Estou sem tempo pra escrever sobre as personagens que definem a escrotidão humana. Então vamos logo partir pra ignorância. Pra variar, não sei de onde foram tiradas as pérolas que se seguem. Quando eu descobrir, prometo que conto, tá?
Sexóloga responde dúvidas (com respostas adequadas).
1) Tenho 20 anos e não transei ainda porque gostaria que a 1ª vez fosse com um namorado fixo. O que você acha?
R: Minha 1ª vez também foi com um namorado fixo. Eu o amarrei na cama.
2) O que fazer para surpreender um namorado tímido na primeira noite?
R: Apareça com um amante.
3) Tenho um amigo que quer fazer sexo comigo..mas ele tem um pênis de 24 cm. Acho que vai ser doloroso, o que fazer ?
R: Manda pra cá que eu testo pra você.
4) Como faço para seduzir o rapaz que eu amo?
R: Tire a roupa.
5) Terminei com meu ex porque ele é muito galinha e agora estou com outro.Mas ainda gosto do ex e às vezes ainda fico com ele! O que devo fazer?
R: Quem era mesmo galinha nesta história?
6) Quero saber como enlouquecer um homem só nas preliminares.
R: Mostre umas fotos de umas BMW.
7) Como enlouqueço meu parceiro em uma transa no banheiro?
R: Já usou desentupidor de pia?
8) Como conquistar um homem que tem namorada?
R: Pegue os dois logo. Gente complicada.
9) Saí com um gatinho e foi ótimo. Só que agora fico com o maior medo de ligar pra ele. Será que devo?
R: Depende. O gatinho sabe cagar na caixa de areia?
10) Eu tenho 18 anos mas adoro brincar de bonecas com a minha irmã de 2 anos. Tambem entro na net e não canso de ver cenas de sexo. O que eu faço?
R: Passe numa sex shop e compre um boneco inflável de boas proporções.
11) Sou feia, pobre e chata. O que devo fazer para alguém gostar de mim?
R: Ficar bonita, rica e ser legal. Obviamente.
12) O cara com quem estou saindo é muito legal, mas está dando sinais de ser alcoólatra. O que eu faço?
R: Não deixe ele dirigir.
13) Porque, na hora do sexo, quando a gente está no vai e vem, na hora que o corpo entra em atrito, faz aquele barulho de quem esta batendo palmas?
Porque nessa hora a gente fica mais excitado?
R: É porque parece que tem torcida, tá ligado? Da próxima vez grite pra galera.
14) Eu não tenho uma cara propriamente linda, apesar de ser normal e não ser feia. O que mais atrai os rapazes é o meu corpo. O que fazer para conseguir comer alguns gatos, tendo em conta que tenho 13 anos?
R: Nesta idade você tem que comer Sucrilhos, entende?
15) Tenho 28 anos e sou virgem, não aguento mais esta situação. Como mudá-la o mais rápido possivel?
R: Está em Manaus? Vá à Getulio Vargas, de madrugada. Leve uns R$ 50.
16) Sou virgem e rolou, pela primeira vez, de fazer sexo oral. engolindo o negócio e quero saber se corro o risco de ficar grávida. Estou desesperada!
R: Claro que corre o risco de ficar grávida. E a criança vai sair pela
orelha.
17) A primeira vez dói? Qual a melhor posição para a menina na primeira transa? Tenho 21 anos e ainda não transei porque tenho medo de doer e não aguentar.
R: Dói tanto que você vai ficar em coma e NUNCA mais vai levantar. Vê se deixa de ser fresca, ô Cinderela.
30 janeiro, 2004
29 janeiro, 2004
Vasculhando minhas gavetas, achei isso aqui, que ganhei logo ao chegar na agência. Relendo, seis meses depois, comprovo que assim mesmo.
Amazonês.
Pessoal, olha aí o nosso Amazonês!
Como ocupar o lugar similar ao de um amazonense típico?
Mais especificamente, como se passar por um "nativo"? Há algumas pistas.
É claro que são pistas generalizantes, que há exceções para mais ou para menos, como nas pesquisas eleitorais. Mas vamos a elas.
Primeiramente, você tem que treinar falar com as pessoas pegando nelas.
No braço, no ombro, no cotovelo. Mas tem de pegar. A linguagem corporal é tão importante para o amazonense quando o descanso o é para o baiano e a desconfiança para o mineiro. Beijinhos de cumprimento são sempre dois.
Os paulistas têm de aumentar um e os gaúchos têm de reduzir um. Isso pode causar uma série de beijos órfãos no ar para aqueles que estão em fase de adaptação. O pegar e o beijinho do amazonense não devem ser entendidos, grosso modo, como invasivos, mas como parte mesmo de sua enunciação, parte do sentido do dizer.
Outra coisa: amazonense aponta com a boca. Pergunte a um amazonense onde está algo e ele, muito provavelmente, em vez de levantar a mão e apontar, fará um biquinho em direção à coisa procurada. Aliás, um biquinho não, um beicinho.
Amazonense bom mesmo, típico, é aquele que não respeita sinais de trânsito.
Faixa de velocidade, então, vixe! Nem pensar. Muitos até fazem da faixa uma espécie de guia para centralizar seu carro, como fazem os aviões.
E vá tentar andar na faixa? Você é considerado o pior motorista do mundo, com direito a olhares feios e até alguns xingamentos. Por outro lado, se seu carro quebrar, logo aparecem muitos amazonenses querendo dar uma mãozinha.
Amazonense é solidário. Muito. Pergunte e ele responderá. Peça e ele
lhe ajudará. Dê trela e ele grudará.
