Horizontes ampliados.
Ontem, ao chegar em casa, encontrei o chefe de Cosme e Damião no elevador. Foi dado o veredito: a responsa é do morador do andar de cima. O cara vai comprar tinta e rejunte, e o condomínio vai bancar a mão-de-obra. É só marcar o dia e reservar 10 reå pra Cosme e Damião porque eles são gente boa pra caramba.
Minha varanda vai voltar a ser transitável e, cá entre nós, aquele teto tava precisando de uma geral faz tempo.
Esse leão tá com os dias contados.
31 março, 2006
Thiago de Mello. Hoje, 80 anos.
Arte de amar
Não faço poemas como quem chora,
nem faço versos como quem morre.
Quem teve esse gosto foi o bardo Bandeira
quando muito moço; achava que tinha
os dias contados pela tísica
e até se acanhava de namorar.
Faço poemas como quem faz amor.
É a mesma luta suave e desvairada
enquanto a rosa orvalhada
se vai entreabrindo devagar.
A gente nem se dá conta, até acha bom,
o imenso trabalho que amor dá para fazer.
Perdão, amor não se faz.
Quando muito, se desfaz.
Fazer amor é um dizer
(a metáfora é falaz)
de quem pretende vestir
com roupa austera a beleza
do corpo da primavera.
O verbo exato é foder.
A palavra fica nua
para todo mundo ver
o corpo amante cantando
a glória do seu poder.
30 março, 2006
Caça aos leões. A luta continua.
Como disse, o cara dos documentos vai mandar tudo por sedex. O leão continua na jaula, mas está sedado.
Enquanto isso, corro atrás da parada na Caixa. Baixou-me uma Dita arretada, ontem à noite. Tinha que achar a averbação do divórcio. Pra isso, tive que mexer nas 485 pilhas de papéis e envelopes escondidos no armário da sala. Contas telefônicas, extratos de cartão de crédito, comprovantes de supermercado, muitos ainda de 2003! Teria sido eu um esquilo, em encarnações passadas? Joguei um volume considerável de bobagens fora. Nessas, achei não só a bendita averbação como também uma cópia autenticada. Economizei a ida ao cartório.
Trouxe toda documentação para o trabalho. Fiz uma pesquisa de campo minusciosa com os colegas. Veredito: dia 30 não é um dia legal pra ir à Caixa. Tenho que respeitar a sabedoria popular. Ficou pra amanhã. Mas, ó, melhor assim. Amanhã é sexta, 31, que é 13 ao contrário. Pode ser um bom presságio. Então, some mais um leão sedado na jaula.
Falta descobrir o que há de errado com os telefones da nova hospedagem de Godzila. E resolver a reforma no teto da varanda [suspiro]. Mas eu combinei que é um leão de cada vez.
Como disse, o cara dos documentos vai mandar tudo por sedex. O leão continua na jaula, mas está sedado.
Enquanto isso, corro atrás da parada na Caixa. Baixou-me uma Dita arretada, ontem à noite. Tinha que achar a averbação do divórcio. Pra isso, tive que mexer nas 485 pilhas de papéis e envelopes escondidos no armário da sala. Contas telefônicas, extratos de cartão de crédito, comprovantes de supermercado, muitos ainda de 2003! Teria sido eu um esquilo, em encarnações passadas? Joguei um volume considerável de bobagens fora. Nessas, achei não só a bendita averbação como também uma cópia autenticada. Economizei a ida ao cartório.
Trouxe toda documentação para o trabalho. Fiz uma pesquisa de campo minusciosa com os colegas. Veredito: dia 30 não é um dia legal pra ir à Caixa. Tenho que respeitar a sabedoria popular. Ficou pra amanhã. Mas, ó, melhor assim. Amanhã é sexta, 31, que é 13 ao contrário. Pode ser um bom presságio. Então, some mais um leão sedado na jaula.
Falta descobrir o que há de errado com os telefones da nova hospedagem de Godzila. E resolver a reforma no teto da varanda [suspiro]. Mas eu combinei que é um leão de cada vez.
29 março, 2006
Um leão de cada vez.
Tenho porradas de aborrecimentos cotidianos e burocráticos pra resolver. Não repare. Coisa de procrastinador profissional. Tudo acumulado, atrasado. Pendências perigosas. Prazos estourando.
No desespero, tento resolver tudo ao mesmo tempo. Costuma dar merda.
Então, rezo pra N. Sra. Desatadora de Nós [no caso, Cegos] e vou matar meus leões. Um de cada vez. Estabeleço metas, cronograma de tarefas. Parece piada.
Como disciplina é tudo, dou início aos trabalhos.
Ligo novamente pro cara da hospedagem de Godzila. Celular e fixo. Não atende. Mudo a estratégia. Mando e-mail. Até agora sem resposta. Vou precisar de ajuda local. Esse leão fica solto, por enquanto.
