11 junho, 2015

Pode parecer confuso, mas é bem simples. 
Os relatos da minha viagem a Lisboa vão rolar em duas etapas: a primeira, do embarque até a chegada ao destino ficarão aqui. A jornada propriamente dita, vocês vão ler no  http://migre.me/qdLdJ

Aguardem. ;)
[11 de junho de 2015]

Operação Lisboa 2015 – Parte I 
SP-07-06-15

Ao aeroporto:
Estou atrapalhada com a bagagem. Na última hora decido colocar mais umas roupinhas na mala, mais bolsas, mais lenços. Mais peso para carregar. No caso, chumbo.
Já é noite e chego ao aeroporto de Cumbica, sem que eu me perca. Bendito seja São Waze. Mas o santo dorme na hora de localizar o estacionamento onde eu devo deixar o carro. Estou na rua correta. Mas onde fica o bendito 917 é o enigma.  Paro em um local escuro onde está um grupo de motociclistas. Desço do carro para perguntar. Um dos rapazes, em uma moto,  diz para eu segui-lo até o local. Em três minutos, chego ao meu destino, mas nunca persigam um estranho numa noite escura. Nem em dia claro, vamos combinar assim.
Entro na sessão de embarque empurrando um carrinho, cuja bagagem consiste em uma mala jumbo extra plus, uma mochila de lona, minha bolsa e uma vaga intuição de que estou esquecendo algo.
Feito os procedimentos de check-in , clamo por algumas canecas de chopp tamanho jumbo extra plus, mas percebo que não há tempo hábil para tanto. Ok, apenas uma,  sem direito à saideira.
 Pelo muito-alto falante, uma mulher mandona grita repetidamente, em palavras garrafais: - última chamada, portão dois!
E então percebo com tristeza: aquelas moças que nos convidavam gentilmente ao embarque, com voz de locutora de rádio de música erudita devem ter se aposentado. Todas elas.  Sinal dos tempos.

O  voo:
Eu não tenho medo de viajar de avião. Mas confesso que esta aeronave é, digamos, um pouco estranha.  A moça sentada na poltrona atrás de mim acaba mudar de lugar, por causa de uma goteira. Estou com medo.
Minha poltrona fica no meio. Nem janela, nem corredor. Atrás de mim, um infante de uns três ou quatro anos fala sem parar, enquanto chuta cadeira da frente. No caso, a minha.  A noite será longa.
Eu deveria ter bebido mais no aeroporto.
Esta aeronave é bem estranha. Estou com muito medo.  E carreguei muito peso no aeroporto, minhas costas doem. Inclino a poltrona. Não fica nada confortável e o botão de voltar à posição vertical travou. Vou precisar de um massagista, ao  chegar ao meu destino.
As luzes se apagam. Começo a pensar na vida. Não lembro onde eu guardei o papel da bagagem. Morro de sede, enquanto todos dormem. Essa é minha vida.

Recebo um copinho miserável de água sem gelo. Odeio água sem gelo. E quanto mais eu penso nisso, mais eu sede eu sinto. E o sono que é bom, nada. 

12 janeiro, 2015

Atendendo a Pedidos: preguiça, lágrimas, cebolas e afins.

Escrever neste blog foi um hábito que eu perdi há muito tempo. As desculpas são as mais manjadas possíveis: falta de tempo, falta de inspiração, falta de espaço. Mas a grande falta mesmo era de vergonha na cara.


Enfim, já que a promessa de ano novo, aquela eterna, a da prática regular de esporte não tá rolando mesmo, o jeito é (tentar) manter os neurônios minimamente sarados.

Acabaram-se as desculpas. De volta ao Ventilador, então.

=&=


[imagem cebolas]


Cozinhar tem sido um passatempo agradável. Nem sempre eu acerto, mas no geral, tem dado para engordar mais do que o necessário.

Em dia de churrasco, algumas coisas já se tornaram tradição, por exemplo, eu tirar uma soneca antes das visitas irem embora, a gente se esquecer de servir a sobremesa e as nossas aclamadas e queridas cebolas assadas.

