11 junho, 2003

[ Se voce esta chegando agora, aconselho ler primeiro os posts de terça-feira - 9/06. Estao logo ali abaixo. Caso contrario, voce vai ficar boiando.]

Continuando a historia. [falta pouco]
Cena XIII - Refem da escuridao.
Luzes apagadas. Silencio absoluto. Nao tem lua no ceu. Um breu total la fora.
Percebo que nao posso sair do sofa. Se eu tentar, posso tropeçar no Lu, ou na Re e acordar a casa toda. [o que nao deixa de ser uma ma ideia.] Esquece. Entenda: voce esta ilhada.
Pensa em outra coisa que passa. Coragem. Faça alguma coisa de util. Tente se lembrar do nome da atriz que tem nariz de focinho de porco. Nao consigo.
Meleca. Tente relaxar ouvindo o som da correnteza do rio. Naoaoaoaoao!!!! Isso da vontade de fazer xixi.
Feche os olhos. Focinho de porco. Imediatamente, vejo neons piscando: Sandra Bullok, Sandra Bullok, Sandra Bullok.
Puta merda. Enquanto voce dormia. Sandra Bullok. Claro. Como pude esquecer?
Vou acordar todo mundo pra contar. Eles nao podem dormir em paz sem essa informaçao.
Esquece.
Corta.

Cena XIV - O dia seguinte.
Noite longa. O dia começa a amanhecer. Bosta. Agora eu to com sono. Igor e Cao despertam todos na casa, com meigas lambidas. Eu dou meu braço direito e meu rim esquerdo em troca de 3 horas de sono. Me parece justo. Nao tem acordo.
Arrasto meu esqueleto. Estao todos na mesa 5, a da cozinha.
- Como foi sua noite no sofa?
- Errr... tipo assim. Enquanto experiencia, acho que foi suuuupervalida. Tem café? :.|

Cena XV - A fazenda de sacis.
Estamos indo em comboio para o ponto de partida para a trilha.
Na viatura, a Rezinha no comando, o guia da agência de turismo/prete da Rezinha e eu, de empata-foda. Tarde demais pra consertar minha mancada. Vamos em frente.
O pobrezinho dispara: - Ali na frente tem uma fazenda de sacis.
Silêncio.
Ele insiste: - Sim, uma fazenda de saci.
Eu: - Mas eles vendem ja engarrafados ou à granel?
Re: - Que legal. Vou mandar fazer um adesivo pro meu carro: ADOTE UM SACI.
Eu: - Se esse lance virar moda, daqui a alguns meses teremos milhares de sacis abandonados pela cidade...
Silencio.
Eu e minha grande boca..
Corta.

Cena XVI - Trancos e barrancos.
Começo a amaldiçoar o momento em que me rendi a vida sedentaria e a cultura de carpete.
Vexame. Nao tenho pernas pra subir e descer isso tudo. Mas o povo daqui tem solidaridade.
Se voce empaca na descida, alguem puxa pela mao. Se voce empacata na subida, alguem empurra pela bunda.
Grande licao de vida, essa. Impressionante.
Corta.

Cena XVII - Sem noçao de perigo.
Rezinha no rapel. Eu e a Renata esperando na chegada. Começo sentir um certo aroma de perigo no ar.
A louca vai descer, acompanhada do guia/prete e a ex do rapaz esta cuidando da corda de segurança. Olha a situaçao. Corro para um lugar com uma melhor visao da desgraça. Serei testemunha chave nos tribunais.
Tudo deu certo. Sem sangue desta vez. Mas nao convem abusar, sua louca.
Corta.

Cena XVIII - JC me salvou.
Eu e a Renata esperando a hora de subir com o pessoal de apoio do rapel para encontrar o restante do grupo.
Renata observa que um dos garotos, jovenzinho, uns 20 anos, poderia ser muito mais bonito se cortasse o cabelo e a barba. Discordo em termos. Ta certo que se o moleque nao tomar cuidado, esta a um passo de parecer um fossil dos anos 70. Mas tosar o moleque como se fosse um cordeirinho nao e exatamente a melhor solucao.
Pergunto pra Renata: - Como e que ele chama mesmo?
- Quem?
- Esse menino.
- Jesus.
- Renata, nao exagera.
Hora de subir de volta. Nao vou conseguir escalar esse barranco nem a poder de feitiço.
Empaco na metade. Olho pra cima, J.C. estende seus braços e me conduz ate o alto do morro.
J.C. e um menino legal. So precisa mesmo redesenhar aquela barba.
Corta.

Cena XIX - Quatro patetas e um City-Tour - O resgate final.
Hora de voltar. O bom e velho comboio de sempre. Viatura I, Lu no comando, Renata na co-pilotagem.
Viatura II, Rezinha no comando e eu na co-pilotagem.
Os caes estao desmaiados no banco traseiro. E eu livre, leve e solta. Igor dorme. A paz reina absoluta.
Chegamos a S. Jose. Momento critico. Experiencias anteriores ensinam. Todas as atençoes voltadas para a Viatura I. Acompanho as placas. Bifurcaçao. Direita: Sao Paulo. Esquerda: Rio de Janeiro.
Viatura I segue o caminho a esquerda.
Nada de panico. Ele pode conhecer um caminho mais rapido por aqui. Nunca se sabe.
Seguimos. Estamos na Tamoios. Ok. Tamoios. Airton Senna. Sao Paulo. Tudo em casa.
Mas... er... tipo assim: por que tem mais carros do outro lado???
Opa. Uma placa: Ubatuba 195km.
Viatura II encosta num posto de gasolina.
Viatura I emparelha. Un?ssono: - Siiiimmmmmm!!!!! Vamos jantar na praia???
- Er..... vamos fazer o retorno aqui, certo?
- Certo mano.
E cada viatura segue ao seu ritmo na estrada, agora rumo a Sao Paulo.
Corta.

Cena XX - Imperdoavel
Rezinha me deixa na porta do meu predio. Cobertor, travesseiro, edredon, bolsa, mochila. Faltam ombros e braços pra tanta tralha.
Entro no elevador. Cade minha chave?
Ta aqui. Entro em casa. Godzila, saudade de voce, rapaz.
Tô morta. Feliz. Mas morta se cansaço.
TV. So reprises.
Capoto no sofa mesmo. Sensaçao de ter deixado de fazer alguma coisa. Acordo durante a madrugada.
Caramba! Nao me despedi deles. Do Lu e da Renata. Sacanagem.
Onde deixei meu ginko billoba?

THAT´S ALL FOLKS!

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