20 julho, 2004

A segunda focagem.
A turma da reculhamba toda reunida, ou seja, só os brasileiros. O guia, um peruano de poucas palavras. O barqueiro, nosso herói, o bom e velho Tampinha.
Fizemos um percurso diferente da noite anterior. Mas isso não quer dizer que a gente tenha dado de cara com um jacaré. Como persistência é tudo na vida, continuamos nossas buscas. Enquanto navegávamos pelo igarapé, notei que o motor da canoa não tava lá essas coisas e que a merda estava próxima.
Gente, eu já tive um Fiat 147. Eu sei como é isso.
Entramos em um igapó e o motor começou a falhar até morrer.
Não disse?
O Tampinha deu a partida com a aquela correira de puxar e deu tudo certo. Cinco metro depois, puf.
Tampinha puxou, puxou, puxou até conseguir arrebentar a correira.
Porra, Tampinha, cê tá foda, hoje, hein?
Ficamos à deriva.
Só o barulho da água batendo na canoa e nós lá.
E, vocês sabem, numa hora dessa, cada um reage como pode.
Duas senhoras ensaiaram um pré-pânico, devidamente controlado em 5 minutos. Eu, como sempre, comecei a falar merda e a fazer piadas de humor negro. Uns 15 minutos depois, chegou nossa canoa-resgate, com 6 passageiros a bordo. Juntando os 12 do nosso grupo... Aperta que cabe.
O guia peruano queria deixar o Tampinha lá. Houve um motim a bordo. Todos exigindo que a canoa-resgate também rebocasse o Tampinha.
E assim chegamos de volta ao hotel: sem ver nenhum jacaré, mas pelo menos os meus pés estavam limpinhos.


Nenhum comentário: