Nostalgia.
Entrei no meu bom e velho mercadão, o Adolpho Lisboa. Quantas peripécias vivi e quantas trapalhadas passei, vocês devem estar lembrados.
Reconheci a velhinha que eu quase mandei enfiar uma garrafa de guaraná Real, com tampinha e tudo, no cu (perdão, é que ela foi mesmo muito mal-criada comigo, na época do Natal de 2003). Não, amigos, não sou uma pessoa rancorosa, apenas tenho boa memória.
O velhinho da tabacaria me reconheceu. Aquele que tem cabelo azul marinho de tão preto. Imagino que ele deva gastar os tubos em tablete Santo Antonio pra manter a cabeleira nos trinques.
A presença dele me fez lembrar que ali comprei uma porrada de latinhas de rapé e esqueci de distriubui-las entre os amigos, no Natal.
Fui até os fundos do mercado observar o movimento na orla. Gosto de ver a muvuca, a zona federal que é aquilo, as embarcações e sentir a maresia do rio Negro.
Agora, eu pergunto o que nenhum nativo, do mais humilde ao mais letrado, soube me responder até agora: que nome tem a maresia fluvial? Ficarei muito agradecida.
Voltando. Aquela profusão de lembranças, a movimentação intensa e o calor absurdo me deixaram um pouco tonta. Achei por bem procurar o Gordão, que tem uma barraca de côco dentro do mercado. Ele, como sempre, me recebeu superbem, me ofereceu o banquinho mais limpo (ou menos sujo, que fique bem claro) e um côco que, sem sacanagem, devia ter 1/2 litro de água geladérrima.
Agradeci, desejei bom final de semana e saí do mercado sem muito saber pra onde ir.
Agora, vamos combinar: o dia em que você for lá, não o chame de Gordão, não. A criatura não sabe do codinome e pode ficar um pouco aborrecido. E isso pode não ser nada bom. Tá?
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