27 agosto, 2007

A novela da chave.
Domingo, final de tarde, deixei Oli na casa do namorado, passei
em casa pra deixar as compras dos perecíveis da semana e
ia me mandar pra casa da amiga.
Só que cadê a chave de casa? Hein? Hein?
Desespero 1: pra conter custos, mudei o plano do meu seguro,
de modo que não tenho mais seguro residencial. Economia
porca, eu descobri.
Desespero 2: os caras da seguradora não sabem onde fica
meu bairro, de modo que só me forneceram telefones de
chaveiros localizados na Lapa ou em Santana. Ódio.
Conselho 1: quando você vir um anúncio de chaveiro com destaque 24
HORAS, saiba que é mentira. Ou, pelo menos, não vale
para as tardes/noites de domingo.
Desespero 3: a bateria do meu celular estava no talo.
Desespero 4: eu estava com muita vontade de ir ao banheiro.
E seria fortemente aconselhável que fosse o MEU banheiro.
Desesperto 5: peguei o carro e comecei a vagar sem rumo.
Quando dei por mim, estava na minha padaria predileta.
Perguntei ao moço do caixa se ele conhecia algum outro
chaveiro, porque o 24 horas do bairro, aquele vagabundo,
não atende celular aos domingos. E o moço do caixa falou
que ontem mesmo tinha passado um sujeito lá e deixado
telefones pra contato.
Desespero 6: a bateria do celular estava mesmo acabando. E o
cara que atendeu o telefone era meio surdo e falava devagar.
Desespero 7: o cara levou mais de 40 minutos para chegar. E
até que ele era um cara legal. Enquanto arrombava a fechadura,
me contou que perdeu o pai recentemente, é artista
plástico, escritor e como a gente já sabe, chaveiro nas
horas vagas, foi assaltado, levaram todas as suas
ferramentas e hoje ele usa furadeira elétrica do falecido.
Desespero 8: o cara até que legal me deu uma facada de 85
reais e um esporro por causa das condições precárias
de segurança da minha porta.
Desespero 9: o cara até que legal anotou o telefone dele e
o endereço do fotolog com suas obras de arte num pedaço de papel. Medo.
Desespero 10: hoje de manhã, tive que chamar o chaveiro do bairro, pra trocar o miolo da fechadura, de modo que soma-se ao prejuízo mais 35 reais. E eu reconheci o desgraçado: ele não atendia o maldito celular porque tava enchendo a cara na padaria, eu o reconheci.
Disso tudo conclui-se que, se depois de um fim de tarde como aquele eu não voltei a fumar, eu não volto nunca mais.

PS: e antes que me perguntem, eu digo: Não, a porra da
chave não está no freezer. Grr.

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