27 dezembro, 2001

O que eu não posso deixar de fazer, mesmo, é desejar a todos vocês, aos amigões de longa data, àqueles que eu conheci por aqui e, claro, às vítimas desavisadas que entram aqui sem saber o que vão ler e dão de cara com esse monte de posts surtados:
um 2002 sereno, cheio de saúde e pleno de conquistas cotidianas dos seus melhores sonhos.
Smack!
Ano que vem, eu tô de volta.
Vem aí um Jamanta no Ventilador repaginado.
Sim, isso é uma ameaça. ;O)
Sobrevivi ao Natal e ao risoto por mim perpretado ( UIA SÓ!! :O).
O que tá ruim de dar conta é dessa pergunta insana: o que eu faço primeiro?
Hunf!
A mochila fica pra amanhã. Godziladen vai pro hotel. Tadinho. :{
(mas, não tem outro jeito)
Voltei pra casa, agora há pouco, pensando sobre a porrada de coisas que deixei de fazer, neste ano.
Foda-se. O que não deu, esquece. Ou, o que é absolutamente necessário, volta pra pegar a senha e entra de novo na fila, no guichê 2002, pliz.
Chega! Preciso descansar um pouco, pelamordedeus!

Arre, que susto!
Passei por aqui só pra dar um confere rápido. Logo, logo, vou vazar da área.
Sigo, amanhã cedão, pra minha última viagem pro Rio, pra casa do Marujo, antes de sua partida.
Meleca.
Chega.
Não quero mais falar sobre isso. :{

25 dezembro, 2001

Tenho que ir agora, pra casa da Cissa-mãe.
Fiquei de preparar um risotinho básico, pro almoção natalino.
Esqueci de passar no supermercado, ontem.
Acho que ainda dá tempo de encontrar alho-poró em algum lugar, né?
Já volto.
Eu consegui.
Não me pergunte como, mas consegui.
Ei-los!!!!
Estão todos de volta. Meus arquivos. Arquivinhos tão queridos.
É, praticamente, um presente de Natal.
Meleca. Ontem, eu dormi. Acordei e já tinha terminado o show do Eric Clapton.
Nem preparei a sopa Campbells.
Bosta.
Mas assisti à Missa do Galo, inteirinha.
Chorei pra caraio.
E como bem disse o Leo, Natal é uma época em que se chora por qualquer motivo. Até em inauguração de sacolão.
É verdade, Leo. Smack, adorei sua mensagem. ;O)
Eu confesso: choro também ao assistir comerciais do Mc Donalds. Até aqueles promocionais. Xá pra lá. :O)

24 dezembro, 2001

Vou abrir um champaghe que ganhei de presente.
Tive notícias de que a Record vai mandar pro ar o show do Eric Clapton, gravado lá, no Rio.
Ueba! Eu tava lá.
Vou tomar banhão, abrir minha lata de sopa Campbells de legumes e vestir minha camisola nova.
Merry Chrystimas! (hum, a grafia tá estranha, foda-se)
Um grande Natal pro cês.
Tá decidido.
Vou ficar por aqui.
Noite de Natal sozinha em casa, com Godzila comigo.
Relax. Não é a primeira vez.
Sem sangue, sem sangue.

23 dezembro, 2001

Voltei.
Comi pra caraio.
Ganhei um montão de presentes da Cissa-mãe e das minhas tias.
Ueba! Jama vai dar uma repaginada geral pra 2002. :O)
O que aconteceu em 24 de março?
Que milagre cometeu São Bento?
Tá.
Fui dormir.
Esquece.
Ok. Estou voltando a dormir.
A pergunta que não quer calar é: é 24 de maio ou 24 de março?
Grrrr.. Eu sei que estamos em 23 de dezembro, engraçadinho :ppp
Acho que vou voltar a dormir mais um pouquinho.
Desta vez, no sofá.
É mais seguro. Dá de o Godzila vazar pro meu quarto, de novo... Não convém abusar da sorte, certo?
Certo.
Daqui a pouco, tem almoção na casa da Cissa-mãe.
Vou ganhar presentes de aniversário.
Posso confessar?
Adoro ganhar presentes.
A vida dura me faz esquecer que, de certa forma, eu mereço esses carinhos...
Bosta.
E vê se lembra de corrigir o sal na farofa de formiga.
Esqueci de postar.
Amanhã é aniversário da Bia! :ppp
Saudade daquela pateta. Pateta, não. É uma jamanta. Sim, a Bia consegue ser mais anta do que euzinha. Pasmem, ela consegue, embora negue até a morte.
Sei que ela não lê essa porra, mas, foda-se.
Estás ficando velha, hein, Bioca? :pp
Momento cultural-gastronômico:
Refogue as tanajuras (ou formigas-içá, como preferir) em banha de porco.
Jogue um caraião de alho.
Deixe fritar um pouco.
Mande a farinha de mandioca pra panela e chame o povo.
Boa sorte.
Oba!
Daqui a pouco vai ter receita de farofa de formiga içá.
Mal posso agüentar minha ansiedade.
Sim, as manhãs de domingo são um poço de cultura.
Agora estou aprendendo um pouco sobre doenças respiratórias em bovinos, enquanto não começa a missa do Padre Marcelo.
Definitivamente, vou cancelar minha assinatura da NET. Acabo de descobrir que estou jogando dinheiro pela janela.
Ontem à noite, eu surtei feio.
Melhor esquecer.
Dormi como uma pedra.
Nada como uma boa e velha noite de sono pra revigorar.
Como eu disse, o surto foi brabo.
Entrei no quarto, fechei a porta e morri.
Ao amanhecer, notei algo estranho na minha cama.
Caraio.
Godzila vazou pela porta.
Dormiu comigo.
Meleca!
Há anos ele foi proibido de dormir comigo. O trombadinha costuma rasgar meu edredon, comer sapatos, fazer o diabo enquanto eu durmo.
Quando abri os olhos e senti um ser encontado em mim, gelei.
Na hora, pensei: danou-se.
O filho da puta estava dormindo com as 4 patas viradas pra cima e roncava como um dinossauro bêbado.
Foi cena de filme. Eu olhei pra ele. Ele abriu os olhos devagarzinho. Continuava com os quatro cotocos virados pra cima.
Ele olhou pra mim e fez cara de quem pensou: danou-se.
É Godzila, danou-se mesmo. Sai já daí, menino.
Cara folgado!
Hunf!
Já fiz a inspeção.
Tudo normal por aqui. O pobrezinho deve ter ficado tão feliz de dormir novamente na minha cama que até esqueceu de comer meus sapatos.
Deus é pai, é o que eu sempre digo. :p
Pequenas empresas, grandes negócios.
Taí outro pograma lesgal pra domingão de manhã.
De madrugada, melhor dizendo.
Apareceu uma velhinha que fatura 15 conto por mês vendendo churros.
Taí.
Como não pensei nisso antes?
Vou dar um pé na bunda do meu chefe e vou montar um carrinho de churros.
Quanto custa o litro do óleo diesel?
Óleo de soja faz mal à saúde.
A pergunta que não quer calar é: que diabos aconteceu de importante em 24 de maio, a ponto de merecer ser nome de rua?
O engraçadinho de plantão que me responder que é o dia seguinte de 23 de maio leva um soco, combinado?
Acordei cedão.
Antena Paulista é mesmo um pograma lesgal.
Deu vontade de pegar o metrô e desembarcar lá no Mosteiro de São Bento.
Boas recordações.
Quando eu era adolescente, costumava pegar bumbão mais metrô e ia ao centro da cidade, comprar livros na 24 de maio.
Na volta, eu parava lá na igreja. Era lindo. E me dava uma paz tão grande.
Preciso voltar a fazer isso.
Como a gente esquece de hábitos antigos, né?
Tudo culpa dos shoppings.
Odeio shoppings.
O que não posso dizer o mesmo do Submarino. ;p

