07 maio, 2004

Batom na cueca.

Era um lindo dia de sol. Calor, céu azul. Daqueles dias que inspiram as pessoas a caprichar no visual. Foi o que aconteceu com o meu amigo. Inventou de vestir uma calça branca. Mas os dias lindos inspiram também os espíritos zombeteiros. Estávamos almoçando as três meninas superpoderosas e o pobre coitado do Fred, todo pimpão a bordo de sua calça nova e, o mais importante, um número menor. Foi quando, numa tremenda vacilada, o leso deixou cair um teco de beterraba na maldita calça.
Foi a hora da lei de Murph entrar em ação. A beterraba caiu na coxa do rapaz e, pasmem, deixou uma mancha no formato de uma boca. Sim, uma boca. E a mancha não queria sair, nem a poder de feitiço.
Comecei a achar que Fred estava mesmo lascado. O que ele iria dizer pra patroa?
Ensaiamos algumas saídas, tipo assim, falar a verdade, mas a gente tinha certeza de que não iria colar. Mulher nenhuma acreditaria no conto da beterraba voadora.
Cheguei a sugerir: - Querida, fui atacado por uma puta completamente doida, no meio do restaurante, na frente de todo mundo.
Ela ficaria surpresa e enternecida com a sinceridade de confessar o inconfessável, de modo que tudo terminaria bem.
Mas, não. O burro foi lá e falou sobre a beterraba voadora. Bem feito. Tá dormindo no sofá há 7 noites. Donde se pode concluir que nem sempre a verdade salva

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