27 abril, 2009

12h10 - saída do cursinho.
- Mãe, podemos dar uma carona para o André?
- Lógico! Mas da próxima vez me avisa, que eu não
venho de pijama.
@_@

20 abril, 2009

Trufa de panettone. Um alimento de primeira necessidade.
Dia de brigar contra a preguiça braba, hoje.
Uma briga boa, que durou rolou das 6h30 até às 13h.
Até que foi divertido. Mas.
Por volta das 6h30, o meu lado mulher adulta e responsável
me dizia que seria bastante razoável que eu me levantasse
às 9h, comesse algo saudável, tirasse a camisola
ridícula de ovelhinhas, vestisse roupa de gente, passasse
um pente no cabelo, começasse a trabalhar no frila e
cumprisse meu prazo combinado.
Meu lado criança birrenta, filha única queridinha do
vovô, de botinha ortopédica esperneava, gritando não,
não e não, e ameaçava ficar no sofá o dia inteiro,
de camisola ridícula de ovelhinhas, vendo reprises
inúteis na TV, infomerciais da Polishop se preciso fosse,
enquanto devorava todos os bombons da casa, os ovos de
Páscoa da própria filha e toda sorte de tranqueiras que
fosse capaz.
Tava impossível a coisa. E assim foi a manhã inteira.
Uma negociação interna sem um acordo razoável, a
médio prazo.
Por volta das 13 horas, o drama teve fim. Magicamente.
Ainda de camisola de ovelhinhas e com o cabelo amarfalhado,
peguei meu cadernão 27x32 e deitada no sofá, sob o
edredon dos 101 dálmatas, comecei a rabiscar meus
manuscritos.
E, incrível, às 13h29 (!!) eu liguei para o
escritório, avisando ter acabado de enviar doze (!)
opções para aprovação. E às 17h, a boa do dia: job
aprovado.
Agora eu pergunto: precisava tudo isso?
Agenda 19/04:
10h - buscar Olívia.
Domingo ensolarado, lânguido e meio indefinido.
9h50 - Saio do banho, ainda a tempo de ver o finalzinho de
Friends.
9h55 - O telefone toca: - Mãe, traz minha jaqueta rosa!
10h05 - Finalmente localizo a jaqueta rosa no meu
guarda-roupa. Separo e deixo no jeito, repousando no sofá
da sala pra não ter perigo de esquecer.
10h15 - Termino de secar o cabelo, passo filtro 50 no rosto
e nos lábios. Preguiça imensa para o rímel e o batom.
Deixa sem. Visto a roupa mais sem graça do mundo e saio.
10h20- Chamo o elevador.
10h21 - O elevador chega. Ah, sim! A jaqueta rosa, cadê? E
a minha jaqueta listrada? É outono, vai esfriar e hoje tem
jogo. E o elevador se vai. E eu abro novamente a porta de
casa. O que eu vim buscar mesmo?
10h25 - Desembarco no térreo, acomodo as jaquetas no banco
de trás, ligo o som e o carro, eu me vejo no espelho e me
arrependo de não ter passado rímel nem batom. Acelero.
Aciono o portão da garagem. Engato marcha à ré,
estaciono novamente na garagem. Droga, esqueci minha
pulseira. Não posso sair de casa sem ela. Promessa.
10h33 - Estou finalmente a caminho e toca uma canção no
radio. Fico com a vaga sensação de que, desde o começo
da semana passada, minha cabeça voltou a morar lá. Na
lua.
Acorda. Quase uma semana por uma resposta é quase uma
eternidade.
A Terra voltou a chamar.
Melhor atender.

....................
Tá certo que eu me atrasei um pouco para buscar a Oli. Em
compensação, chegamos cedão na casa da minha mãe.
Uma das tarefas importantes do dia era comprar chá. Nem
11h30 e eu já tava na feira, veja que progresso.
Irmã das Ervas nem acreditou quando me viu.
- Caiu da cama?
Talvez como prêmio por bom comportamento, Irmã das Ervas
avisou que iria fazer uma mistura caprichada pra mim.
Acrescentou cinco pedaços de aniz estrelado. Uau! Agora
minha poção mágica é 5 estrelas. :p


Exatamente quando meu horóscopo manda que eu fique muito
atenta aos conteúdos reveladores dos meus sonhos nas
próximas três noites, tenho dormido feito uma pedra.
Justo agora?

