23 setembro, 2003

Jamanta Produções Oníricas.

Noite passada, sonhei que eu estava chegando em uma festa, acompanhada de um amigo. A festa ficava numa chácara. O quintal escuro era vigiado por muitos cães e notei a presença de 3 felinos. Comentei com ele: - Parecem ser onças.
- São onças.
Ops.
E continuamos a procurar a casa, andando lado a lado.
Até que eu virei para o meu amigo e pedi, muito calmamente:
- Você pode me ajudar a tirar essa onça pendurada na minha mão? Os dentes dela afiados pra burro.
- Não vai dar.
- Por que não?
- Porque eu me cago de medo de onça.
Ô, modeus!
Lembro que me livrei da onça e entramos na casa. Meu amigo foi conversar na cozinha e eu fui para o quarto dormir. Eu estava morrendo de sono e de dor na mão. Os cães e as onças subiram na cama e não me deixavam adormecer.
Agora danou-se de vez.
Eu já tive tudo quanto é tipo de sonho nessa vida. Mas sonhar com a própria insônia foi a minha primeira vez.

22 setembro, 2003

A vista lá no Panorama é mesmo maravilhosa.
Fui disposta a ver o entardecer e acabei ficando até tardão.
Cheguei em casa exausta e feliz. Acho que encontrei minha praia pro aqui. Voltarei sempre. Mas prometo ser uma boa menina e nunca mais subir no 704. Au. Meu braço ainda dói.
Coisas que até Deus duvida II
Após desabar meu esqueleto no Amarelinho, percebi que eu estava doida de vontade de fazer xixi. Óbvio. Consumi 700ml de água nessa andança toda. Fui ao banheiro e qual não foi minha surpresa: 2 vasos sanitários no mesmo ambiente. What?
Então, pensei: o povo do amarelinho leva essa coisa das muulheres irem juntas ao banheiro a sério demais.
Tentei analisar, mas, entendam, era uma urgência. (700ml de água, eu já disse)
Desabei no primeiro vaso sanitário que vi pela frente.
Enquanto a natureza fazia seu trabalho, eu refletia: não é assim que funciona. O legal de 2 mulheres no banheiro é conversar, retocar maquiagem, falar mal dos outros. Procurei a descarga e não achei. Ops. Olhei pro vaso ao lado e ela estava lá. Então me dei conta de que havia algo de muito errado no projeto daquele banheiro. Olha a situação.
Tarde demais. Já foi. Agora, pensa bem: dá pra criar uma máxima com isso. Algo do tipo: - Mijei na bacia errada.
Ou quando você está aconselhando um amigo, você pode dizer: - Rapaz, você mijou na bacia errada. Que coisa.
Grande lição de vida esse banheiro do Amarelinho.
Coisa que até Deus duvida I
A bordo do 702, tinha uma freia anã. Eu nunca tinha visto uma freira anã. Essa linha 700 nos revela grandes surpresas mesmo. A freirinha era muito fofa. De um alegria que só vendo pra crer.
He,he.
Meia hora depois, eis o 702. Ueba!
A cobradora conersava animadamente com uma amiga de longa data. Oh, boy! De novo, não!
- Errr, desculpe interromper a conversa de vocês, mas eu queria pagar a passagem e saber onde saltar para ir ao Panorama. Pode ser? Note que eu estava decidida, mas um tanto puta nas calças. A cobradora e sua amiga de longa data foram muito simpáticas, prometeram me avisar e continuaram lá no pa-tá-ti-pa-tá-tá. A viagem foi longa. Pra mais de meia hora. Passei pelo Cachoeirinha, depois pela Base Aérea, SIVAM. Uma espécie de city-tour a R$1,50. Adorei. Chegamos no ponto final de 702 eu, o motorista, a cobradora e sua amiga matraqueira. (como falavam aquela duas, môdeus).
Andei mais umas duas quadras e desabei meu esqueleto na melhor mesa do Panorama, mais conhecido no submundo do crime como Amarelinho.
Num falei pro cês que eu chegava? :O)
À estaca zero.
Perdi o rumo. Segui de volta pra parada de ônibus, aquela onde tudo começou. Agora virou questão de honra. Eu vou chegar na porra do Restaurante Panorama e de ônibus, o 702 ou eu não me chamo Ana Jamanta Almgren, cacete.
O 702.
Eu fiquei mais de 1/2 hora criando raízes na parada de ônibus. E nada do 702. Parou um 704, cuja placa dizia ir para o Educandos. Pensei: o que são 2 números de diferença, afinal? Ok. Eu nunca fui muito boa em números.
Subi o 1o degrau e tentei perguntar à cobradora se o dito passava perto do Panorama.
A criatura mugiu algo ininteligível, enquanto falava ao celular. Não entendi a resposta. Perguntei novamente. O ônibus arrancou no exato momento em que a bovina proferiu: - Não, não passa lá.
Vaca.
Fiquei no degrau onde eu estava e esperei a próxima parada. Eu não pago passagem de ônibus errado, ora pois.
Então, o ônibus parou, um passageiro subiu e eu tentei descer.
O motorista lazarento acelerou e eu fui arremessada para fora do coletivo.
Em slow-motion. Coisa de cinema.
Saldo de prejuízo: um corte no tornozelo - coisa pouca e a tampa do meu cotovelos esquerdo ficou no asfalto. Au. Isso dói.
Resolvi seguir em frente e tomar um café no quiosque do Pina. Pedi um café, uma água e um marlboro lights. (o Pina vende cigarro a preço de tabela. Uia. Adorei o Pina)
Fiquei l'apensando o que fazer da minha vida. Decidi perguntar que ônibus eu deveria pegar para ir ao Educandos (nome bonito para um bairro). O pina é um senho a caminho dos seus 60 e poucos anos, franzino, olhos azuis-turqueza e uma retração gengival preocupante. Perguntei sobre o Restaurante Panarama e ele deu seu sábio veredito: pega o 702 na parada do outro lado e peça ao motorista que te avise quando chegar.
- 702?
- 702.
- 702? Mesmo?
Eu estava indo para a o ponto do ônibus, quando o Pina alertou: - Vai pela passarela que é melhor.
Parece até que ele me conhece.
O grande dia.
Em comemoração aos 2 meses em Manaus, resolvi fazer algo diferente, mas ainda não sabia exatamento o quê.
Antes de qualquer coisa, fui ao correio (primeiro a obrigação), depois fui tentar, pela 3a vez, consertar minha câmera. É inadimissível eu não ter nenhuma foto daqui até agora. Saí do shopping, peguei o buzão e desci no terminal em frente ao porto. Andei pra caraio até chegar na loja que consertaria a bendita. Eram 13h33. Loja fechada. Grande. Eu devia ter ligado antes pra me informar. Mas, um dia de comemoração merece uma cota básica de atrapalhações e imprevistos nesta minha saga (ops) jamantácea.
Primeiro, eu tinha saído de casa disposta a voltar ao Bar do Galo Carijó pra comer jaraqui. Cheguei numa encruzilhada cruel: à direita , andando um pouco, eu chegaria no Bar do Armando (um estabelecimento muito tradicional) ou, à esquerda eu seguiria para o Carijó. Santa Indecisão, Jamanta. Acorda.

