14 julho, 2008

Estávamos com um grupo de amigos em comum numa praia, mas
eu e House tínhamos sido apresentados ali, naquela
madrugada.
Era uma espécie de maratona, daquelas que eu adoro, em
que a gente passa a noite inteira indo de um lugar a outro,
até o dia amanhecer.
Não estávamos bebendo, embora curiosamente eu não
estivesse dirigindo.
House gostou muito de mim, procurava sempre ficar ao meu
lado e eu não posso culpá-lo por isso (ho,ho,ho).
De vez em quando se afastava, depois voltava contando sobre
o lugar que tinha ido, tipo subido nas pedras, ou sobre algo
que tinha comido. House estava feliz feito menino. Era um
sujeito engraçado, agradável, fazia perguntas
divertidas, por vezes infames, e não me deixava em paz.
Rolava um climinha.
Se bem que chegou a fazer um comentário sem graça sobre
o meu cabelo. Cretino.
Então House queria saber onde ficava a região Oceânica
de Niterói [olha meu inconsciente me sabotando aí,
gente]. Tal indagação me levou a concluir sobre nossa
localização: praia de Icaraí.
Na cena seguinte, a gente estava na mesma praia, só que
agora jogados numa espreguiçadeira na varanda de um
prédio.
Num momento de sensiblidade suprema, chamei a atenção de
House para algo espetacular que iria surgir no mar em
instantes. Ficamos em silêncio.
Um imenso cogumelo se formou como se tivesse ocorrido uma
violenta explosão submarina. E o House moleque virou um
homem maravilhado e ao mesmo tempo assustado, que segurou
com força o meu braço e nessa hora eu pensei que
deveriam ocorrer explosões submarinas deste porte com mais
freqüência. :))
O imenso cogumelo se dissipou e rolou uma aparente calmaria.
Aparente.
Segurei o braço dele suavemente e avisei: - Te prepara.
Foi nessa hora que se formou o maior maremoto que os meus
registros oníricos têm notícia. Sim, maremoto é o
meu tema campeão master na categoria sonhos recorrentes.
House praticamente foi ao delírio com a cena e eu ainda
podia sentir o seu toque em meu braço quando acordei com o
barulho da porta de incêndio sendo batida com força pelo
meu vizinho sem noção.
Sabe ódio? Daquela categoria de ódio capaz de se
transformar em manchete de página policial facinho?
Pois então.

Ainda possuída pela minha ira, tentei adormecer novamente.
De vez em quando eu tenho a sorte de retomar o mesmo enredo.
Não tive desta vez.
Sonhei que eu paguei o mico de sair de casa completamente
nua, apenas calçando Havaianas e com uma toalha de banho
enrolada na cabeça.
Só percebi minha condição constrangedora quando estava
dentro de um supermercado lotado.
Um clássico ao amanhecer.


Daí, nesta noite de domingo pra segunda, sonhei que
Michelle Pfeiffer tentava brutalmente me afogar no mar
revolto. Briga de gente grande.Uma selvageria.
Na boa, eu não sabia que a broaca era tão a fim do House
desse jeito.
Não sabia mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adoro esses seus sonhos, com começo-meio-e-fim e sentido. Os meus, quando lembro, não têm nada disso!
Vc. poderia transformá-los em crônicas. Que tal?