17 abril, 2009

A mesma facilidade que tenho em adquirir novos vícios, eu
a tenho em perdê-los.
Quando me viciei nas minhas longas caminhadas, no tempo em
que fiquei sem carro, achei que nunca mais na vida eu
passaria um dia sequer sem andar cinco quilômetros.
Pois bastaram sete dias a bordo de um carro com música boa
e ar condicionado (hífen, tem?) para eu me esquecer
rapidinho daquela outra marcha.

Hoje, final de tarde ensolarada, porém, eu tive uma
recaída. Bateu saudade forte de passear sem pressa e
observar o movimento das pessoas pela rua.
Eu precisava comprar um pequeno retalho de tecido vermelho.
E um pedaço de fita, talvez.
A loja boa fica a uns três quilômetros daqui. Fui a
pé.
Na loja boa, conheci Vicente que, a julgar pelo bigode de
quermesse, tratava-se do vendedor senior, responsável por
orientar a nova colega trainee sobre a política da casa
quanto à metragem mínima a ser vendida aos clientes,
conforme o valor o tecido. Um critério bastante complexo,
me pareceu.
Perguntei ao Vicente sobre a política da casa quanto às
peças da banquinha de retalhos. E descobri que, neste
caso, não há. Ou leva o retalho pronto, já cortado ou
esquece, veja que coisa.
O corte que me interessou tinha 1,20m e eu precisava só de
30 cm. Foi uma negociação árdua e desgastante. Vicente
estava irredutível.
Decidi então por um tecido que custava R$ 9,90 o m . Aí,
sim, eu pude pedir apenas os 30 cm de que eu precisava. Vai
entender.
Então, por apenas R$ 2,97 comprei 30 cm do mais lindo
tecido vermelho que havia na loja. Desejei bom feriado ao
irredutível Vicente e voltei caminhando pra casa, pensando
em como transformar aquele lindo retalho na peça que eu
tanto preciso. Um drama real, entendam. Prendas domésticas
nunca foram o meu forte. Nem pregar um botão eu sei.

Então, assim, ó: o mesmo vale para a árvore, ok?
Jabuticabeira.
Com U. Percebe?
Jabuticabeira.
Quer que eu repita?
Você percebe que nem tudo está tão perdido assim
quando:
1- Você sai vai a uma reunião para buscar um frila e
volta pra casa com dois.
2- Você se propõe a não comer mais do que dois
chocolates por dia e consegue. Ou quase.
3- De um total de 72 horas, 18 delas você passou
dormindo. Na média, seis horas por noite. Louvada seja
Irmã das Ervas.
4- Em quatro dias, quatro diretores de artes queridos,
ex-duplas de criação, estabeleceram contato ou só pra
saber como você está, ou pra avisar que estão
precisando de redatora em algum lugar, ou pra combinar
almoço na semana que vem, ou simplesmente pra jogar
conversa fora. \0/
Ana, assim ó, prestenção: é jabUticaba.
Jabuticaba.
Entendeu?
Jabuticaba.
Repita.

16 abril, 2009

O telefone toca e, incrível, desta vez eu não me
assusto. Atendo, displicente.
- Alou.
- Oi. Pode falar agora?
(medo)
- Diga.
- Acabei de ler.
- Ai. Ai. Ai. (inspira). Me conta! (expira) O que achou?
- Ficou muito bom! Mas Mr FZ não pode aparecer apenas no
primeiro capítulo. Ele tem que aparecer mais vezes. Ele
é muito bom.
- Inicialmente eu ia matar Mr FZ, sim. Mas no decorrer desse
capítulo, acabei me afeiçoando ao personagem. [pausa
dramática]. Não, Mr FZ não vai morrer. Tenho novos
planos e ele vai participar brilhantemente até o final.
Preciso construir com mais carinho as nuances do perfil de
FZ, mas o jeitão é esse que você acabou de conhecer.
- Legal o Mr FZ gostar de t bone.
- E de batatas rústicas, ever.
- Tudo bem que a sequência não era bem aquela. Você
pulou a parte da função da alavanca.
- É, eu sei. Problema foi que eu não entendi minha
letra, nas anotações que fiz naquele boteco. Dei meu
jeito. Mr FZ vai retomar a história da alavanca
futuramente, antes do lance do príncipe encantado (que eu
nem te contei) e assim que eu conseguir decifrar aqueles
benditos registros rupestres rabiscados no meu moleskine.
Tem muito assunto pela frente.
- Mas Mr FZ não vai ser tããão ogro assim, vai?
- Ahahahaha! FZ nem me pareceu tão ogro. Ele é apenas um
ser revoltado que não mede muito as palavras para falar
das mulheres (e ele tem motivos de sobra) enquanto aprecia
um belo t bone com batatas rústicas. O bicho vai pegar
mesmo quando ele comentar o primeiro caso que eu vou contar,
a partir dos depoimentos estarrecedores que colhi. Aí sim,
Mr FZ vai mostrar a que veio. As meninas não vão gostar
muito dele, é fato. Mas no fundo é um doce de criatura.
O mundo vai reconhecer isso, um dia.
- Ahahahhaha! Quero ler.
- Aguarde novo envelope vermelho, em breve. Uahuahuah!

