23 outubro, 2010

Hoje foi meu primeiro dia de férias.
De útil, comprei víveres básicos, no final da tarde.
De resto, dormi como um anjo.
Eu tava precisando muito.

20 outubro, 2010

#1 Achei o creme de berinjela. Estava na segunda prateleira.

#2 Existe coisa mais gostosa do que sair do trabalho, quase às 19h, ainda sob a luz do sol?

#3 Minhas férias foram adiadas para não sei quando. Entendo agora o que é a propriedade anestesiante do cansaço.

#4 Comprei um tabletinho de doce de leite com nozes. Odeio doce de leite e não faço muita questão de nozes. Isto  pode ser catalogado como a propriedade emburrecedora do cansaço.

#5 Sexta-feira vou tomar uma cerveja com as meninas. Isto pode ser considerado o ganho secundário do cansaço.

# 6 Vou dormir. Cansei.

# 7 Mentira. Vou ficar acordada esperando o 14o capítulo de Vale Tudo, no Canal Viva.

18 outubro, 2010

Ontem à noite, eu preparei uma pasta de berinjela.
Um procedimento relativamente simples, até as berinjelas marinadas assarem. Foi bem legal.
Demorou bastante até as ditas aceitarem ser amassadas com um garfo. Foram rendidas, desmaiadas e amassadas, no fundo da vasilha refratária.
Temperei o divino creme com tahine, limão, azeite, pimenta cayena, e mais alguns pequenos segredos.
Corrigi o sal.
Separei uma parte para consumo imediato, com torradas quentinhas de pão de aveia, porque a fome era muita.
A outra, lembro-me de ter acomodado em uma vasilha plástica, com boa vedação para conservar todos os aromas. E a penúltima lembrança que tenho era ter jantado como uma rainha.
A última, foi de ter adormecido como uma princesa.
Acordei divinamente bem.
Pensei em levar para o almoço mais um pouco daquele creme de berinjela, que estava muito próximo do que eu considero a perfeição.
Mas, cadê?
Procurei na geladeira, prateleira por prateleira.
No armário de guloseimas.
No forno.

[Sim, engraçadinhos de plantão, eu procurei no freezer também.]

Sonhei?
Sonambulei?
Ao chegar em casa, depois de um dia intrigante de trabalho,
abri a geladeira, e lá estava ele, o creme de berinjela.
Na segunda prateleira!
Começo a crer em universos paralelos.
Só pode ser.

16 outubro, 2010

É tudo um misto de tristeza, cansaço e não sei mais do quê.
A saudade é um fator que pesa nesta hora, desapega.

Tudo que eu precisava era de férias. Mas vai ter que ficar pra depois.
É hora de ser adulta. Prioridades e tal.

Dormi até perto do meio-dia. Evento raro. E necessário.
Saí para uma caminhada, mais para evitar a invasão da faxineira em casa, do que pelo exercício propriamente dito.
Parei na padoca, comi pão com manteiga na chapa e tomei um espresso puro.
(e eu nem podia tomar café tão puro assim.)
Tá. Confesso: comi dois pãezinhos. Tava muito bom e aquela padaria sempre me anima.

Encontrei o Albino, balconista há séculos da melhor padaria da avenida principal.
Albino é albino, manco e miope.
Criatura mais feliz no bairro, não há.
Basta sair uma fornada de pãozinho de queijo. Caso o Albino esteja do lado de lá do balcão, corra, porque não sobra um, em menos de cinco minutos. Se tem um cara que nasceu pra vender é o Albino.

Ele me viu sentada no banquinho do balcão, perguntou se eu não queria um pedacinho de bolo indiano (que é dos deuses, diga-se).
Eu disse que não.
Ele disse que eu tava triste e deveria adoçar minha vida, mesmo que fosse com um pedaço de bolo indiano.
Albino é o cara.

Subi a avenida, cheguei à outra avenida principal, fui pesquisar fofuchices para Näs, tive grandes ideias.
Caminhar sempre me faz bem.
Voltei pra casa e não demiti a faxineira. Momentos decisivos.

Assisti a Algemas de Cristal. (Teneessee Williams).
Estou numa fase Telecine Cult.
Adorei. Dizem que ele (TW) não gostou nada do final, vou investigar a razão.