22 dezembro, 2001

Voltei do shopping.
Não. Não comprei minha FDP da Mavica.
Fiquei com dó de endividar a minha família até 2009.
Além do que, no shopping tava custando o olho do cu.
Na americanas.com tá mais em conta. Digamos, uma xoxotinha-papai-mamãe.
Ops, esqueci de avisar pra tirarem as crianças da sala. Sorry.
Notaram que por mais que eu vá lá no Blogger e tente dar um jeito nos meus arquivos, eles continuam se fazendo de bestas, né?
Liga, não. Devem ser crianças mimadas. Devem estar fazendo isso só pra chamar minha atenção.
MEEERRRDAAAAAA!!!!!!!!
Estarei viva em 2009?
Foda-se. Vou deixar essa dívida pros parentes.
Vou comprar minha Mavica.
Nada que um "borrachão" não resolva.
Já vorto. ;O)
Eu sei, tô enrolando.
Tenho que sair, encarar um shopping center na peitada.
Não tem como fugir: presente pra Cissa-mãe, pra Oli, pra mais 4 crianças - a minha afilhada inventou de nascer no dia 29, o que resulta em mais 2 presentes, a caixinha de Natal pros porteiros do prédio, consulta veterinária, banhão, corte de unhas e vacina pro mala do Godzila (he,he, adoro vinganças ;p) e a facada de almoçar no shopping.
Ou seja: minha tão sonhada Mavica FDP75 fica estilingada pra 2009.
Ma-nhê!!!!
Adorei jantar com a meninas, rimos pra caraio e, ao chegar em casa, tinha um monte de mensagens lindas, lindas, desejando um Feliz Natal pra mim, pra Oli e, pasmem, até pro Godziladen.
Posso confessar?
Segura essa: eu a-do-ro Natal.
Meleca. Choro pra caraio. Mas eu adoro festejar o Natal.
Ganhei um montão de presentes, nesta semana.
A maioria deles eu classificaria no segmento presentes existenciais.
Cá entre nós, é o melhor que existe, não? :O)
Jantar no Jabuti, o bom e velho Jabota, com a Alê Ber, totalmente Briget e repaginada mais a Rezinha, manuela, é o máximo.
Jantar? Eu teclei "jantar"?
Hum... Foi força de expressão.
Acho que foi a Rê, não lembro. Alguém pediu ao garçom: Iscas de Peixe. (eu nunca, em sã consciência, batizaria um prato com esse nome, mas, cada um com os seus pobrema, né?)
Fiquei lá, esperando.
As ditas chegaram à mesa.
Fiquei lá, olhando.
Hum.. tem alguma coisa errada.
A pergunta que não queria calar era: iscas de peixe não seriam minhocas?
Xá pra lá.

20 dezembro, 2001

A menina-lagartazul, aquela lá do www.mundissa.com/lagartazul/ , sab? Ela postou a Quinoterapia. :O)
Grande argentino, o Quino.
Um sujeito capaz de criar uma criatura com o perfil da Mafalda, só pode ter o meu profundo respeito.
Aliás, conheço grandes argentinos.
O Quino, pelos quadrinhos, e a Amália, esposa do Mau, uma criatura maravilhosa e divertidíssima.
Adoro o Quino. (eu nunca na vida o perdoarei por ter assassinado a Mafalda).
E Amália, sua batata está assando, mulé!
Manda notícias!? ;O)
Sacanagem.
Tá certo, que, brincadeiras a parte, todo brasileiro a-do-ra ver argentino se foder.
Mas, não é esse o caso, né?

