22 julho, 2004

Pequenas correções.
Voltamos para o hotel por volta do meio-dia.
Aquela rotina não muito animadora: almoço, piscina, fechar a conta e uma preguiça boçal de arrumar as coisas.
Mas, já que era inevitável...
Quase na hora de embarcar, todo mundo no pier jogando conversa fora e eu estendida na rede, fingindo que dormia, mas de butuca na conversa.
Duas senhoras, aquelas do pré-pânico quando ficamos à deriva, falavam sobre a trilha que tinham feito pela manhã.
- A gente viu goiaba de.....
(um dá palpite); - Goiaba-de-capivara, né? A gente viu ontem.
- Não, não era capivara....
(outra afirma, categórica): - Goiaba-de-paca....
E eu pensando: puta merda.
- Isso mesmo, goiaba-de-paca.
Juro, eu não podia deixar ficar assim, contribuindo para a ignorância nacional.
- ANTA!!!
A senhora olhou pra mim como se eu a tivesse chamado de puta.
Repeti:
- ANTA! GOIABA-DE-ANTA.
E, satisfeita pela missão cumprida, ouço o uníssono:
- Isso, isso, isso.
E a prosa seguiu seu rumo, quando outro desavisado indaga:
- As senhoras tomaram leite de macapá.
Ah, não. Isso já está indo longe demais.
Fui obrigada a interferir, de novo: leite de amapá. E se os senhores me dão licença, preciso fechar a bagagem.
Fui para o quarto imaginando que eles deviam estar chamando maria mole (uma flor) de pé-de-moleque.
Ai, ai, se não sesse eu, fala a verdade.


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