Agora começou "Armadilhas do Amor", no Telecine Premium, de 2009, com Meg Ryan na fase pós-instalação de silicone na face.
Acho que eu posso me poupar disso.

Zapeando, vejo que às 20h05, no mesmo canal, vai passar "Arraste-me para o Inferno".
D´onde se pode concluir que não há nada que não possa piorar.
Não é?
:)
E eu gostava tanto dele.

10 outubro, 2010

Eu estou triste.
Sempre digo que meninos, quando estão tristes, vão ao puteiro. Fato.
Meninas, quando tristes, vão à cartomantes. Fato.
Além de triste, eu também estou pobre. (não vou falar das razões da minha tristeza agora)
Ontem, fui às compras. Na condição de pobre, porém ainda um pouco inteligente, rendi-me aos encantos do comércio popular da Praça da Árvore. Adoro.
Então, quando eu estou triste e pobre, sem poder gastar grana com luxos, tipo cartomantes, vou à perfumarias.
Eu precisava de um apontador de lápis de maquiagem. Porque eu tinha um que era o exemplo da perfeição. Mas até ele eu perdi, não me pergunte como. Os dias não têm sido muito gentis comigo, e minha coleção de lápis de maquiagem não tem me ajudado muito a manter as aparências.
Ameaçava chover e, óbvio, eu estava sem guarda-chuva.
Resolvi ir a uma outra perfumaria. Cansei daquela de sempre.
O lugar era uma zona federal. Critério nenhum na organização das prateleiras. Algo que muito se assemelhava ao armário do meu banheiro.
Iniciei meu trabalho de reconhecimento do terreno. Apesar da bagunça, os preços eram muito bons, tendo aquela loja lá da Liberdade como referência. ;)
A vendedora Dora perguntou se eu precisava de algo. Contei o que procurava.
Ela me apresentou todo um universo variado de apontadores de lápis de maquiagem, de todos os preços.
Após um suspiro profundo, desabafei: - Você não tem um azulzinho? Acho que era da Nivea. Eu perdi o meu, não me confoooormooo, eu o tinha há uns, sei lá, (chutei) uns 11 anos. Era perfeito. Não sei aonde foi parar. Sabe qual é? (quase chorei nessa hora)
Dora sorriu pra mim, com um olhar de quem entende perfeitamente o meu sofrimento. Tocou no meu ombro e disse: - Sim, azulzinho, é da Nivea, sim. Era importado da Alemanha. Não importam mais, faz muito tempo. Eu tenho um há mais de 15 anos e ainda está perfeito. Como você foi perder?
Senti-me totalmente acolhida. Uma pessoa capaz de conservar um apontador de lápis de maquiagem da Nivea, o azulzinho, por mais de 15 anos só pode ser merecedora de todo meu respeito e consideração.
Dora, talvez percebendo que eu estava mesmo triste, encarregou-se de fazer uma triagem do universo de apontadores que havia me apresentado. Ficamos entre três possibilidades (nenhuma que chegasse aos pés do Nivea, mas, ok, desapega!).
Dora olhou pra mim por alguns segundos, e notando minha indecisão, apresentou-me uma quarta possibilidade.
E disfarçadamente sussurrou: - Entre este aqui (sem nome conhecido) e este aqui (grife poderosa X), a diferença está no preço, mas se perguntarem, não fui eu quem disse, entendeu? (pisc)
(comentário típico de uma criatura capaz de conservar um apontador Nivea por mais de 15 anos, concorda? :)
Comprei mais algumas bobaginhas necessárias e despedi-me de Dora prometendo voltar sempre.
Estou feliz  melhor agora, que tenho um novo apontador de lápis de maquiagem. Que não é um Nivea, mas vá lá que seja, é ótimo e custou apenas R$ 4,50. ;)
Pelo menos posso maquiar meus olhos com um traço bem delineado, de modo a parecerem menos tristes.(pisc)
Thanks, Dora!
Eu saí da loja que parecia uma zona federal e tinha parado de chover.
Nem posso reclamar tanto da vida.
                                            Daqui

03 outubro, 2010

Babaganush caseiro com pão de quinua e castanhas.
A penúltima banana daquele quintal, grelhada com canela. A penúltima.
Chá de hibisco com melissa para não pensar mais nisso.