05 julho, 2010

As noites de segunda-feira não rendem. Sempre chego bem depois das oitos, é segunda, é rodízio. Mas não rendem só porque chego bem depois das oito. Não rendem porque invarialvelmente estou exausta. Porque as segundas-feiras me exaurem. São sempre assim, uma espécie de limbo existencial.
E eu corro pra tentar dar conta de tudo que eu planejei durante o dia: o rango pra levar no dia seguinte, a roupa que ficou de molho e tem que lavar e pendurar, e o pãozinho que eu quero e preciso porque eu quero, e mais as coisas que eu vou vendo e tentando fazer e/ou arrumar no pífio trajeto entre a sala e a cozinha.
Estou num momento da minha vida que não consigo abrir mão de nada. Nem da sopa, do pãozinho, do livro que não terminei, de tanta coisa e das minhas coisas. E eu fico aqui, Escrava Isaura dos meus desejos insaciados. E nem percebo que o frango desfiado com legumes ao garam massala estão prontos para serem levados, amanhã. Os pãezinhos estão dourados, e o aroma é divino.O livro está quase no fim e o que eu quero é economizar essa leitura boa.E a cozinha tá limpa e a arrumada, as roupas estendidas no varal. E eu não tenho sono, talvez a coisa que eu mais tenha precisado e nunca encontrado nos últimos meses. Oito horas de sono.
Então eu tomo quatrocentas e oitenta cinco bolotas de homeopatia com chá calmante ultraconcentrado como uma tintura de iodo.
E há quem me chame de A Mulher que Não Dorme Nunca.
Talvez alguém entenda.

2 comentários:

Mirtes disse...

Isso dá enredo de filme...
Pensa nisso!

Ana Almgren disse...

Pensarei com carinho, Mi.
Prometo. =)