O amazonense é muito caloroso. Não só pelo calor que faz em Manaus, mas porque facilmente puxa papo e se integra a um grupo. Basta uma possibilidade de entrada na conversa e..zapt! estamos dentro, na maior intimidade. Isso pode causar certo choque para as pessoas do sul e sudeste, mais reservadas no assunto amizade. É mais difícil "aprochegar-se" em São Paulo do que em Manaus, definitivamente. Mas há doces exceções.
Noves fora essas questões de relacionamento, há a questão da língua mesmo.
Algumas palavras e expressões que realmente levam algum tempinho para que sejam dominadas e internalizadas. Seguem abaixo algumas palavras e expressões típicas com suas explicações e comentários.
ÉGUA - Égua pode ser usado em várias situações. Tomou um susto:"égua!"
Alguém faz algo que você não entendeu: "égua..."
Uma situação estapafúrdia?
"Éééguaa, maninho..."
QUE SÓ - Locução adverbial de intensidade, similar a "pra caramba".
"Hoje está quente que só". "Ela é lesa que só". "A sala estava lotada que só."
LESO (A), LESEIRA - Um leso é alguém que sofre de leseira. Leseira é um abestalhamento momentâneo que acomete o leso. Se a leseira for uma característica contínua, dizemos que o leso sofre de leseira baré.
Segundo cientistas da Universidade de Kuala Lumpur, a leseira baré ocorre entre os amazonenses devido ao sol quente na moleira, que frita o cérebro e queima alguns neurônios. Temos ainda as expressões derivadas: "Deixa de ser leso!" e "Pára de leseira!". Mas como tudo tem seus dois lados, dizem que o sol também causa nos amazonense algo chamado tesão de mormaço.
Auto-explicativo.
AGORINHA - Diferentemente do uso no sudeste, agorinha quer dizer "há alguns segundos", referindo-se ao passado e não ao futuro. "Ela estava aqui agorinha, mas sumiu".
OLHA JÁ! - Expressão de indignação correspondente a "Mas que abuso!".
"E aí, gata, me dá um beijo?" "Mas, olha já esse aí...Te manca!"
MANO(A) - Tratamento carinhoso entre conhecidos ou não. Muito usado para fazer perguntas e pedidos. "Mana, faz um favor pra mim". "E aí, tudo bem, mano?"
PITIÚ - Cheiro. Geralmente associado a peixe. "Tá sentindo um pitiú danado aqui?"
BORIMBORA - Vamos embora. "A gente não tem mais nada a fazer aqui. Borimbora!"
COM BORRA (E TUDO) - Com tudo. Expressão de alopro. "Ela estava aprendendo a dirigir. Foi entrar na garagem e pisou no acelerador ao invés de pisar no freio. Aí entrou com borra e tudo na garagem, arrebentando o carro todo.
TEM MIL! - Expressão que significa indignação. "O chefe disse pra tu
fazeres o relatório sozinho". "O quê? Sozinho? Tem mil pra eu fazer!"
MAS QUANDO? - Ver "Tem mil!"
FICAR DE BUBUIA - Ficar sem fazer nada, ficar flutuando na água. "E aí, Zé, nadando um pouco?" "Não. To só aqui de bubuia um pouquinho".
BATORÉ - baixinho (a). "Procura por ele lá. Ele é um batorezinho gordo que fica no portão".
MACETA - Grande, imenso, de proporções anormais. "Eu disse que ia lá brigar com ele e quando eu olhei o cara era macetão. Saí fora..."
RECREIO - Barco. "Que horas sai o recreio para Eirunepé?"
QUERIDA - Cuidado! Esse é um falso cognato. O uso da palavra "querida" aqui em Manaus denota um certo sarcasmo ou uma certa ironia. "Escuta aqui, minha querida. Eu sou a mulher dele, entendeu?" "Você não está entendo, querido. (= você é burro!)"
PINCHA - Tampinha de refrigerante. Mas só as de metal. Já meio raras.
"Cadê a pincha do guaraná? É que eu faço coleção".
CARAPANÃ - Pernilongo. Só que mais chato e mais chupador. Termo
indígena para "lança voadora", segundo a lenda urbana.
DE LASCAR - Indica intensidade. "O sol está de lascar". "A prova foi
de lascar."
MALINAR - Reinar, fazer malvadeza gratuita, como por exemplo beliscar um bebê porque ele é muito fofo. "Ele é tão fofinho que dá vontade de malinar com ele".
MEU GRANDE - Tratamento para desconhecidos. Pode ser utilizado
intercambiavelmente com "mano". "E aí, meu grande. Tudo bom?". "Fica de olho aí no meu carro, falou, meu grande?"
ERAS... - Usado para momentos de perplexidade. "Eras...deixei meu
carro aqui...cadê ele?"
MÁ RAPÁ - O mesmo que "Olha já!". "Me empresta teu carro?" "Má rapá! Claro que não!"
Enfim, meu grande, são essas algumas palavrinhas e expressões que vão dar ao forasteiro um sentimento de pertença ao social amazonense. Como nós somos muito solícitos, mano, eu resolvi então escrever esse texto. Mas chega de falar leseira. Égua! Vou descer e vou tomar um banhinho de piscina. E, com certeza, vou ficar de bubuia. Tem mil pra eu ficar aqui escrevendo com um sol de lascar desse lá fora. Má rapá....
(autor desconhecido)
Amazonês.
Pessoal, olha aí o nosso Amazonês!
Como ocupar o lugar similar ao de um amazonense típico?
Mais especificamente, como se passar por um "nativo"? Há algumas pistas.
É claro que são pistas generalizantes, que há exceções para mais ou para menos, como nas pesquisas eleitorais. Mas vamos a elas.
Primeiramente, você tem que treinar falar com as pessoas pegando nelas.
