Elevador de empresa é um negócio mesmo engraçado.
Tenho vivido episódios inéditos, ultimamente.
Depois daquele lance do Coelho que nunca foi Coelho, teve o velhinho poderoso que me cutuca elogiando com o meu cabelo e implica com meu cigarro toda vez. Esse faz tempo que eu não encontro. Tenho medo dele, é verdade.
Hoje, no térreo, o elevador demorou um ano pra chegar.
Ao entrar, distraída, apertei o botão do meu andar.
- Bla,bla! (o nome da empresa onde trabalho), exclamou o cara que entrou comigo.
- Sim.
- Redatora, dá pra notar que você é uma redatora.
- Eu sou tão caricata assim? Que mensagens tão reveladoras estou enviando?
- O silêncio inquieto e o pensamento distante. Isso é típico.
Fui obrigada a concordar.
Ora, que sujeito mais observador. Coisa tão rara.
Contei pras meninas. Elas gostam das minhas histórias de elevador, sabe? Acharam que o cara estava me paquerando.
Eu acho que não.
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