O cara dos documentos. Tento de novo. Não consigo. Prazo: 31. Mudo a estratégia. Vou pegá-lo no pulo. Ligo logo cedo. Antes das 9. Rá! Funciona. Sujeito educado e simpático, com voz de cantor de bolero. Negocio tudo com maestria. Nem parece eu. Combino de mandar os dados necessários. Ainda não mandei. Dependo da menina do Financeiro daqui. Podemos considerar que esse leão não tá morto, mas já tá na jaula. De amanhã não passa.
Cosme e Damião. Encontro os 2 na recepção do prédio. Solicito providências [uau, tô gostando de me ver]. O problema deve ser no apartamento do andar de cima, que precisa ser inspecionado pra saber quem vai arcar com o prejuízo. Passa pra jaula, leão.
A pendência na Caixa. Parece fácil. Com a documentação certinha como está, basta ir à uma agência e transferir a grana. Não é bem assim. Tem que levar xerox autenticada da averbação do divórcio, assim que eu achar a bendita averbação do divórcio. Não faço idéia onde procurar. Final de mês. Vai ter fila gigante. Galera do INSS. Quase 5 leões em 1. Prazo: 31. Fodeu.
Tenho porradas de aborrecimentos cotidianos e burocráticos pra resolver. Não repare. Coisa de procrastinador profissional. Tudo acumulado, atrasado. Pendências perigosas. Prazos estourando.
No desespero, tento resolver tudo ao mesmo tempo. Costuma dar merda.
Então, rezo pra N. Sra. Desatadora de Nós [no caso, Cegos] e vou matar meus leões. Um de cada vez. Estabeleço metas, cronograma de tarefas. Parece piada.
Como disciplina é tudo, dou início aos trabalhos.
Ligo novamente pro cara da hospedagem de Godzila. Celular e fixo. Não atende. Mudo a estratégia. Mando e-mail. Até agora sem resposta. Vou precisar de ajuda local. Esse leão fica solto, por enquanto.
O cara dos documentos. Tento de novo. Não consigo. Prazo: 31. Mudo a estratégia. Vou pegá-lo no pulo. Ligo logo cedo. Antes das 9. Rá! Funciona. Sujeito educado e simpático, com voz de cantor de bolero. Negocio tudo com maestria. Nem parece eu. Combino de mandar os dados necessários. Ainda não mandei. Dependo da menina do Financeiro daqui. Podemos considerar que esse leão não tá morto, mas já tá na jaula. De amanhã não passa.
Cosme e Damião. Encontro os 2 na recepção do prédio. Solicito providências [uau, tô gostando de me ver]. O problema deve ser no apartamento do andar de cima, que precisa ser inspecionado pra saber quem vai arcar com o prejuízo. Passa pra jaula, leão.
A pendência na Caixa. Parece fácil. Com a documentação certinha como está, basta ir à uma agência e transferir a grana. Não é bem assim. Tem que levar xerox autenticada da averbação do divórcio, assim que eu achar a bendita averbação do divórcio. Não faço idéia onde procurar. Final de mês. Vai ter fila gigante. Galera do INSS. Quase 5 leões em 1. Prazo: 31. Fodeu.
Quaresma longa.
Segunda-feira brabérrima, hora do almoço.
Eu em casa, esperando Cosme e Damião para consertarem o maldito teto da varanda. Aquilo tá sinistro demais.
Enquanto isso, tentava insistentemente falar com o cara dos documentos que tanto preciso, sob o risco de ficar sem salário. Ocupado. Ligo de novo. Alguém atende. O caboclo saiu.
O tempo se esgotando e nada de Cosme, nada de Damião.
Olhei pra minha imagem no espelho da sala. Deu vontade de quebrar. Lembrei dos 7 anos de azar. Quebrei um, uma vez. Já cumpri 3 anos e meio. Tô na condicional. Melhor não abusar.
Pela primeira vez, depoisde quase um ano, consegui visualizar com precisão cirúrgica os pontos que ficaram submersos na epiderme, após a remoção do cisto no rosto. Aflitivo. Barberagem do médico. Filho da puta.
Peguei a pinça. Arranquei um por um. Sem dó. Joguei methiolate. Misericórdia.
Melhorou muito.
Deu minha hora. Voltei pro trabalho. Não xinguei ninguém.
Às vezes, minha serenidade me surpreende.
Segunda-feira brabérrima, hora do almoço.
Eu em casa, esperando Cosme e Damião para consertarem o maldito teto da varanda. Aquilo tá sinistro demais.
Enquanto isso, tentava insistentemente falar com o cara dos documentos que tanto preciso, sob o risco de ficar sem salário. Ocupado. Ligo de novo. Alguém atende. O caboclo saiu.
O tempo se esgotando e nada de Cosme, nada de Damião.
Olhei pra minha imagem no espelho da sala. Deu vontade de quebrar. Lembrei dos 7 anos de azar. Quebrei um, uma vez. Já cumpri 3 anos e meio. Tô na condicional. Melhor não abusar.