No braço, no ombro, no cotovelo. Mas tem de pegar. A linguagem corporal é tão importante para o amazonense quando o descanso o é para o baiano e a desconfiança para o mineiro. Beijinhos de cumprimento são sempre dois.
Os paulistas têm de aumentar um e os gaúchos têm de reduzir um. Isso pode causar uma série de beijos órfãos no ar para aqueles que estão em fase de adaptação. O pegar e o beijinho do amazonense não devem ser entendidos, grosso modo, como invasivos, mas como parte mesmo de sua enunciação, parte do sentido do dizer.
Outra coisa: amazonense aponta com a boca. Pergunte a um amazonense onde está algo e ele, muito provavelmente, em vez de levantar a mão e apontar, fará um biquinho em direção à coisa procurada. Aliás, um biquinho não, um beicinho.
Amazonense bom mesmo, típico, é aquele que não respeita sinais de trânsito.
Faixa de velocidade, então, vixe! Nem pensar. Muitos até fazem da faixa uma espécie de guia para centralizar seu carro, como fazem os aviões.
E vá tentar andar na faixa? Você é considerado o pior motorista do mundo, com direito a olhares feios e até alguns xingamentos. Por outro lado, se seu carro quebrar, logo aparecem muitos amazonenses querendo dar uma mãozinha.
Amazonense é solidário. Muito. Pergunte e ele responderá. Peça e ele
lhe ajudará. Dê trela e ele grudará.
O amazonense é muito caloroso. Não só pelo calor que faz em Manaus, mas porque facilmente puxa papo e se integra a um grupo. Basta uma possibilidade de entrada na conversa e..zapt! estamos dentro, na maior intimidade. Isso pode causar certo choque para as pessoas do sul e sudeste, mais reservadas no assunto amizade. É mais difícil "aprochegar-se" em São Paulo do que em Manaus, definitivamente. Mas há doces exceções.
Noves fora essas questões de relacionamento, há a questão da língua mesmo.
Algumas palavras e expressões que realmente levam algum tempinho para que sejam dominadas e internalizadas. Seguem abaixo algumas palavras e expressões típicas com suas explicações e comentários.
ÉGUA - Égua pode ser usado em várias situações. Tomou um susto:"égua!"
Alguém faz algo que você não entendeu: "égua..."
Uma situação estapafúrdia?
"Éééguaa, maninho..."
QUE SÓ - Locução adverbial de intensidade, similar a "pra caramba".
"Hoje está quente que só". "Ela é lesa que só". "A sala estava lotada que só."
LESO (A), LESEIRA - Um leso é alguém que sofre de leseira. Leseira é um abestalhamento momentâneo que acomete o leso. Se a leseira for uma característica contínua, dizemos que o leso sofre de leseira baré.
Segundo cientistas da Universidade de Kuala Lumpur, a leseira baré ocorre entre os amazonenses devido ao sol quente na moleira, que frita o cérebro e queima alguns neurônios. Temos ainda as expressões derivadas: "Deixa de ser leso!" e "Pára de leseira!". Mas como tudo tem seus dois lados, dizem que o sol também causa nos amazonense algo chamado tesão de mormaço.
Auto-explicativo.
AGORINHA - Diferentemente do uso no sudeste, agorinha quer dizer "há alguns segundos", referindo-se ao passado e não ao futuro. "Ela estava aqui agorinha, mas sumiu".
OLHA JÁ! - Expressão de indignação correspondente a "Mas que abuso!".
"E aí, gata, me dá um beijo?" "Mas, olha já esse aí...Te manca!"
MANO(A) - Tratamento carinhoso entre conhecidos ou não. Muito usado para fazer perguntas e pedidos. "Mana, faz um favor pra mim". "E aí, tudo bem, mano?"
PITIÚ - Cheiro. Geralmente associado a peixe. "Tá sentindo um pitiú danado aqui?"
BORIMBORA - Vamos embora. "A gente não tem mais nada a fazer aqui. Borimbora!"
COM BORRA (E TUDO) - Com tudo. Expressão de alopro. "Ela estava aprendendo a dirigir. Foi entrar na garagem e pisou no acelerador ao invés de pisar no freio. Aí entrou com borra e tudo na garagem, arrebentando o carro todo.
TEM MIL! - Expressão que significa indignação. "O chefe disse pra tu
fazeres o relatório sozinho". "O quê? Sozinho? Tem mil pra eu fazer!"
MAS QUANDO? - Ver "Tem mil!"
FICAR DE BUBUIA - Ficar sem fazer nada, ficar flutuando na água. "E aí, Zé, nadando um pouco?" "Não. To só aqui de bubuia um pouquinho".
BATORÉ - baixinho (a). "Procura por ele lá. Ele é um batorezinho gordo que fica no portão".
MACETA - Grande, imenso, de proporções anormais. "Eu disse que ia lá brigar com ele e quando eu olhei o cara era macetão. Saí fora..."
RECREIO - Barco. "Que horas sai o recreio para Eirunepé?"
QUERIDA - Cuidado! Esse é um falso cognato. O uso da palavra "querida" aqui em Manaus denota um certo sarcasmo ou uma certa ironia. "Escuta aqui, minha querida. Eu sou a mulher dele, entendeu?" "Você não está entendo, querido. (= você é burro!)"
PINCHA - Tampinha de refrigerante. Mas só as de metal. Já meio raras.
"Cadê a pincha do guaraná? É que eu faço coleção".
CARAPANÃ - Pernilongo. Só que mais chato e mais chupador. Termo
indígena para "lança voadora", segundo a lenda urbana.
DE LASCAR - Indica intensidade. "O sol está de lascar". "A prova foi
de lascar."
