiro andar, começamos
a desconfiar que simpática desconhecida era uma pessoa
interessada na vida das pessoas e na razão social das
empresas. Aquele tipo de gente movida pela curiosidade.
- Que andar vocês vão?
- Xis, por favor, obrigada.
Simpática Desconhecida, solícita, apertou o botão do
nosso andar e o do andar dela, que pra nossa sorte, era
apenas o X/3. Pertinho. Foi nessa hora que ela assim, como
quem não queria nada, indagou:
- Nesse andar que vocês vão tem o quê?
- Você quer realmente saber?, pensei.
- Uma agência, respondeu a diretora de arte que, alem de
simpática desde criancinha, tem um traquejo social muito
melhor que o meu.
- E o que mais tem lá?
- Um cofre, um cheiro estranho nos dias de chuva, formigas,
a melhor pizza da cidade, sem falar do mistério da mesa de
luz, cujo tampo de vidro quebra a cada semana e já quase
matou dois, pensei enquanto virava a página do jornal.
- Só tem essa agência mesmo, ocupa o andar inteiro,
disse a diretora de arte começando a estranhar o
inquérito.
- E o que vocês fazem lá?
- A brincadeira do copo sobre a mesa de luz, quando os caras
da vidraçaria conseguem consertar a mesa no prazo, o que
raramente acontece, pensei.
Comecei a achar que teria ocorrido um assassinato no
prédio, daqueles que não repercutem largamente na
mídia e Simpática Desconhecida era detetive. Por isso
era desconhecida entre nós. Sacou? Sacou? Ham? ; )
- Somos uma dupla, redatora e diretora de arte, respondeu
minha dupla.
- Errada a resposta, amiga. Melhor seria dizer que somos da
equipe de serviços de apoio: você é a moça do café
e eu sou da faxina.
Que bela chance desperdiçamos, pensei.
Finalmente chegamos ao andar de Simpática Desconhecida e
pela primeira vez em todos estes meses, eu me dei conta do
quanto aquele elevador é lerdo. Rende assunto e era dia
que eu apenas queria ficar quieta.
Chegamos na agência que não tem cofre [citei pra dar
climinha noir :], mas a mesa de luz tem história. Ah, tem.
Olhei para a recepcionista, uma jovem linda e sorridente.
- Voce tá vendo aquela mocinha ali? Pois ela está
sentada na mesa diante do computador apenas pra verificar
seus recados no orkut. Hora de almoço. Ela é do setor de
limpeza de janelas. Limpa todas, diariamente. Pendurada pelo
lado de fora. Faça chuva ou faça sol, pensei.