19 dezembro, 2001

Acho que não estou bem.
Volto abanhã.
Não saia daí. ;O)
Berda.
Tô assistindo ao Pohgraba do Ratinho, esperando o Show do Bilhão cobeçar.
Definitivanbente, hoje dão é beu dia.
Não estou achando beu frasco de Naridrin.
Berda!
A pergunta que não quer calar é: pra que diabos serve uma cédula de 2 reá? Me diz.
Já sei. Vai surgir um engraçadinho de plantão a responder: mais vale uma nota de 2 reá na mão, do que 2 de 1 reá voando.
Há,há,há.
Eu sei, eu sei. Essa foi podre.
Esquece.
Ai.
Beu dariz tá entubido e ainda tô com gribe.
Beleca. :/

18 dezembro, 2001

Hoje é terça-feira, né?
Juro. Tô perdendo a noção de tempo. O Natal é daqui a uma semana, é isso?
Tá uma pauleira desgraçada por aqui.
A gripe me pegou de jeito, mesmo.
Eu me olho no espelho e vejo uma Jamanta Red Nose. Hunf!
Ainda não sei como será meu final de ano, se vou ter uma folga a mais, no trabalho.
O fato é: te-nho que ir ver a árvore de Natal, lá na Lagoa, encontrar meus amigos cariocas (tô morrendo de saudade deles, como por exemplo, dar um soco na Bia, na Ana Ice e na perua da Liginha, encher a lata com o Mau e renovar o repertório de piadas sobre argentinos, né Amália? Enfim, saudade deles. Vê se mandam notícias, bando de desertores :ppp)
O tempo tá passando depressa demais.
Ainda não comprei o presente da Oli, da minha mãe e do meu amigo secreto.
Aliás, todo ano eu prometo a mim: nunca mais vou participar dessa porra de amigo secreto. E cá estou, de novo. Grr.
Submari-nô, lá vou e-eu! :{
(odeio shoppings)
Chegamos em Nikiti, a bordo do santo taxista, puto nas calças, com o fedor dos gambazinhos e com a porrada de bagagem pra descarregar.
Num canto do jardim, um saco imenso de ração abrigava o corpo da pequena Yoko. Foi uma iniciativa da nossa querida Santa Carmem, que cuida como uma mãe, dos cães do Marujo.
Durante a madrugada de sexta para o sábado, uma criatura insenta de alma envenenou a minha pequena Yoko. Ela seria minha. O Marujo a tinha me dado de presente. Era uma pequena filhota, inocente, de apenas 6 meses de idade, brincalhona, divertida, incapaz de matar uma mosca, que tentava apenas imitar os adultos, a Orca e o Redinho, na guarda do portão da casa.
Yoko era quase minha.
Quando chegou em Nikiti, no início de novembro, parecia assustada. Eu a ambientei na casa. Ofereci um biscoito amigo à ela.
Atrapalhada, desconfiada e nervosa, ela abocanhava o biscoito, corria pela casa toda e me devolvia. Brinquei muito com ela, dessa forma, tentando ensiná-la. Tentando apenas mostrar à pequena Yoko que ela estava entre amigos, e que poderia comer e se deliciar com aquele biscoito. Era a minha forma de dar-lhe boas-vindas.
E ela se acostumou em casa, assim.
Não tivemos tempo hábil pra ensiná-la que não se deve aceitar comida de estranhos. Ela era uma criança e assim devem ser ensinadas as crianças: estranhos, out!
Ironicamente, Yoko morreu dessa forma. Foi envenenada por um algoz que lhe ofereceu a morte, pelo outro lado do muro.
Isso não vai ficar assim. Não mesmo.
Para o seu funeral, não tínhamos uma única flor em casa. Nem de plástico.
Tínhamos apenas um pacote de biscrock.
Escolhi o biscrock verde. E ao lado dele, a Yoko se foi, pra virar esqueleto.
Triste? É. Eu fiquei muito triste e chorei um pouco.
Mas o filho da puta que fez isso vai pagar. Ah! Já deve estar pagando. Meu São Francisco não vai deixar essa passar, assim, impunemente. Confio nele. ;O)
O sábado chegou e, com ele, parte dos meus pesadelos se concretizaram.
1- O Marujo tinha que ir buscar os filhotinhos, para a viagem, lá na clínica onde estavam hospedados.
2- Não tínhamos comprado as passagens - um fato bastante grave - ameaçava chover torrencialmente e descobri que eu tinha perdido o cartão com o telefone do ponto de taxi.
3- Raciocinando um pouco melhor, concluí que precisaríamos, na verdade, de uma frota de taxi pra transportar aquele monte de tralha que a gente tava levando pra Nikiti e isso iria nos custar uma grana preta.
4- Marujo saiu pra buscar os filhotes e eu fiquei aqui, pra tomar banho e arrumar a bagagem pessoal
5- Procurei o arsênico, mas não encontrei. A Nice deve ter guardado no armário de cobertores, como sempre.
6- O Marujo chegou de volta, deixou os filhotes dentro do container, com a caixa enorme das caixas de som e a porra do aparelho de DVD, no pobrezinho do porta-mala do meu Cascão.
7- Tive ímpetos de ligar pra minha mãe, mas acabamos abrindo uma garrafa de Xingú, que tava de bobeira na geladeira.
8- Começou a chover. Torrencialmente.
9- Bebi a Xingú. Na verdade, duas Xingú. Long neck. Dose medicinal.