MALINAR - Reinar, fazer malvadeza gratuita, como por exemplo beliscar um bebê porque ele é muito fofo. "Ele é tão fofinho que dá vontade de malinar com ele".
MEU GRANDE - Tratamento para desconhecidos. Pode ser utilizado
intercambiavelmente com "mano". "E aí, meu grande. Tudo bom?". "Fica de olho aí no meu carro, falou, meu grande?"
ERAS... - Usado para momentos de perplexidade. "Eras...deixei meu
carro aqui...cadê ele?"
MÁ RAPÁ - O mesmo que "Olha já!". "Me empresta teu carro?" "Má rapá! Claro que não!"
Enfim, meu grande, são essas algumas palavrinhas e expressões que vão dar ao forasteiro um sentimento de pertença ao social amazonense. Como nós somos muito solícitos, mano, eu resolvi então escrever esse texto. Mas chega de falar leseira. Égua! Vou descer e vou tomar um banhinho de piscina. E, com certeza, vou ficar de bubuia. Tem mil pra eu ficar aqui escrevendo com um sol de lascar desse lá fora. Má rapá....
(autor desconhecido)
Ela chegou.
Manaus nunca mais será a mesma.
Iremos abalar as estruturas da cidade. Creio que literalmente.
Liginha, a pateta mor, está em terras manauaras.
Ainda não a encontrei. Talvez a gente se encontre no final de semana. Não sei, não sei, tenho que resolver o pobrema do meu chuveiro. Prioridades, Jamanta!
Pensando bem, o chuveiro pode esperar.
Não vejo a Liginha há 3 anos. E agora ela está aqui.
Sou feliz. Sou feliz.
Manaus nunca mais será a mesma.
Iremos abalar as estruturas da cidade. Creio que literalmente.
Liginha, a pateta mor, está em terras manauaras.
Ainda não a encontrei. Talvez a gente se encontre no final de semana. Não sei, não sei, tenho que resolver o pobrema do meu chuveiro. Prioridades, Jamanta!
Pensando bem, o chuveiro pode esperar.
Não vejo a Liginha há 3 anos. E agora ela está aqui.
Sou feliz. Sou feliz.
28 janeiro, 2004
26 janeiro, 2004
23 janeiro, 2004
A melhor do Joãzinho. :O)
A professora divide a classe em dois grupos e decide fazer uma disputa de
perguntas.
Para que Joãozinho não lhe encha o saco, ela o coloca no grupo dos
inteligentes.
Aproveitando-se disso, ele grita para o outro grupo:
- Nós vamos arrasar com vocês, cambada de idiotas !!!
Começa a disputa...
- Quem descobriu a América?
O grupo de Joãozinho responde:
- Cristóvão Colombo!
E o Joãozinho grita: Eu não falei? Bando de orelhudos, 1 a 0!!!
A professora lhe repreende:
- Cala a boca Joãozinho!!!
Segunda pergunta:
- Que idioma se fala na Espanha?
O grupo de Joãozinho responde:
- Espanhol, fessora!!!!
E o Joãozinho:
- Viram só? Seus filhos duma égua, 2 a 0 !!
A professora lhe repreende:
- Cala a boca Joãozinho!!!
Terceira pergunta:
- Como Cristóvão Colombo chegou à América?
O grupo de Joãozinho responde:
- Nas caravelas.
Joãozinho, emocionadíssimo, disse:
- Eu bem que avisei, seus sacos de merda, 3 a 0!!!
A professora, de saco cheio, grita:
- Joãozinho!!! Levanta e sai, porra!!!
Joãozinho responde de imediato:
- O pênis, fessora! Show! 4 a 0 seus babacas !!!
A professora indignada volta a gritar:
- Joãozinho, sai e não volta mais !!!
Joãozinho contente responde:
- O cocô, professora. Hahaha, se ferraram, 5 a 0 !!!
A professora, não agüentando mais, grita:
- Joãozinho, SAI E NÃO VOLTA DENTRO DE UM MÊS!!!
Joãozinho, feliz da vida, responde aos berros:
- A MENSTRUAÇÃO!!! PUTA QUE O PARIU, 6 a 0 GANHAMOOOOOOOSSS !!!
A professora divide a classe em dois grupos e decide fazer uma disputa de
perguntas.
Para que Joãozinho não lhe encha o saco, ela o coloca no grupo dos
inteligentes.
Aproveitando-se disso, ele grita para o outro grupo:
- Nós vamos arrasar com vocês, cambada de idiotas !!!
Começa a disputa...
- Quem descobriu a América?
O grupo de Joãozinho responde:
- Cristóvão Colombo!
E o Joãozinho grita: Eu não falei? Bando de orelhudos, 1 a 0!!!
A professora lhe repreende:
- Cala a boca Joãozinho!!!
Segunda pergunta:
- Que idioma se fala na Espanha?
O grupo de Joãozinho responde:
- Espanhol, fessora!!!!
E o Joãozinho:
- Viram só? Seus filhos duma égua, 2 a 0 !!
A professora lhe repreende:
- Cala a boca Joãozinho!!!
Terceira pergunta:
- Como Cristóvão Colombo chegou à América?
O grupo de Joãozinho responde:
- Nas caravelas.
Joãozinho, emocionadíssimo, disse:
- Eu bem que avisei, seus sacos de merda, 3 a 0!!!
A professora, de saco cheio, grita:
- Joãozinho!!! Levanta e sai, porra!!!
Joãozinho responde de imediato:
- O pênis, fessora! Show! 4 a 0 seus babacas !!!
A professora indignada volta a gritar:
- Joãozinho, sai e não volta mais !!!
Joãozinho contente responde:
- O cocô, professora. Hahaha, se ferraram, 5 a 0 !!!