Eu não me lembro exatamente como isso começou. Estou certa de que não foi invenção minha. Talvez eu tenha visto em algum programa do GNT, Jamie Oliver é bem provável..

Fato é que elas são sucesso e raramente sobra um teco para degustar no dia seguinte. Desta vez sobrou porque eu, espertinha, aumentei o número de unidades e ainda temos algumas poucas sobras delas para o jantar.

A receita é bastante simples. Mas não vou mentir pra vocês: a choradeira é braba.

E não tem truque, simpatia ou reza braba que amenize, como palito de fósforo na boca, boca cheia de água, cortar embaixo da torneira. Balela, queridos.

Mas sejam fortes. O resultado vale cada lágrima derramada.



Cebolas Divinas

Sejam generosos e calculem uma cebola média para cada pessoa. Ou se acharem mais fácil, comprem cebolas de casal.

A generosidade se aplica também à manteiga.

Não. Não pode substituir por margarina light. Não ouse. Use manteiga da boa e depois passe a semana a pão e água. Vale a pena e você vai me agradecer por isso.

Ervas aromáticas, de preferência, fresquinhas.

Eu prefiro com tomilho. Desta vez fiz com estragão e gostei bastante. Ainda não tentei com alecrim, confesso que tenho um pouco de medo do resultado. Enfim.

Até agora precisamos de:

- Cebolas, de preferências, as roxas. Quando eu fui ao mercado, não tinha. :{

- Manteiga (eu uso sem sal)

- Ervas frescas – sugiro tomilho, orégano ou estragão. Se for difícil achar na quitanda, podem ser desidratadas mesmo. Não deixe de fazer só por causa disso.

Utensílios:

- tabuleiro de borda baixa facilita o manuseio das cebolas, mas pode ser utilizada uma forma comum

- espátula ou pá de bolo para soltá-las do fundo da forma

- papel alumínio

- boleador de melão ou faquinha de ponta fina

- lencinho de papel para as suas lágrimas. Deixe o pano de prato fora disso. :)



Agora vai!

- Descasque as cebolas e corte as duas extremidades, formando uma base plana. Escolha aquela parte que tem a parte mais dura e escave alguns poucos centímetros, com o boleador ou a faca.

- Pode chorar que ninguém ta olhando.

- Terminada a tarefa, lave o rostinho e respire fundo por que o pior já passou. Aproveite para ligar o forno a 180 graus C e tire a cabeça de dentro do mesmo.

- Coloque as cebolas no tabuleiro untado, mantendo algum espaço entre elas.

- Coloque sal e pimenta do reino a gosto em todas elas.

- Agora vem a melhor parte: corte a manteiga em cubinhos ou, se estiver em temperatura ambiente, use uma colher de chá e preencha toda a cavidade.

- A seguir, grude as ervas na manteiga. A quantidade você define

- Cubra as cebolas com papel alumínio, deixando a parte brilhante em contato com o alimento.

- Leve ao forno. O tempo vai variar de acordo com a quantidade de cebolas. No mínimo, uns 25 ou 30 minutos. Você vai perceber que é hora de retirar o papel alumínio quando o aroma estiver se espalhando pela casa e o seu vizinho, prestes a enlouquecer.

- Retire o papel alumínio e deixe apenas dourar mais um pouquinho.

Retire do forno, corte as cebolas em 4 com uma faca afiada. Elas se desmancham em pétalas com muita facilidade. Acerte o sal, se necessário

Ficam divinas com assados e grelhados em geral, saladas, quiches, sandubas, sopas ou com nada mesmo.

Dicas: Jamie Oliver corta as cebolas em cruz e acomoda a manteiga nesse talho.

Eu prefiro fazer as covinhas e aproveito as bolotinhas colocando pra assar na piscina de manteiga que se forma no refratário.

Ele também sugere que coloque as cebolas na mesma fornada com frango ou carne.

Se você se animou a fazer, eu adoraria saber o resultado. Me conta?



Eu não sou de reclamar do calor. Mas olha.