20 setembro, 2003

Apenas pra constar.
Hoje completo exatos 2 meses em Manaus.
Que coisa.
Já comi tapioquinha na praça, agora vou ao correio, depois vou ao centro da cidade ver se consigo, finalmente, consertar minha câmera. E se ainda me restar forças, vou comer jaraqui. Tá um calor dos diabos.

19 setembro, 2003

E só pra lembrar, não perdam!!!!!
Maratona Seinfeld, sábado e domingo, a partir das 14h.
Eu não perdo um. :O)
O quase fim da insônia.
Noite passada, deu quase tudo certo.
Dobrei minha caminhada noturna. Descobri, pasmem vocês, que meu condicionamento físico melhorou visivelmente. Não chego em casa tão cansada quanto chegava antes. O jeito é andar mais.
Dobrei o consumo de suco natural de maracujá. Tomei, literalmente, 1 litro.
Dobrei o n. de cápsulas fitoterápicas. Tomei 4.
Mantive as 2 canecas de chá durante Sienfeld.
Capotei antes das meia noite. Ótimo sinal.
Acordei após um sono profundo e repousante.
À 1h20 da madrugada e morrendo de vontade de fazer xixi.
Onde foi que eu errei????
Dando início às comemorações dos meus 2 meses aqui em Manaus, Momento Cala a Boca, Magda I:
Foi na minha primeira semana. No terceiro ou quarto dia de trabalho. Eu estava precisando ir ao supermercado, e tinha o visto o comercial de dois, na tv.
Virei-me pra um colega e disparei, toda cheia de segurança:
- Onde fica o OB?
- =:o !!!!!
- O OB, o supermercado.
- Tem o CO e o DB. Qual você quer?
- Putz, foi mal. As siglas me confundem.
Corta.
Eu tô me achando.
Tava eu na parada de ônibus, quando uma garota me perguntou qual ônibus passava na porta de um determinado supermercado.
- Você pode esperar o 118 ou o 404. Mas, ó, pode pegar esse aí, que ele pára lá.
Rá. Eu tô manjando tudo por aqui. :p
Fiquei lá esperando o meu bumba, e me lembrei de um episódio ocorrido logo na minha primeira semana aqui. Uma jamantada clássica, que merece ser registrada. Ei-la.