A professora, não agüentando mais, grita:
- Joãozinho, SAI E NÃO VOLTA DENTRO DE UM MÊS!!!
Joãozinho, feliz da vida, responde aos berros:
- A MENSTRUAÇÃO!!! PUTA QUE O PARIU, 6 a 0 GANHAMOOOOOOOSSS !!!
21 janeiro, 2004
O Processo Involutivo.
Nesta agência ocorre um fenômeno interessante com todo mundo que chega, especificamente neste departamento.
A tese parece complexa, mas hoje entendo que é bastante simples. Elementar.
As pessoas começam a trabalhar aqui como diamantes lapidados: finas, educadas, intelectualmente requintadas e com um vocabulário de gente do bem. Com o passar do tempo, sabe-se lá a razão, começam a deslapidar-se (perdão pelo neologismo).
O diamante começa a ficar embaçado. Vai embaçando, embaçando, involuindo, involuindo e quando a gente se dá conta, virou um toco de carvão. E, dizem, é irreversível.
Veja o meu caso, por exemplo. Ontem, passei por uma avaliação. A equipe concluiu que já estou em avançado processo de involução: uma metade, apenas um diamante tosco. A outra, já é um carvão da melhor qualidade.
Eu tô vendo acontecer o mesmo com a revisora, que está conosco há 5 meses. É verdade.
Você pode pensar que estou imaginando coisas. Não, são essas vozes na minha cabeça.
Nesta agência ocorre um fenômeno interessante com todo mundo que chega, especificamente neste departamento.
A tese parece complexa, mas hoje entendo que é bastante simples. Elementar.
As pessoas começam a trabalhar aqui como diamantes lapidados: finas, educadas, intelectualmente requintadas e com um vocabulário de gente do bem. Com o passar do tempo, sabe-se lá a razão, começam a deslapidar-se (perdão pelo neologismo).
O diamante começa a ficar embaçado. Vai embaçando, embaçando, involuindo, involuindo e quando a gente se dá conta, virou um toco de carvão. E, dizem, é irreversível.
Veja o meu caso, por exemplo. Ontem, passei por uma avaliação. A equipe concluiu que já estou em avançado processo de involução: uma metade, apenas um diamante tosco. A outra, já é um carvão da melhor qualidade.
Eu tô vendo acontecer o mesmo com a revisora, que está conosco há 5 meses. É verdade.
Você pode pensar que estou imaginando coisas. Não, são essas vozes na minha cabeça.
Hoje, 21 de janeiro, este Ventilador completa 3 anos e eu, 6 meses nesta agência de loucos-de-pedra.
Por uma coincidência intrigante, o Ventilador nasceu inspirado num blog famoso, na época recém-nascido. Anos depois, vim desabar em Manaus, em parte, por obra dessa mesma criatura. Coisa do capeta. Na hora do almoço, irão instalar meu telefone. À noite, vou fazer um 21. Saudades da Olívia e da Ciça-Mãe.
Por uma coincidência intrigante, o Ventilador nasceu inspirado num blog famoso, na época recém-nascido. Anos depois, vim desabar em Manaus, em parte, por obra dessa mesma criatura. Coisa do capeta. Na hora do almoço, irão instalar meu telefone. À noite, vou fazer um 21. Saudades da Olívia e da Ciça-Mãe.
20 janeiro, 2004
19 janeiro, 2004
Ai, a mudança.
Ainda estou em fase de adaptação à nova casa. Este final de semana foi a prova de fogo.
Saí pra comprar material de limpeza pra faxina pesada. Voltei pra casa com aquele bando de sacola, vassoura e rodo. Elevador parado no 10o andar.
Não, Senhor, imploro, com vassoura e rodo, não. Por favor.
O elevador descendo e eu rezando: Não pára, não pára, não pára.
Passou direto pro subsolo. Não parou.
Deus é pai.
Ainda estou em fase de adaptação à nova casa. Este final de semana foi a prova de fogo.
Saí pra comprar material de limpeza pra faxina pesada. Voltei pra casa com aquele bando de sacola, vassoura e rodo. Elevador parado no 10o andar.
Não, Senhor, imploro, com vassoura e rodo, não. Por favor.
O elevador descendo e eu rezando: Não pára, não pára, não pára.
Passou direto pro subsolo. Não parou.
Deus é pai.
16 janeiro, 2004
15 janeiro, 2004
O bonitão do 10o andar.
Aconteceu na terça. Terminada a mudança, comecei a entrar em estado de angúsita: sem copos, pratos (talheres eu tenho), travesseiro e TV. Impossível alguém viver assim. Fui ao shopping do jeito que eu estava: toda descombinando. Acabei resolvendo as compras no supermercado mesmo e voltei de táxi. Briguei com o taxista, porque o viado não tinha troco pra 10. Coloquei tudo no carrinho e, enquanto esperava o elevador de serviço, um sujeito aproximou-se lentamente. Tomei um sustão. Era surpreendentemente lindo. Estava chegando de viagem, lotado de malas e mochilas. Eu lá, descombinada daquele jeito, com a franja torta, rabo-de-cavalo, sem um pingo de maquiagem, empurrando um carrinho com um 14”, 2 travesseiros, forro de colchão e mais um monte de sacolinhas de compras prosaicas. O carrinho de supermercado mais deselegante que já empurrei na vida. O elevador chegou e ficou aquela situação meio besta. Ele, além de lindo, pareceu ser também muito educado. Soltou uma valise no chão, abriu a porta pra mim, eu agradeci, entrei e fiquei esperando ele fazer o mesmo (por que eu fui cortar minha franja? Droga). Gentilmente, perguntou se tinha lugar pra ele (mas é claro, meu filho, se não tiver a gente arruma). Ajeitei-me espremida entre o carrinho e o painel do elevador. Como gentileza se retribui com gentileza, me ofereci pra apertar o botão.
