09 dezembro, 2001

Hoje, será um dia duro.
Revolução geral, por aqui.
Estamos esperando o Marujo chegar, mas não sabemos, ainda, se ele virá de buzão ou de Vasp.
Tô fodida, de qualquer modo.
Enquanto as horas não passam, criei uma atividade lúdica pra pequena Olívia: separar brinquedos e roupas que ela não usa mais. É época de doar, afinal. Tem uma porrada de tralha naquele armário. Não é justo isso.
Tenho no meu colo uma Barbie-Tenista, com uma escova de cabelo redonda enroscada em suas longas madeixas de nylon.
A tarefa: desfazer a massaroca. (seria mesmo com dois ss??) . E amarrar os sapatos do Sapo-Chulé.
Merda.
Godzila tá querendo comer o Sapo-Chulé.
O Marujo não liga, pra avisar se eu devo me encaminhar ao aeroporto de Congonhas, ou à rodoviária do Tietê, Olívia acaba de desovar na minha mesa o outro tênis do Sapo-Chulé, Godzila late como um alucinado, eu não sei como desatar o nó no cabelo da Barbie-Tenista.
Em sintese: eu quero a minha mãe.

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