02 dezembro, 2009

Queridos,
Nunca nos quase 9 anos (!) de história deste Ventilador alguém pediu direito de resposta. Pois como para tudo na vida existe uma primeira vez, segue abaixo a réplica solicitada.
Com a palavra, Visionário da Cabeça Quadrada (?).

" Rá perdeu! Disse peremptoriamente a bela dama...

Obrigo-me a um singelo direito de resposta.
A perfeição vem da prática, afirmo novamente a batida máxima que deve ter sido posta no mundo por um pai Mesopotânico ou talvez uma mãe Anatóliana, dada a quantidade de primaveras da dita cuja.
Porém... apenas porém... a dama (reafirmar o adjetivo acima apenas serviria para incentivar a vaidade... esse pecaminoso sentimento sem a qual as mulheres seriam homens, mas condenado segundo o livro dos seguidores do Um Deus), voltando: a dama deixa-se levar pela oportunidade de um leve chiste, um lazer de leve com a minha face, como diriam nossos vizinhos cariocas mais dados aos coloquialismos, e assim deixa uma lacuna em sua tão bem redigida tese. Explico-me:
O que é a prática, a busca diante da perfeição inata de um ato?
Há aqueles que buscam constantemente. Que com o passar dos anos (talvez décadas) chegam a patamares inimagináveis em seus caminhos, com obras realmente dignas de lágrimas. Mas, haveria alguém de perguntar à grande maioria deles, os maiores mestres - e aqui refiro-me não aos geniaizinhos do dia a dia, e sim aos irrefutáveis, como Da Vinci, Verne, Platão, Aristóteles e muitos etcs, com o perdão da linha do tempo emaranhada - se eles alcançaram seu apogeu, sua dita perfeição através de tanta prática e teria como resposta - aqui me abro para um pequeno devaneio boêmio: seria capaz de que se sentasse, pedisse uma bebida contemporânea à época, e passasse algumas horas fazendo com que o infeliz se arrependesse de ter entrado numa máquina do tempo e ido pra tão longe de casa perguntar uma idiotice dessas. A perfeição é apenas vista em espelhos que não refletem a luz, cara dama; jamais é percebida pelos que a carregam.
E agora mais um ponto de concordância discutida: no suicídio não se aplica mesmo. Por que, e perdoem-me os otimistas não românticos, o suicídio é perfeito em si.
É um ato discutível, é bem verdade, porém em qualquer uma de suas muitas formas alcança sempre o mesmo objetivo. Na mesma intensidade e efeito. Transforma a vida em morte, rápida ou lenta, dolor ou não, com perfeição.
Sem mais, paro agora e saio para uma leve carraspana (sim, essa eu aprendi com vc), deixo aqui, tanto a réplica quanto a dama, para reflexão. E espero, com água na boca, a tréplica.


Visionário da Cabeça Quadrada."

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