- Qual andar?
- 10o
(ai, isso vai dar merda)
A porra daquele elevador é lerdo que só. E aquele silêncio constrangedor pairando (merda, a unha do meu dedão do pé tá suja). Minha visão periférica (aquela que o Toni Ramos perdeu na novela, naquele tiroteio no Leblon) é bastante apurada e eu, um pouco envergonhada, notei que ele estava rindo, olhando pro meu carrinho. (puta merda, Julia Roberts chegaria em casa com um lindo saco pardo lotado de hortaliças frescas, um maço de flores do campo e eu assim, na lama)
O segundo andar chegou. E eu avisei pro cês que ia dar merda. Eu estava prensada e não tinha como sair, por conta das malas do felino. Fui obrigada a lançar um olhar de súplica. Ele sorriu. (não é um encanto?)
- Notou a Lei de Murphy? (nossa, ele tem uma conversa tão diferente dos outros rapazes).
- Juro que eu pensei nisso. (eu tinha pensado mesmo) ... Foi falta da gente combinar, né?
- Eu devia ter perguntado antes. (não se culpe, lindinho, eu que sou uma lesa)
Pois o pobre teve que arrastar todo aquele bando de mala pra fora do elevador, segurar a porra porta, esperar eu conseguir me desenroscar do canto que estava, manobrar o carrinho e sair. Tropecei na mochila. Pedi desculpa. Ele riu.
- Deixa que eu seguro a porta pro cê.
- Valeu. Boa noite pro cê.
- Noite.
E antes de empurrar o carrinho, olhei pelo visor da porta. Ele tava olhando pra mim. E provavelmente, pensando: essa louca tem franja torta, unha do dedão suja e faz compras estranhas. Bela imagem.
Desovei tudo em casa, abri uma cerveja e fui pra varanda pensar nas lições de vida daquele dia.
Acabei por concluir:
1- Preciso urgentemente dar um jeito na casa.
2- Nunca mais devo sair de qualquer jeito na rua.
3- Elegância, Jama, elegância.
4- Comprar uma burca não é um plano totalmente descartado.
Aconteceu na terça. Terminada a mudança, comecei a entrar em estado de angúsita: sem copos, pratos (talheres eu tenho), travesseiro e TV. Impossível alguém viver assim. Fui ao shopping do jeito que eu estava: toda descombinando. Acabei resolvendo as compras no supermercado mesmo e voltei de táxi. Briguei com o taxista, porque o viado não tinha troco pra 10. Coloquei tudo no carrinho e, enquanto esperava o elevador de serviço, um sujeito aproximou-se lentamente. Tomei um sustão. Era surpreendentemente lindo. Estava chegando de viagem, lotado de malas e mochilas. Eu lá, descombinada daquele jeito, com a franja torta, rabo-de-cavalo, sem um pingo de maquiagem, empurrando um carrinho com um 14”, 2 travesseiros, forro de colchão e mais um monte de sacolinhas de compras prosaicas. O carrinho de supermercado mais deselegante que já empurrei na vida. O elevador chegou e ficou aquela situação meio besta. Ele, além de lindo, pareceu ser também muito educado. Soltou uma valise no chão, abriu a porta pra mim, eu agradeci, entrei e fiquei esperando ele fazer o mesmo (por que eu fui cortar minha franja? Droga). Gentilmente, perguntou se tinha lugar pra ele (mas é claro, meu filho, se não tiver a gente arruma). Ajeitei-me espremida entre o carrinho e o painel do elevador. Como gentileza se retribui com gentileza, me ofereci pra apertar o botão.
- Qual andar?
- 10o
(ai, isso vai dar merda)
A porra daquele elevador é lerdo que só. E aquele silêncio constrangedor pairando (merda, a unha do meu dedão do pé tá suja). Minha visão periférica (aquela que o Toni Ramos perdeu na novela, naquele tiroteio no Leblon) é bastante apurada e eu, um pouco envergonhada, notei que ele estava rindo, olhando pro meu carrinho. (puta merda, Julia Roberts chegaria em casa com um lindo saco pardo lotado de hortaliças frescas, um maço de flores do campo e eu assim, na lama)
O segundo andar chegou. E eu avisei pro cês que ia dar merda. Eu estava prensada e não tinha como sair, por conta das malas do felino. Fui obrigada a lançar um olhar de súplica. Ele sorriu. (não é um encanto?)
- Notou a Lei de Murphy? (nossa, ele tem uma conversa tão diferente dos outros rapazes).
- Juro que eu pensei nisso. (eu tinha pensado mesmo) ... Foi falta da gente combinar, né?
- Eu devia ter perguntado antes. (não se culpe, lindinho, eu que sou uma lesa)
Pois o pobre teve que arrastar todo aquele bando de mala pra fora do elevador, segurar a porra porta, esperar eu conseguir me desenroscar do canto que estava, manobrar o carrinho e sair. Tropecei na mochila. Pedi desculpa. Ele riu.
- Deixa que eu seguro a porta pro cê.
- Valeu. Boa noite pro cê.
- Noite.
E antes de empurrar o carrinho, olhei pelo visor da porta. Ele tava olhando pra mim. E provavelmente, pensando: essa louca tem franja torta, unha do dedão suja e faz compras estranhas. Bela imagem.
Desovei tudo em casa, abri uma cerveja e fui pra varanda pensar nas lições de vida daquele dia.
Acabei por concluir:
1- Preciso urgentemente dar um jeito na casa.
2- Nunca mais devo sair de qualquer jeito na rua.