Agora vai.
Daí só vai ficar faltando eu plantar a tal da árvore.
Aquele feijãozinho no algodão da pré-escola não
conta, eu sei.
Uma jaboticabeira, talvez.

14 abril, 2009

Daí que o interfone, a sétima trombeta do apocalipse, tocou. Sentindo calafrios na espinha, eu atendi e o porteiro comunicou solenemente:
- Tô ligando pra avisar que vai faltar água.
- Ah, tá. A partir de que horas?
- A partir de agora.
- Até que horas?
- Até às 20.
- E você só me avisa agora?
- Só me avisaram agora. Então a senhora, de favor, economiza água quando for tomar banho.

É. Eu amo morar aqui.

13 abril, 2009

Hoje, postei uma carta no correio.
O cor do selo ornou com o envelope vermelho. Apenas nada
orna com minha letra, que considero quase ilegível.
Há séculos eu não escrevia uma carta de próprio
punho, como se diz. A última foi em Manaus, acho. Nem me
lembro mais.
Minha memória anda confortavelmente seletiva.
Deixa assim.

De manhã logo cedo, muito cedo, ligo o rádio do carro.
Beatles.
Day Tripper.
À noite, chuva torrencial, cidade quase parando, ligo o
rádio do carro. Beatles.
Twist and Shout.
Uau.


Espero resposta importante. Em troca, recebo spam.
Mármores e granitos com preços promocionais para
igrejas.


É.
2009 não veio mesmo a passeio.

08 abril, 2009

Sexta-feira passada, depois de longos meses de reclusão,
coloquei vestido lindo, fiz risquinho no olho, passei batom
carmim, calcei o meu melhor salto 11 e fui ao aniversário
de uma amiga muito, muito querida.
Evento marcado lá pras bandas da Peixoto Gomide.
Encontrei gente que há tempos eu não via, constatei que
minha timidez vai de mal a pior, não paquerei ninguém,
mas fiz amizade com os manobristas do bar. Foi divertido.
Ao entrar no carro, estranhei meu fedor.
Há séculos eu não sentia minha roupa, pele e cabelos
tão impregnados pelo cheiro de cigarro.
Foi uma coisa que realmente me incomodou como nunca antes,
porque meu cabelo tava legal e eu não queria lavar e o
cheiro tava me irritando, e blabla.

Hoje, ao ler sobre a tal da lei que proíbe o fumo em
locais públicos, fiquei indignada.
Sou a ex-fumante (há 21 meses :) mais boa gente do
planeta.
(meus amigos fumantes estão aqui e não me deixam mentir,
certo?) .
Nunca impliquei com gente fumando ao meu lado.

Minhas questãs são tão simplinhas:
1- O Estado pode determinar, por exemplo, que um
condomínio ou uma empresa não pode ter um fumódromo?
2- Ou que um bar não pode receber fumantes?
3- Isto é constitucional?
4- Quem José Serra pensa que é?

(como se já não nos bastasse ter um presidente pagando
de bobo da corte. Né?)

Enfim, a Quaresma tá acabando.
Nunca vi uma tão longa na vida.
Nunca mesmo.

Volto, portanto, a me recolher à minha insignificância,
de onde eu nunca deveria ter saído.

Fui.

07 abril, 2009

Momento Recordar é Viver.

Tava na bula:
Contra-indicações: hipersensibilidade compravada a
produtos originários de células de ovário de hamster
chinês.
E eu não tô de sacanagem. Te juro.
Fiquei imaginando o diálogo entre médico e paciente.
- Tem alguma hipersensibilidade comprovada a produtos
orignários de células de ovário de hamster chinês?
- Que eu me lembre, não, doutor. Tive problema com um
hamster, uma vez. Mas não era chinês.
- Ótimo.

[Ventilador - Setembro/2006]

No Dia Mundial da Saúde eu morri de vontade de fumar.
Vai entender.

01 abril, 2009

A Fran é o cara.