18 setembro, 2003

Outro dia, comprei uma tesoura. Sei lá porquê. O preço tava bom. E a tesoura era legal pra caramba. Nunca soube qual utilidade prática ela teria na minha vida.
Noites passada, sonhei (tá, estou insone, mas ainda não virei zumbi) que eu usava a tesoura para colher tulipas e enfeitar minha mesa de trabalho. Não é uma coisa meiga?
Ciclo vicioso
Mais uma noite praticamente em claro.
Pela primeira vez, quase, mas quase perdi a hora. Foi por pouco. Tinha sobrado um anjo-da-guarda, também insone, de plantão.
Parece que a coisa não é só comigo. A Luciana comentou que a Rita Lee tá padecendo do mesmo mal. Esqueci do Saia Justa e liguei direto no Law & Ordem: Criminal Intent. :O)
Ontem à noite, tomei meio litro de suco natural de maracujá com duas cápsulas de um calmante fitoterápico à base de Valeriana, Melissa (já notou que essas duas estão sempre juntas nessas formulações?) e de um tal de Cratacavalus (que imaginei ser uma espécie de Contacarneirus).
Enquanto assistia Seinfeld, tomei duas canecas chá para bebezinhos. E nada do sono chegar.
Especialistas dizem que não é legal ir pra cama sem estar no estado capotante. Voltei pra varanda e comecei a ler. Nada.
Liguei a tv. Nada.
Voltei pra cama. Desisti. Estava começando a ficar no estado enervante.
Voltei pra varanda. Contei estrelas. Várias delas. Assisti a mais um episódio inédito de Mad About You.
Fui pra cama. Não sei como adormeci.
Acordei às 7h15. Puta merda. Isso não é hora de acordar. É hora de estar no ônibus. Meleca.
Agora, 13h30, horário local, já tomei meio balde de café, mas continuo no estado capotante.
MANHÊÊÊ!!!!


17 setembro, 2003

Bobagens.
Os meninos, na sexta-feira, contando a vida pregressa de suas famílias.
Então, um começou: - É, eu tinha a tia Fulana, irmã de mamãe. Tia Fulana era terrível. Dava pra Deus e todo mundo. Ela deu pra tanta gente, que resolveu virar freira.
- Sim, já que deu pra todo mundo, tava faltando dar pra Deus.
- É isso mesmo, rapaz. Ela entrou pra um convento carmelita. É daqueles que a mulher entra, não pode receber visita, só sai de lá morta.
- Já ouvi falar. Congregação Carmelita. É... Congregação Carmelita é o Big Brother do Senhor.
Ô, modeus.
Só passei aqui pra avisar que estou bem, gozando (hã?) de ótima saúde. A insônia tem acabado um pouco comigo. Mas, entendam, tudo tem seu lado bom. Pelo menos, tenho assistido a Mad About You toda madrugada.

14 setembro, 2003

Hoje, é só pra ela.
Niver da Bia, niver da Bia, niver da Bia.
La, la, ri, la, ri, la.
Bia é minha 1a afilhada, por ordem cronológica. (sou madrinha da Babica também)
Lembro-me até hoje da sensaçao de pegar a Bia no colo, em seu 3o ou 4o dia de vida, ainda na maternidade.
Foi quando, pra mim, ela passou a ser a Bióca. Tao pequena, tao querida.
Mas a Bióca passou a infância deixando todo mundo de cabelo em pé.
Nao comia nada a Bióca. Era de enlouquecer. Vontade de dar um soco.
Cresceu à base de miojo, batata frita, hamburguer do Bob´s e chicletes Ploc.(desconfio que ela colecionava as figurinhas).
Contrariando todos os dogmas de médicos, nutricionistas e das revistas femininas sempre de plantao, Bia tá linda, leve e poderosa, a bordo dos seus 16 anos. Eu tento imitar a dieta dela, mas nao dá o mesmo resultado.
Quis o destino que eu nao estivese presente na festa dos seus 15 anos. Eu estava em Belém, a trabalho.
E cá estou, longe de novo.
Sinto-me uma madrinha desnaturada, eu confesso. A pior das madrinhas.
O que me resta a dizer?
Feliz aniversário, Beatriz.
Eu amo você.