10- Hora de partir. Godzila, quieto! Tem ossinho e biscrock sobre a mesa pra você, meu filho. Fica na sua, pelamordedeus!
11- Chovia torrencialmente. Deixei o Marujo na portaria e fui lá no ponto de taxi, pra ver se uma alma caridosa daria uma solução pro nosso caso grave.
12- O Osvaldo tava no ponto de taxi. Santo Osvaldo. Osvaldo é um taxista sangue bom, que sempre me socorre quando estou em apuros. Uma vez, eu caí aqui em casa e torci o pé. Amanheci com o pé inchadaço. Uma bolota imensa. Osvaldo me levou pro hospital, teve o maior cuidado comigo. Eu confio no Osvaldo. Cheguei lá e contei minha história triste. Osvaldo é gago. Custou a eu entender qual era a solução que ele sugeria. No final das contas, acabei entendendo: ele parou um taxi e teve um papo de colega pra colega, manja? Conseguiu convercer a taxista a participar da empreitada. E continuava a chover.
13- Foi coisa de filme: dois taxis, em comboio, entrando aqui na garagem do prédio, pra dividir aquele monte de tralha em dois carros. Juntou vizinho pra ver. Foi bonito.
14- Então ficou assim: o Osvaldo levou nossa bagagem, mais o containner com os dois gambás dentro - cês não têm idéia do quanto aqueles filhotes estavam fedendo, dava medo - mais a porra da caixa enoooorme com as caixas de som e mais o pacote com o raio do aparelho do DVD.
15- Eu e o Marujo iríamos a Nalva, a taxista solidária. ;O) Eis que o porteiro sai gritando: Dona Ana, encomenda pra senhora!!! Caralhos me fodam! Chega por hoje, né? Hunf!
16- A porra do iPaq que eu tinha comprado de presente de formatura pro Marujo resolveu chegar justamente naquela hora. Meleca! O pacote era enorme. Well.. Um a mais, um a menos.. Alguém mais quer ir junto??? A gente pode apertar mais um pouco. Grrr.
17- Chegamos em 2 taxis, ao aeroporto. Chovia. Chovia muito. E os filhotes fediam mais ainda.
18- Compramos as passagens. Pela Vasp. Merda pouca é bobagem. Relax.
19- Conseguimos despachar o containner com os gambás, a caixonas com as caixas de som e a porra do DVD. Ficamos com as bagagens de mão e a porra do pacote imenso do presente inesperado do Marujo. Meleca.
20 - Ueba! Sala do Diners existe pra essas emergências. Plano perfeito: vamos reduzir o tamanho dessa embalagem e colocá-la na minha mochila. Perfeito. Um pobrema a menos.
21- Nada como fazer aniversário. A vida ensina: de cada problema que vc se livra na vida, nascem dois, na seqüência. É, praticamente, uma progressão geométrica. Devido à chuva, Congonhas estava temporariamente fechado pra pousos e decolagens. Zuuudo bem. Não é culpa da Vasp, certo? Certo.
22- Duas horas depois.... Descobrimos que nosso avião pousou em Cumbica e levaria mais uma hora pra pousar em Congonhas. Em casos otimistas, embarcaríamos às 15h. Meleca! Os gambazinhos estavam no containner. Tadinhos! E chovia que dava dó..
23- Resumo: a Vasp, pra não perder o costume, fez uma lambança de dar medo. Juntou o que seria o nosso vôo com o seguinte. Fez uma trapalhada atrás da outra no embarque, de modo que: avisou aos passageiros, em terra, que os assentos marcados valeriam os do vôo 4012 - o nosso. E que, os assentos que restassem seriam dos passageiros do vôo seguinte. Seria perfeito se eles tivessem avisado a tripulação. Básico, não? Não, não pra VAsp.
24- Embarcamos e nossos assentos já estavam ocupados por uma família que era do vôo seguinte. Educadamente, explicamos as ordens do pessoal em terra. A família se recusou a sair do lugar. Grr...Mas não posso culpá-los por isso. Eles alegaram que receberam essa orientação, a bordo: vale a lei da selva. Chegou primeiro, senta.
Chamei a aeromoça. Expliquei o ocorrido. A puta deu de ombros. Tive ímpetos de partir pra jugular da criatura. Quem me conhece, pessoalmente, sabe que eu sou mais de abusar do cinismo, do que da força física (até porque, com esse porte todo, mal sou capaz de arrancar um pé de salsa). Ouvi algo que me soou como - Senta onde der, não posso fazer nada.
Marujo segurou a minha onda. Eu esganaria aquela aeromoça.
25- Por volta das 16h, desembarcamos na Cidade Maravilhosa eu, o Marujo, minha mochila, com o pacote do iPaq dentro, mais a mala dele, e fomos pra esteira esperar o containner com os gambás, à essa altura famélicos, talvez desmaiados, mais o caixote com as caixas de som e a porra do DVD.
26- Acredite: chovia torrencialmente. Mereço, né? Pois é.
27- Como Deus é Pai, conseguimos, rapidamente, um taxi, uma Santana Quantum, que nos levou, com tranqüilidade, até Nikiti. Tá certo que o motorista reclamou pra caraio do cheiro dos pequenos gambás. Não posso culpá-lo por isso. Até que a gente não pode reclamar da sorte. ;O)


