Não foi nada fácil.
Ontem, passei o dia atrás de notícias, desde a hora que me levantei e vi as primeiras imagens nos noticários da manhã.
Na hora do almoço fui pra casa acompanhar os telejornais. Fiquei assustada ao ver que a Record tinha suspendido a programação e fazia cobertura ao vivo. Soube depois que a Globo fez o mesmo. Minha vontade era pegar o primeiro avião e ver as pessoas que eu amo. Fui covarde e fiquei.
No fim do dia, a coisa também tava braba por aqui. Trânsito caótico. Mais de 40 minutos para percorrer um trecho que não leva mais do que 15.
Cheguei em casa com tudo às escuras. Apagão em boa parte da cidade, sem previsão de volta. Localizei um maço de velas sobre o fogão. Acendi duas e as coloquei no cinzeiro que nunca uso. Fui pra varanda sentindo uma inquietação insuportável.
Chamei um táxi. Na recepção do prédio, os vizinhos se aglomeravam em volta da TV alimentada pelo gerador. No Jornal Nacional o assunto era futebol. Que saco!
Fui ao supermercado para compras rápidas. Esqueci dos cigarros.
De volta, as velas ainda ardiam na varanda. Aproveitei aquela luz pra escrever bobagens que me divertem. Impublicáveis.
O telefone tocou. Calma nessa hora.
Eram apenas as notícias que eu espera: apesar do susto e da tensão, todos estavam bem.
Continuei os registros dos meus diálogos internos e nem percebi quando a energia voltou.
Esperei as velas terminarem e só então liguei a TV.
Diazinho de merda.
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