29 março, 2006

Quaresma longa.
Segunda-feira brabérrima, hora do almoço.
Eu em casa, esperando Cosme e Damião para consertarem o maldito teto da varanda. Aquilo tá sinistro demais.
Enquanto isso, tentava insistentemente falar com o cara dos documentos que tanto preciso, sob o risco de ficar sem salário. Ocupado. Ligo de novo. Alguém atende. O caboclo saiu.
O tempo se esgotando e nada de Cosme, nada de Damião.
Olhei pra minha imagem no espelho da sala. Deu vontade de quebrar. Lembrei dos 7 anos de azar. Quebrei um, uma vez. Já cumpri 3 anos e meio. Tô na condicional. Melhor não abusar.
Pela primeira vez, depoisde quase um ano, consegui visualizar com precisão cirúrgica os pontos que ficaram submersos na epiderme, após a remoção do cisto no rosto. Aflitivo. Barberagem do médico. Filho da puta.
Peguei a pinça. Arranquei um por um. Sem dó. Joguei methiolate. Misericórdia.
Melhorou muito.
Deu minha hora. Voltei pro trabalho. Não xinguei ninguém.
Às vezes, minha serenidade me surpreende.

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