17 dezembro, 2001

No sábado, pela manhã, tínhamos planejado voltar ao Rio. Eu queria passar o final de semana em Nikiti, na nossa casa, com os cães. cozinhar, ir à aldeia de pescadores, a Camboinhas. Enfim, era quase uma despedida.
Sente só a encrenca: Marujo tinha a tarefa de levar para casa dois filhotes, de 50 dias de idade. Os filhotes iriam conosco, de avião, na caixa de transporte. Ok. Uma caixa de transporte pra dois filhotes tem que ser grande. Muuuito grande.
Tuuuudo bem. Então vamos nós, a minha mochila, a mala dele, e mais a caixa muuuuito grande, com os filhotinhos.
Tá. Só que o Marujo passou a tarde de sexta no shopping. Esse era o meu medo. Voltamos lá, à noite, pra fechar o negócio da China que ele descolou. Um conjunto completo de caixas de som pra DVD por 320 reá. Sim, do grande caralho. Era mesmo um negócio imperdível. Desde que o Marujo tivesse um aparelho de DVD, o que, até então, não era o caso. O cara da loja tava mesmo a fim de fazer negócio. Deu um descontaço no tal do aparelho de DVD. Até eu compraria.
Resumo: saímos do shopping, com uma caixa gigante que continha o conjunto das caixas de som e mais um pacote com o raio do aparelho de DVD. Tudo isso mal cabia no porta-mala do Cascão.
Confesso que eu tava meio agoniada porque a pergunta que não queria calara era: como vamos, nós dois, levar com paz e serenidade ao aeroporto nossa bagagem pessoal, o container com os filhotes, a caixa gigante das caixas de som e mais o pacote com o aparelho de DVD e ainda tentar embarcar pela VASP!!!!!!!!. Me diz? Como? Hã? Hã? Juro que pensei em alugar um carreto. Era muita, muita bagagem. Fui dormir sonhando com uma dose dupla de arsênico. O dia seguinte não seria nada fácil, intuí.
Semana de comemorações intensas, por aqui.
Começou no domingo passado e terminou (buá) hoje.
Tive uma maratona gastronômica digna de nota. Saldo do prejuízo: alguns kilos a mais na cintura e muitos reais a menos na conta corrente.
Mas, foda-se. Valeu a diversão e o prazer. Da cintura eu cuido depois.
Vamos ver se eu lembro:
- Domingo: Almoço no América, com direito a muita batata frita com Heinz.
- Segunda à noite: Tábua de frios e muuuito chopp no Joan Sein. (há séculos eu não ia lá)
- Jantar de terça: improvisamos algo aqui em casa. Passamos no Pão de Açúcar da Gabriel e lotamos o carrinho: gruyere, brie, damasco seco e conservas de entrada. Prato principal: ravioli de pato com molho ao funghi by Sergio Arno. Os vinhos? Eu anotei. Mas não tô achando onde. Aliás, fiz uma anotação especial sobre os vinhos da semana. Assim que eu achar, posto por aqui, ok?
- Jantar de quarta-feira: Era um dos mais esperados da semana, pra mim. Tava doida pra experimentar. Fomos comer stone crab no Dinho´s. Umas patas de carangueijo gigantes. Enormes. Coisa impressionante e o sabor, de uma delicadeza supreendente. Quero voltar lá.
- Quinta-feira: a grande noite: o niver Jama. ;O). Tinha que ser uma noite especial. Por isso, fomos ao Rosmarino. Adoro aquele lugar.
Salada de salmão marinado, salada verde com mostarda e dill, Risoto de aspargos frescos e camarões, peixe ao curry com risotinho puxado no molho, sobre uma cestinha de batatas. Os vinhos? Lembro que foram um Chardonnay e um Sauvignon Branco. Preciso achar os nomes. Um jantar inesquecível.
- Sexta-feira, pasme, sem ressaca: a indefectível "passadinha básica no shopping" - essa é uma novela à parte - e jantar simples num árabe da praça do Mercado do Ibirabuera. Foi um jantar honesto. Nada muito memorável. Apenas honesto. Memorável mesmo foi o cenário que começou a se armar.
Eu mereço. ;O)
Pasmem vocês, eu voltei.
Tô com uma gripe desgraçada.
Não, não é ressaca. É uma gripe braba, mesmo.
Preciso atualizar uma porrada de coisas por essas bandas.
Vou tomar um Cebion, dar um soco no Godzila e já volto. Güenta aí.

12 dezembro, 2001

A Rê, lá do Manueladas, faz uma homenagem ao meu niver.
Thanks, Rê. Valeu.
Só que não é hoje não, fia.
Jama nasceu no Dia do Marinheiro.
O que é o destino, não? :O)
Ah! Antes que eu me esqueça: Godzila sarou. :O) Está firme e forte, torrando o saco do Marujo. Ou seja, noção de perigo = zero.
Não demora muito e o pobre vai acabar virando um salsicha morto. :p
Ai, meu caraio. Bastaram alguns dias sem aparecer e encontro esta zona por aqui. Meleca! Cadê meu trooper? Cadê meus arquivos?
O que é este fundo azul marinho?
Quem foi o engraçadinho, hein? Hein? Hein?
Coisa sem graça.. :p

09 dezembro, 2001

Ok. Tudo sob controle, agora.
Desatei o nó nas madeixas da Barbie-Tenista. O Sapo-Chulé está calçado e de volta ao armário.
Arree.. A paz voltou a reinar.
Agora, pergunto: onde o cara que inventou a escova de cabelo redonda estava com a cabeça?
Meleca. Vou mandar dar um soco no moleque que mora no 2o. andar. Foi ele que tentou pentear a Barbie-Tenista. Eu lembro disso.
Hoje, será um dia duro.
Revolução geral, por aqui.
Estamos esperando o Marujo chegar, mas não sabemos, ainda, se ele virá de buzão ou de Vasp.
Tô fodida, de qualquer modo.
Enquanto as horas não passam, criei uma atividade lúdica pra pequena Olívia: separar brinquedos e roupas que ela não usa mais. É época de doar, afinal. Tem uma porrada de tralha naquele armário. Não é justo isso.
Tenho no meu colo uma Barbie-Tenista, com uma escova de cabelo redonda enroscada em suas longas madeixas de nylon.
A tarefa: desfazer a massaroca. (seria mesmo com dois ss??) . E amarrar os sapatos do Sapo-Chulé.
Merda.
Godzila tá querendo comer o Sapo-Chulé.
O Marujo não liga, pra avisar se eu devo me encaminhar ao aeroporto de Congonhas, ou à rodoviária do Tietê, Olívia acaba de desovar na minha mesa o outro tênis do Sapo-Chulé, Godzila late como um alucinado, eu não sei como desatar o nó no cabelo da Barbie-Tenista.
Em sintese: eu quero a minha mãe.