Pela primeira vez, depoisde quase um ano, consegui visualizar com precisão cirúrgica os pontos que ficaram submersos na epiderme, após a remoção do cisto no rosto. Aflitivo. Barberagem do médico. Filho da puta.
Peguei a pinça. Arranquei um por um. Sem dó. Joguei methiolate. Misericórdia.
Melhorou muito.
Deu minha hora. Voltei pro trabalho. Não xinguei ninguém.
Às vezes, minha serenidade me surpreende.
28 março, 2006
Comunicação cortada.
Tento falar com o cara da nota, não consigo.
Com o cara que vai hospedar Godzila, também não.
Ligo pro 0800 do banco, necas. Pro 0300, idem.
Tento falar com minha mãe, a Telefônica informa que o n. não existe.
O teto da varanda desaba. Chamo o cara da manutenção e nada.
Melhor cortar os pulsos.
Tento falar com o cara da nota, não consigo.
Com o cara que vai hospedar Godzila, também não.
Ligo pro 0800 do banco, necas. Pro 0300, idem.
Tento falar com minha mãe, a Telefônica informa que o n. não existe.
O teto da varanda desaba. Chamo o cara da manutenção e nada.
Melhor cortar os pulsos.
27 março, 2006
24 março, 2006
Momento Gilmore. A padoca cor-de-rosa.
- Me mostra as coisas legais do seu bairro novo. Dei uma xeretada nas padocas. Achei a
dessa esquina com jeito bom.
- É boa. A outra também. Mas eu gosto mesmo é da padaria rosa.
- Me mostra.
- Vira ali.
- O que tem de irresistível?
- O pão não é muito legal.
- Sei..
- Eles fazem sanduíches bons.
- Num pão que é uma bosta?
- [risos] Pão de fôrma
- Sei. Padaria cujo melhor sanduíche é no pão Pullman. Fale mais sobre isso.
- [risos] Os sucos são bons também.
- De caixinha, aposto.
- [gargalhadas] É ali, ó.
- É. Vamos concordar que a fachada é bonitinha. Mas, pão de fôrma?
- Me mostra as coisas legais do seu bairro novo. Dei uma xeretada nas padocas. Achei a
dessa esquina com jeito bom.
- É boa. A outra também. Mas eu gosto mesmo é da padaria rosa.
- Me mostra.
- Vira ali.
- O que tem de irresistível?
- O pão não é muito legal.
- Sei..
- Eles fazem sanduíches bons.
- Num pão que é uma bosta?
- [risos] Pão de fôrma
- Sei. Padaria cujo melhor sanduíche é no pão Pullman. Fale mais sobre isso.
- [risos] Os sucos são bons também.
- De caixinha, aposto.
- [gargalhadas] É ali, ó.
- É. Vamos concordar que a fachada é bonitinha. Mas, pão de fôrma?
08 março, 2006
Tô indo.
If you're out on the road
Feeling lonely, and so cold
All you have to do is call my name
And I'll be there on the next train
Where you lead, I will follow
Anywhere that you tell me to
If you need, you need me to be with you
I will follow where you lead
I will follow you
Anywhere that you tell me to
If you need, you need me to be with you
I will follow where you lead
Where You Lead - Carole King e Louise Goffin
Gilmore Girls.
If you're out on the road
Feeling lonely, and so cold
All you have to do is call my name
And I'll be there on the next train
Where you lead, I will follow
Anywhere that you tell me to
If you need, you need me to be with you
I will follow where you lead
I will follow you
Anywhere that you tell me to
If you need, you need me to be with you
I will follow where you lead
Where You Lead - Carole King e Louise Goffin
Gilmore Girls.
03 março, 2006
02 março, 2006
Eu ia, mas num fui.
Segunda de carnaval teve apresentação da Banda da Fuleragem.
Achei que era piada, mas dizem que tem até carteirinha de sócio. Coisa muito séria.
O animador da Banda fica gritando ao microfone:
- Quem é fuleiro aí?
Os lesos: - Eeeeeu!
- Agora só as fuleiras?
As lesas: - EEEEHHHHHHHH!!!!
Na hora de começar, o som pifou. Tiveram que dar um jeito.
E o animador resmungando: - É muita fuleragem.
Fred Fuleirão tocou bateria.
E eu perdi essa, acredita?
Sacanagem.
Segunda de carnaval teve apresentação da Banda da Fuleragem.
Achei que era piada, mas dizem que tem até carteirinha de sócio. Coisa muito séria.
O animador da Banda fica gritando ao microfone:
- Quem é fuleiro aí?
Os lesos: - Eeeeeu!
- Agora só as fuleiras?
As lesas: - EEEEHHHHHHHH!!!!
Na hora de começar, o som pifou. Tiveram que dar um jeito.
E o animador resmungando: - É muita fuleragem.
Fred Fuleirão tocou bateria.
E eu perdi essa, acredita?
Sacanagem.
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