13 fevereiro, 2009

Hoje faz exatamente dois meses do acidente.
E a novela ainda não chegou ao fim.
Teve uma noite que os quadrúpedes da oficina iriam
entregar o carro e não o fizeram porque descobriram, às
20h de um sábado, que haviam montado a porta sem instalar
o motor de acionamento do vidro. Incrédula, desmarquei meu
compromisso, fui a pé ao supermercado comprar um pote de
sorvete porque ia passar Bee Movie no Telecine e todo mundo
sabe que Jerry Seinfeld combina perfeitamente com sorvete de
chocolate e creme.
No meio da rua, tive uma crise de choro. De ódio e de
exaustão. Passei vergonha. Não lembro de ter chorado
tanto de ódio, tipo de soluçar mesmo. Quer dizer, lembro
sim. Xápralá.
Duas semanas depois, posso considerar que 98% de todos os
problemas foram resolvidos, falta ainda o revestimento
interno da porta, que já foi encomendado na fábrica. O
animal que fez aquilo não está capacitado nem para abrir
uma lata de ervilha. Eu não me conformo com o serviço
porco e com a sucessão de burradas que fizeram. E, por
mais incrível que isso possa parecer, o serviço de
funilaria que, em tese, seria o mais delicado, ficou
perfeito. O carro tá lindo. Zero bala. Acredita?
Não vejo a hora disso tudo acabar. Porque, em função
da burocracia do seguro, incompetência da oficina e
blablabla, não teve um dia sequer que eu não fosse
obrigada a me lembrar que a merda daquele acidente aconteceu
comigo.
Aliás, não vejo a hora de 2009 acabar. Não vejo a
hora.

Cheguei a um ponto em que a frase: [abre aspas]deixa que eu
resolvo isso pra você [fecha aspas] soa como música
suave aos meus ouvidos.
Alguém?

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