07 dezembro, 2001

O chato da sexta-feira é ter que esperar acabar o Globo Repórter pra começar Os Normais.
Marlucê, dá um jeito nisso, minha filha. Tá ruim desse jeito.
Sexo, intriga, poder.
Hum.. já sei: o Mateus vai matar o melão, no último capítulo.
Veja só o que o desespero faz com uma pessoa.
Ontem, acabei assistindo a um episódio da Casa dos Artistas. Não entendi direito a história e quem tá comendo quem.
O fato é: achei que estava enlouquecendo ao ver, na telinha, um oligofrênico conversando com um melão.
Olhei de novo. Dessa vez, aquele monte de músculos acéfalo, o oligofrênico, tava com cara de choro, ainda conversando com o melão, que não falava nada.
Juro, achei que eu tava alucinando.
Olívia me tranquilizou: - Calma, mãe. O melão é amigo do Alexandre Frota.
Ah! Bom.
Agora, eu pergunto: qual é o prazo de validade de um melão?
E nessa pauleira da semana, acabei esquecendo que o Marujo chegará aqui no domingo.
Deusdoceu, eu tô um lixo.
Ele vai ficar até sexta-feira.
Preciso de um clone. Ou de silicone, o que for mais fácil.
Aos que estão preocupados com a saúde do maleta, informo: ele está bem. Há 36h, sem nenhuma hugada. Tem feito o de sempre: come, dorme e, nas horas vagas, enche o saco. ;O)
Confesso que saí de casa, pela manhã, um pouco preocupada: ele estava, novamente, escondido, todo enroladinho, sob a pia da cozinha. My God! (sem trocadilho) Tudo de novo, não!
Deu um remorso desgraçado. E um certo medo de que ele fosse morrer.
A caminho de casa, pensei: vou comprar presentinhos pra ele. Pra compensar a semana de dor e privações. (nuosssa, quem psicografou isso?) Três minutos depois, desisti. O pateta está de dieta. Não pode comer nada, sua anta.
Você pode se perguntar: então, porque você não comprou um brinquedinho pra ele, tipo, um cachorrinho de borracha, uma bolinha?
A resposta é muito simples: porque ele come, ora pois.
Esquece. :p
Informo que o anúncio de oportunidade foi verdadeiro fracasso.
Ninguém manifestou interesse em comprar Godzila.
Raios duplos! Onde foi que eu errei?

06 dezembro, 2001

Anúncio de oportunidade:
VENDO TECKEL MARROM, MÁSCARA CANELA. RARIDADE.
ÚNICA DONA. REVISADO.
FACILITO O PAGAMENTO.
ACEITO TICKET.
Saldo do prejuízo: umas 4 noites sem dormir direito, uns 5 dias de pura preocupação e uns 80 conto a menos na conta.
Mas, ver Godzila novamente ativo, sobre a mesa de jantar, fuçando o que tem na minha bolsa, não tem preço.
Meleca. Tem sim. Desce daí, menino. E larga o meu Babaloo Citrus, já! Desce, já!
E a luta continua: Cloridrato de ranitidina até sexta e vacinação completa, no sábado.
A pergunta é: tem vacina genérica, tem?
É mais baratinha. :O)
Gastei uma grana, pensa o quê?
Godzila foi minusciosamente examinado: estava sem febre, ativo (mijou 3 vezes no pé da mesa de consulta) e com o abdome flácido ( o que não parece com o dono é roubado, é o que sempre diz minha Cissa-Mãe. Hunf!).
Enfim, meu laboratório experimental colaborou com a orientação médica especializada. Está morto o mistério.
Godzila é alérgico ao Plasil: o tipo da coisa que até Deus duvida, pasme você.
Bastaram 24h sem cloridrato de metoclopramida para que God fosse milagrosamente salvo da intoxicação pela hiperdosagem de diclofenaco resinato.
Que coisa, né?
Valeu, Dr. ;O)
Hoje, às 6h30 da madruga, montei meu laboratório experimental, pra observar meu paciente.
Injetei-lhe, goela abaixo, 2ml. de Antak.
Fiquei observando. Nada aconteceu. Voltou a dormir e a anta aqui não podia fazer o mesmo. :[
Vi um pedacinho do Globo Rural, a cotação dos cereais, (tive a impressão de ouvir um galo cantar, no vizinho), o Bom Dia São Paulo e o comecinho do Bom Dia Brasil.
Ok, Godzila, acabou a tortura: é hora do café da manhã.
Meia xícara de ração. Ô, miséria, era o que dizia o olhar do pobrezinho.
Mantive-me firme. Voltei pro Bom dia Brasil.
Nada aconteceu. Godzila voltou a dormir com um certo sorriso nos lábios (sim, isso é possível)
Começou o pograma da Namaria. Era hora de ir pro vet.
Ai. Godzila vai ficar internado. Meeeeda.
Recebi, logo cedo, uma mensagem amiga da Rê, a vizinha aqui do Manueladas.
Ela pediu perdão pelo trocadilho e sugeriu que a solução para a indisposição passageira de God seria tomar guaraná Jesus.
Ok, Rê. Godzila há de te perdoar.
:O)

05 dezembro, 2001

BOLETIM MÉDICO.