3- Elegância, Jama, elegância.
4- Comprar uma burca não é um plano totalmente descartado.
O segundo andar.
Mudei na terça-feira. O 208 está um pardieiro e não vejo muito jeito de melhorar aquela coisa, a curto prazo.
O caos está instalado. Todas as minhas roupas estão no sofá da sala e não sei o que está aonde. Esqueci de comprar cabides. Agora, ficou pra sábado. Não tem esquema. Francamente, eu me recuso a pagar R$ 6,00 por um jogo de 3 cabides. No centro da cidade deve ser mais barato. Mas a TV eu já comprei. Comprei e não instalei. Deu pobrema no cabo da antena, sãb? Os burros cortaram o cabo e deixaram só o cotoco. Tenho que comprar uma extensão. Por falar nisso, seria de bom alvitre eu providenciar uma linha telefônica. Estou incomunicável. Sem campainha e sem companhia. Ora, tenham compaixão.
Mudei na terça-feira. O 208 está um pardieiro e não vejo muito jeito de melhorar aquela coisa, a curto prazo.
O caos está instalado. Todas as minhas roupas estão no sofá da sala e não sei o que está aonde. Esqueci de comprar cabides. Agora, ficou pra sábado. Não tem esquema. Francamente, eu me recuso a pagar R$ 6,00 por um jogo de 3 cabides. No centro da cidade deve ser mais barato. Mas a TV eu já comprei. Comprei e não instalei. Deu pobrema no cabo da antena, sãb? Os burros cortaram o cabo e deixaram só o cotoco. Tenho que comprar uma extensão. Por falar nisso, seria de bom alvitre eu providenciar uma linha telefônica. Estou incomunicável. Sem campainha e sem companhia. Ora, tenham compaixão.
12 janeiro, 2004
O fusca 77.
Já tá tudo certo. Ele continua à venda e vai ser nosso.
Eu, a Beth e a Claudia vamos comprar um fusca, em sociedade. Será o nosso grito de libertação. Poderemos ir a qualquer lugar, sem depender daqueles seres cruéis e ignorantes. Poderemos almoçar em lugares decentes e nunca mais teremos que comer aquela lavagem de porco que servem aqui na esquina. E também vamos nos matricular numa academia. Ficaremos ainda mais poderosas.
E eu vou fazer musculação. Em 2004, serei uma Fratura Exposta sarada.
Já tá tudo certo. Ele continua à venda e vai ser nosso.
Eu, a Beth e a Claudia vamos comprar um fusca, em sociedade. Será o nosso grito de libertação. Poderemos ir a qualquer lugar, sem depender daqueles seres cruéis e ignorantes. Poderemos almoçar em lugares decentes e nunca mais teremos que comer aquela lavagem de porco que servem aqui na esquina. E também vamos nos matricular numa academia. Ficaremos ainda mais poderosas.
E eu vou fazer musculação. Em 2004, serei uma Fratura Exposta sarada.
09 janeiro, 2004
O massacre da tesoura.
Acordei endiabrada, juntando as coisas pra mudança, na correria. Os prazos sempre me atormentam. Arrumando as coisas da pia do banheiro, dei de cara com uma tesoura. Ueba. Eu me olhei no espelho e vi que o soco que dei no Fred tinha sido injusto. A caricatura que ele fez de mim tava igualzinha. Eu era um sheepdog.
Então, danou-se. Um estrago federal na franja. Irreversível. Indisfarçável. Fo-deu.
Prendi o cabelo, botei força na peruca e fui enfrentar os leões selvagens.
A princípio, ninguém percebeu. Os leões demoram a despertar.
- Má rapá, que cê fez nessa franja?
Pronto. Armou-se a parada. Cinco em volta de mim, dando palpite.
- Puxa pro lado.
- Corta o outro lado, que ficou torto.
- Puxa pro outro lado, assim.
- Até que não ficou tããão torto.
- Joga tudo pra trás.
- Se mata, sua burra.
Quando me dei por si, a menina do tráfego tava com a tesoura do chefe na mão, tentando arrumar o estrago e a revisora revisando o corte. Não teve muito acerto, não. Mas eles bem que me deram apoio. Vocês sabem, o lado psicológio conta muito nessa hora.
A única solução é comprar um frasco de xampu de Amor Crescido, uma burka e esperar a natureza fazer seu trabalho.
Acordei endiabrada, juntando as coisas pra mudança, na correria. Os prazos sempre me atormentam. Arrumando as coisas da pia do banheiro, dei de cara com uma tesoura. Ueba. Eu me olhei no espelho e vi que o soco que dei no Fred tinha sido injusto. A caricatura que ele fez de mim tava igualzinha. Eu era um sheepdog.
Então, danou-se. Um estrago federal na franja. Irreversível. Indisfarçável. Fo-deu.
Prendi o cabelo, botei força na peruca e fui enfrentar os leões selvagens.
A princípio, ninguém percebeu. Os leões demoram a despertar.
- Má rapá, que cê fez nessa franja?
Pronto. Armou-se a parada. Cinco em volta de mim, dando palpite.
- Puxa pro lado.
- Corta o outro lado, que ficou torto.
- Puxa pro outro lado, assim.
- Até que não ficou tããão torto.
- Joga tudo pra trás.
- Se mata, sua burra.
Quando me dei por si, a menina do tráfego tava com a tesoura do chefe na mão, tentando arrumar o estrago e a revisora revisando o corte. Não teve muito acerto, não. Mas eles bem que me deram apoio. Vocês sabem, o lado psicológio conta muito nessa hora.
A única solução é comprar um frasco de xampu de Amor Crescido, uma burka e esperar a natureza fazer seu trabalho.
08 janeiro, 2004
Da Escrotidão Humana – Capítulo II
Quanto desgosto pra uma mãe.
Segunda-feira, 21 de julho de 2003. Por volta de dezoito horas depois da minha chegada a Manaus, fui jogada aos leões. Poucas coisas são mais constrangedoras do que o primeiro dia de trabalho, principalmente quando você vem de uma comarca distante.
Minha cadeira estava reservada ao lado do Fred. Sujeito de poucas palavras. Diretor de arte, sabe?
Os dias foram se passando e, observadora sagaz que sou, fui entendendo tudo.
Menino casado, pai de dois filhos, muito devotado à família. Não bebe, nem fuma. Ilustrador de mão cheia. Soube, dias depois, que aquela criatura é também um baterista. Músico de renome nas madrugadas manauaras. Um desbravador.
Sua mãe, pianista, foi por muitos anos professora de música no Teatro Amazonas. Mulher educadíssima, que tentou estimular a suposta vocação do filho para a erudição. Dela, ganhou um piano. Seu pai também alimentava muitas esperanças. Deu-lhe um violino. O primogênito recebeu educação religiosa desde a tenra infância. Dizem até que foi coroinha. Mas, desde pequeno, o safado gostava mesmo era de bater tambor. De onde se pode concluir que a escrotidão humana, assim, pura, não é resultado de herança genética ou da vontade divina.
Às vezes, é coisa do capeta mesmo.
Não houve salvação e deu no que deu: o desgraçado virou publicitário e baterista.
Então, você, pra variar, deve estar se perguntando: e daí? Deixa o pobre tocar zabumba.
Mas, ele é baterista de grupo de pagode, meus amigos. Pagode. Veja que desgraça pra uma familia de gosto musical tão apurado.
Outro dia, arrisquei matar minha curiosidade:
- Frederico, sua mãe não morre de desgosto, não?
- Ela se nega a tocar nesse assunto.
Num disse?
Quanto desgosto pra uma mãe.
Segunda-feira, 21 de julho de 2003. Por volta de dezoito horas depois da minha chegada a Manaus, fui jogada aos leões. Poucas coisas são mais constrangedoras do que o primeiro dia de trabalho, principalmente quando você vem de uma comarca distante.
Minha cadeira estava reservada ao lado do Fred. Sujeito de poucas palavras. Diretor de arte, sabe?
Os dias foram se passando e, observadora sagaz que sou, fui entendendo tudo.
Menino casado, pai de dois filhos, muito devotado à família. Não bebe, nem fuma. Ilustrador de mão cheia. Soube, dias depois, que aquela criatura é também um baterista. Músico de renome nas madrugadas manauaras. Um desbravador.
Sua mãe, pianista, foi por muitos anos professora de música no Teatro Amazonas. Mulher educadíssima, que tentou estimular a suposta vocação do filho para a erudição. Dela, ganhou um piano. Seu pai também alimentava muitas esperanças. Deu-lhe um violino. O primogênito recebeu educação religiosa desde a tenra infância. Dizem até que foi coroinha. Mas, desde pequeno, o safado gostava mesmo era de bater tambor. De onde se pode concluir que a escrotidão humana, assim, pura, não é resultado de herança genética ou da vontade divina.
Às vezes, é coisa do capeta mesmo.
Não houve salvação e deu no que deu: o desgraçado virou publicitário e baterista.
Então, você, pra variar, deve estar se perguntando: e daí? Deixa o pobre tocar zabumba.
Mas, ele é baterista de grupo de pagode, meus amigos. Pagode. Veja que desgraça pra uma familia de gosto musical tão apurado.
Outro dia, arrisquei matar minha curiosidade:
- Frederico, sua mãe não morre de desgosto, não?
- Ela se nega a tocar nesse assunto.
Num disse?
07 janeiro, 2004
Passatempo ou perda de tempo?
Uns dias antes de viajar, montei 2 CDs de presente pra Oli. Selecionei músicas que me fazem lembrar dela, sorrir, ou morrer ainda mais de saudades. Acho que ela gostou da idéia.
Desde que voltei, tô criando uma porrada de arquivos especiais pra um monte de gente que eu gosto, gente que conheço de longe e até pra gente que eu quero esquecer. Talvez um dia, virem CDs bucaneiros. É divertido.
Adotei o esporte.
Uns dias antes de viajar, montei 2 CDs de presente pra Oli. Selecionei músicas que me fazem lembrar dela, sorrir, ou morrer ainda mais de saudades. Acho que ela gostou da idéia.
Desde que voltei, tô criando uma porrada de arquivos especiais pra um monte de gente que eu gosto, gente que conheço de longe e até pra gente que eu quero esquecer. Talvez um dia, virem CDs bucaneiros. É divertido.
Adotei o esporte.
06 janeiro, 2004
05 janeiro, 2004
02 janeiro, 2004
Comecei a ler Férias! Da mesma autora do abominável Melancia.
A história até que é divertida, mas aquela mulher escreve mal pra caralho. Sem sacanagem.
Tá, tá. Eu impliquei com o Melancia. Foi um livro que peguei numa fase péssima da minha vida. Tinha acabado de levar o pior pé na bunda que a humanidade teve notícia e o tema não era nada confortável. Parei na metade. Férias! é engraçadinho. Nada mais que isso.
A história até que é divertida, mas aquela mulher escreve mal pra caralho. Sem sacanagem.
Tá, tá. Eu impliquei com o Melancia. Foi um livro que peguei numa fase péssima da minha vida. Tinha acabado de levar o pior pé na bunda que a humanidade teve notícia e o tema não era nada confortável. Parei na metade. Férias! é engraçadinho. Nada mais que isso.
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