Ninguém merece - Fim da novela.
Esperei o quanto pude, ontem à noite.
Fui salva pela falta de luz no Biruta Café, o que fez com que alguns colegas biriteiros retornassem à agência. Peguei carona de táxi com um redator. Ainda chovia. Trânsito infernal. E quando digo isso, não me refiro a um congestionamento qualquer. Falo do comportamento selvagem do motorista manauara, agravado pela verdade universal de que todo motorista fica meio leso para dirigir sob a chuva, em qualquer lugar do mundo.
Para melhorar tudo, não tinha energia elétrica em quase toda cidade, de modo que o caixa eletrônico que tem no caminho estava desativado. Minha última opção, antes do suicídio sumário, seria o shopping. O motorista errou o caminho. Merda.
Fui desovada do táxi em frente ao shopping. Tudo resolvido. Tirei uns poucos trocados que restavam na conta e fui ao Carrefour. Era dia 30. Dia de pagamento. Bosta. Supermercado lotado. E eu, sem água e suco em casa. Lembrei da indagação edificante do meu amigo Fred: o que é um peido, quando se está todo cagado? Pois, então, o jeito era encarar. Tava tudo indo mais ou menos bem, até a hora de passar no caixa. Duas amigas, irmãs, sei lá, duas putas com o carrinho pela metade. Pensei: vai ser fácil, elas em duas, uma descarrega o carrinho, enquanto a outra embala as compras. Aquela coisa de gente normal, que não encara uma ida ao supermercado como um passeio ou exercício de poder. Ledo engano. As duas caboclas ali, paradas, observando sadicamente a pobre da moça do caixa registrar as compras e colocar tudo nas sacolinhas. Definitivamente, não foi um dia muito bom.
A bordo de minhas compras, parei na tabacaria, comprei cigarros e segui de táxi para o aconchego do meu lar, para assistir ao que restava da novela.
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