O paciente Godziladen está bem, tendo apresentado apenas dois episódios de hugadas, nas últimas 24 horas.
Os sinais vitais estão estáveis, mas ainda inspiram cuidados intensivos: não se separa do cobertor roubado, rosna quando o Louro José aparece na TV e, pela manhã, foi flagrado tentando roubar e devorar uma cartela de Ginko Biloba, sobre a mesa do computador. Foi uma espécie de ataque suicida.
Talvez esteja deprimido pela falta de alimentação farta e regular.
O paciente tem sido estimulado a espantar os pombos, na janela. Uma Terapia Ocupacional pode surtir efeitos psicológicos positivos, hã?.
(os vizinhos hão de entender). No entanto, ele se recusa a tomar o Gatorade de maracujá e corre pra debaixo do sofá, ao ver o frasco do Antak. (leia bem: é Antak, não Antraz, certo?).
Foi providenciada uma seringa, pra garantir que o pequeno terrorista tome toda a porra do Antak, conforme a prescrição médica.
Também foi feito novo contato telefônico com o vet. do monstro, nesta tarde. Amanhã, iremos lá para uma nova avaliação.
O pequeno tá que é pêlo e osso.
E morrendo de fome. Dá dó.
Devorou a miséria da porção de comida prescrita, agora à noite. Ainda não hugou.
É bem provável que ele fique internado, pra dar uma geral: soro na veia até parar de hugar, de uma vez por todas.
Talvez seja a melhor solução.
Godzila! Chega, né?
Vou ver se o vet. autoriza a substituição da ração por sopinha infantil.
Quer apostar quanto que, com uma sopinha de mandioquinha com carne, ele vai ser outro monstro? ;O)



Antes que eu me esqueça: que merda é essa dos meus arquivos voltarem a sumir? Hã? Hã?
&¨%¨$&#*(@(($&*&%&@!!!!!! Mil vezes &&$@*&&%¨#@@(*$!
Pronto. Passou.
Hoje, recebi uma porrada de mensagens carinhosas, enviadas por pessoas muito queridas, pedindo notícias de Godzila e desejando melhoras ao monstro.
Thanks, de coração. :O))))
Na seqüência, eu vou mandar um boletim médico. Já volto.

04 dezembro, 2001

A hora inevitável chegou. Estacionei diante da farmácia. Respirei fundo e desci, desci do carro.
Pedi, gentil, mas decididamente, pra mocinha: - Antrax, 150mg, xarope, por favor.
- Como?
(ai, fodeu.)
Mudei a tática. Antraaaaaaaa, xarope.
- Xarope?
- Sim, xarope.
(xarope sou eu, pacando esse mico, caraio)
- Aqui está senhora, ANTAK xarope. Mais alguma coisa?
- Antak? Sim, antak.... Er.. Tem sal de fruta? Três envelopes, por favor.
Mereço, né? Eu vi que a ligação tava ruim. Culpa da Telefônica, nem vem.
E a novela continua.
Godzila, o Hugão do ano, tá na mesma.
Quero dizer, acho que melhorou um pouquinho.
Hugou, de leve, logo cedo. Soquei-lhe 7 gotas de plasil, goela abaixo, chamei meu São Francisco pra assumir o plantão e fui trabalhar.
Meleca. É difícil trabalhar assim.
No início da tarde, liguei pro vet. e contei minha história triste. Ele queria ver Godzila, novamente, mas não tinha como eu chegar à clinica antes das 19h. Eles fecham cedo, por lá.
Hunf!
Prescreveu um xarope, pelo telefone mesmo.
- Passa na farmácia e compra Antrax.
- Como assim?
- Anota aí: Antrax, xarope. Dá 2 ml, de 8 em 8 horas e me liga amanhã pra dizer como ele está.
- A ligação tá ruim. O xarope chama como, mesmo?
- O que vc anotou?
- An-trax. É com X mesmo?
- Hã? A ligação tá ruim.
- É. Ligo pro cê amanhã. Beijinho.
Merda. Com que cara eu iria chegar na farmácia e pedir: xarope de Antrax, 150mg, por favor.
A balconista iria olhar com uma cara esquisita pra mim e eu iria dizer:
- É pro meu cachorro. Não é nada disso que vc está pensando.
Eu iria passar a noite na delegacia, até tudo ser esclarecido, enquanto Godzila daria sua hugada final, desta vez, na minha biblioteca.
Que coisa triste.

03 dezembro, 2001

Cheguei no trabalho, peguei um café e contei minha história triste.
Não tinha nada de muito importante rolando e meus colegas, considerei-os amigos, depois dessa, foram enfáticos: corre de volta e leva o maleta no vet., sua doida.
Liguei pro vet. dele e contei a história triste. Ouvi um berro, do outro lado da linha: traz ele pra cá, a-go-ra, sua doida.
Bosta, meu Godzila não pode morrer.
Levei uma bronca desgraçada do vet. por eu ter sumido, há muito tempo não levo mais Godzila às consultas de rotina, etc.
Hum.. O vet. do Godzila parece que continua querendo me comer. Isso faz um bem desgraçado para o ego. ;O)
Enfim, Godzila correu um risco sério de morte. Foi medicado. Tomou uma injeção de plasil com complexo B, de dar dó. Mistura oleosa, manja? Deve ter doído pra dedéu, tadinho. Mas ele se comportou como um gentleman e não tentou morder o vet.
Cheguei agora há pouco e o pobrezinho havia vomitado, de novo.
A conduta é água, Gatorade (ele adora o de maracujá) e na-da de comida.
O comilão implora por comida, de joelhos. O vet. até falou que eu poderia oferecer um pouquinho de ração, agora à noite, mas não tô sentindo firmeza. Ele vai hugar, se comer. Eu sei.
Comida, só amanhã.
Ele tomou a dose noturna de plasil, na colherinha. Hi, hi. Ele é tão bonitinho. Lambe a colher, mesmo sendo remédio.
Agora, ele se enrolou no cobertor e tá roncando, no sofá.
Ô, meu São Francisco, sempre de plantão pros bichinhos amigos, cê não há de me deixar na mão nessa.
Chicão, é com vc, mano.
Amanhã, Godzila volta pro vet., pra tomar soro e se hidratar.
Reza aí, vá. ;O)
Godzila quase me matou do coração, hoje.
Eu estava saindo de casa, e nada do infeliz aparecer.
Procurei no meu quarto, sob o edredom, sob o sofá, no banheiro. E na-da.
Medo. Cadê ele?
Tive o requinte de olhar pela janela, pra ver se ele não tinha se atirado pela janela. (shits happen ,ué)
Vasculhei tudo, e o encontrei deitadinho, como um donut, sob a pia da cozinha.
Parecia que ele tava malzinho.
Meleca. Meleca. Meleca.
Saí de casa sentindo um aperto desgraçado no coração.
A porra do anti-inflamatório deve ter feito mal a ele e eu tinha que correr pro trabalho.
Meleca.
Meleca.
Hoje vi as imagens, pela TV, da inauguração da árvore de Natal, lá da Lagoa.
Neste ano eu não pude ver, ao vivo.
E, provavelmente, no ano que vem também não.
Que bosta.
Vou pedir uma caixa da Absolut, de presente de aniversário.
Me acordem em 2003. :{
Este tem sido o pior e o maior inferno astral de todos os tempos.
Calma.
No dia 13 acaba.
A vida tá de sacanagem comigo.
Godzila não pára de vomitar. E descobriu que tem uma arma química, em mãos.
Ele tá abusando.
Ontem, o alvo foi o cabelo da Oli. Mirou e mandou bem. Foi um escândalo.
Acordei de manhã e notei algo estranho.
O alvo desta vez, foi a minha prateleira de CDs.
Godzila, meu fio, existe uma coisa na vida chamada Convenção de Genebra.
Essa foi crime de guerra. Não valeu.
Hunf!

02 dezembro, 2001

Meleca.
Quanto mais eu rezo.....
Godzila invadiu a mesa da sala de jantar. Engoliu, sem dó, nem piedade, um frasco de Cataflan.
Ao acordar, relevei. Não é a primeira vez que ele me apronta uma dessa.
Já engoliu um isqueiro, um pacote de manteiga, uma bandeja de Danoninho e um par de meias de nylon. Bem feito, quem mandou ter um teckel em casa?
Água e Gatorade tinham sido as orietações do veterinário, das outras vezes.
Ao chegar em casa, li um e-mail do Marujo: anti-inflamatórios humanos em cães costumam ser letais.
Bosta.
Godzila, toma bastante agüinha, meu fio.
Hunf! Ele tá bem e querendo jogar bolinha.
Vomitou (sorry) o dia inteiro, tá certo.
Ele vai sobreviver, né, meu anjinho da guarda?
Amo meu Godzila.

01 dezembro, 2001

E o George Harrison também entrou na fila, né?
Não há de cansar as varizes. Ele deve ter a senha do Homi.
Meleca.
Era o meu Beatle predileto.
Here comes the sun.
It´s all right.;O)
Pior ainda.
Távamos eu, o Diretor de Criação e o Produtor Gráfico.
Todos nós, ali, de bobeira, esperando o corpo chegar.
Novo silêncio (juro que não vou teclar "silêncio sepulcral" )
Tudo quieto. Uma paz linda: brisa gostosa, silêncio, pássaros cantando.
Gostoso mesmo.
O produtor gráfico dispara: - Engraçado, né. Um lugar morto e cheio de passarinhos cantando.
Eu mando a minha: - Pois é, né. Bastaria um bar, com mesinha pra fora, uma gelada, e eu estaria aqui, todo o dia.
Esquece. Faz de conta que este final de semana não aconteceu, combinado?
Um fato é: não existe velório sem piada.
Sejamos sinceros.
Fazer piada, nesses casos, é uma espécie de mecanismo de defesa.
Sim, véio, um dia vc vai ver a grama crescer por baixo.
E diga aí, se o cu não pisca. ;O)
Tivemos um velório no cemitéiro, sem o corpo presente.
Óia só a merda que vem por ai.
Cena 1: a equipe da Criação da reunida. O chefe, Diretor de Criação, indaga:
- É cedo pra enterrar, né? Num tem que esperar 24 horas?
- Tem que acabar logo com esse sofrimento, né? Enterra logo, é muito, não tem porquê.
Iniciou-se longa uma discussão sobre a origem do ritual do velório. A coisa do esperar bastante pra ver se o defunto tá mesmo morto, o significado das flores. Papo-cabeça.
- Cês acreditam em alma, né?
- Sim (em uníssono)
- Pois é, ouvi dizer que os kardexistas (é assim que escreve?) recomendam que quem quer ser cremado, tem que fazer curso.
Silêncio supulcral (perdão de joelhos, pelo trocadilho infeliz)
Quebrei o silêncio, num riso quase histérico: - Cê tá de sacanagem. Tá querendo dizer que tem curso Cremação básica, Cremação avançada ou MBA em Cremação. Podemos criar um curso especial, do tipo: Faça seu curso de Cremação, no conforto e na segurança do seu lar. Sem sair de casa. Cremação on line.
Agora, eu se pergunto: com que cara eu poderia chegar em casa e dizer: Gentem, tomei pau no curso de Cremação.
Ou pior, chegar no bar e falar pros amigos: Tô de DP na Cremação.
Me diz, como pode isso???
A gente riu pra caraio no velório, em nome da tradição.;O)
Ontem foi um dia duro.
Duro e triste.
Ao chegar no trabalho, soube que o marido da minha amiga tinha falecido.
De alguma forma, que eu não sei dizer qual, eu já sabia. Apenas tive a confirmação.
Bosta. Não sei lidar muito com isso.
O enterro foi marcado para as 13h, no cemitério São Paulo. Pertinho da agência.
Eu tava com uma sensação muito esquisita. Pra mim, parecia que quem tinha morrido era minha amiga.
Muito esquisito.
Quando a encontrei e a abracei, com aqueles abraços apertados e silenciosos que nos restam nessas horas, entendi a minha sensação.
Senti e entendi que foi parte dela que morreu.
Triste. Muito triste. Ela não merecia isso. Não ela. Ou, pelo menos, não dessa forma. E se a gente parar pra pensar, não existe a melhor forma. Sei lá.