08 setembro, 2003

Noite insone. Estou em frangalhos.
Depois eu conto.

05 setembro, 2003

Ei???
Cheguei um pouco mais tarde do que de costume na agência.
- Bom dia
- Ana, você quer ir na Chácara com a gente? (note que a criatura nem me falou bom dia)
- Tá, o que é isso?? (sempre é bom perguntar)
- Um puteiro legal. Bora?
- Eu já te mandei à merda, hoje? (enquanto, calmamente, eu me servia de café)
Aos poucos, a equipe foi chegando. O trânsito tava mesmo brabo. Todo mundo chegou um pouco atrasado.
Lá pelas tantas:
- Ana, vc precisa me emprestar esse vestido.
- What???? (enquanto eu tirava o fone de ouvido)
- Ano passado, eu fui fantasiado de Mary Pink. Neste ano, quero ir com seu vestido. Me empresta?
Alguém pode me explicar o que está acontecendo por aqui, cacete?
Ninguém me explicou.
Quase na hora do almoco, reuniao de pré-produção de uma foto.
Conversa daqui, conversa dali, meu dupla dispara:
- Acho que o vestido da Ana seria uma toalha de mesa perfeita.
Danou-se.
Virei-me pro meu chefe e avisei: - Aê, chefia, vou chegar um pouco atrasada do almoco. Tenho que ir pra casa, trocar de roupa.
- ????
- Primeiro, me chamam pra ir a um puteiro, depois querem o meu vestido pra usar em desfile gay, agora pra toalha de mesa. Olha a situação.
Ele, pessoa muito séria, gargalhou.
O povo estava mesmo com a macaca, naquele dia.
Meio da tarde, producao pra foto toda montada. Parecia obra de prédio: 3 peões trabalhando e cinco em volta só olhando, manja? Era véspera de feriado, dá um desconto.
Até que um descoordenado derrubou café no chão. Senti 8 olhares esquisitos em minha direção.
- Nem vem! PANO DE CHAO, NÃOOOO!!!!!!!
Aromaterapia

A véspera do feriado foi muito divertida.
Um dia absurdamente quente, com céu azul, azul.
Parecia que todos os motoristas da cidade resolveram tirar suas carangas da garagem. Uma esbórnia.
Minha madrugada de quarta pra quinta havia sido desconfortável. Só adormeci por volta das 3h. Sono superficial e agitado. Na preguica de pensar, escolhi o primeiro vestido que vi no armário. Pela 1ª vez, lembrei de usar filtro solar. Minhas sardas triplicaram, desde que cheguei. Saí rtumo ao ponto de ônibus e comecei a me sentir melhor, apesar do sono absurdo. Notei que algo estava me deixando feliz. Muito feliz. Comecei a prestar aten´cao em mim e concluí que o aroma do filtro solar mudou meu estado de espírito. Eu me sentia em férias,, na praia. Delícia. Usem sempre, amigos. É muito bom.
Ueba!
Hoje é feriado por aqui.
Vou aproveitar o dia pra colocar a casa em ordem. Assistir Anjo Mau. :O)))
E se eu encontrar uma alma caridosa que me indique o ônibus correto, talvez eu vá à Praia de Ponta Negra. Tá um calor dos diabos e o céu tá lindo de morrer.

03 setembro, 2003

P.F.
Mudei o roteiro e fui almoçar no restaurante da Faculdade de Enfermagem. Arroz, feijão preto (eu amo), farofa, espaguete e um filé de frango grelhado do tamanho de um prato de sobremesa.
Suco de cupuacú e picolé de açaí. Tudo a 4 reá.
Preciso comer lá pra sempre. Tenho comido muita tranqueira, ultimamente.
ACHEI!!!!
Ueba. Sou a mulher mais feliz do mundo. Meu Armani estava escondido num compartimento qualquer da minha mochila.
Estou saltitante.
Obrigada, São Longuinho. Obrigada, São Longuinho. Obrigada, São Longuinho.

02 setembro, 2003

Lágrimas de sangue.
Perdi meu óculos Armani que eu amava de paixão.
Não o encontro em lugar nenhum. Estou inconsolável.