19 março, 2004

Cenas bizarras do nosso cotidiano.

Há uns quinze dias, a diretoria resolveu que todos os funcionários deveriam fazer as refeições no refeitório (???)
Acabou aquela putaria de almoçar na sala da produção.
O lance é que chamar aquele espaço diminuto de refeitório é uma espécie de otimismo delirante.
Trata-se de uma mesa fixa na parede e 5 banquinhos iguais àqueles da casa dos 7 anões.
Éramos 5 meliantes, comendo em marmitas daquelas com divisórias, tipo bandejão. Três comiam de garfo, dois de colher. Coisa mais pobre, impossível.
Foi então que comentei: - Isso aqui tá com todo jeito de refeitório de presídio. Que nem naqueles filmes de quinta, reprisados nas madrugadas de sábado, manja?
Pior é que trata-se da mais pura verdade. O finalizador estava preso porque deu uma facada e uma bicuda na costela na revisora. Tudo por causa de uma vírgula, veja que coisa.
A revisora, por sua vez, está presa por estrangulamento de um ficante. Crime passional. Alegou que o cabra falava demais. Confessou que planejava arrancar a língua do coitado, mas ficou com dó. Tem um coração de ouro, essa menina.
A menina do tráfego está detida por tentativa de homicídio. Fez uso de arma química. Colocou chumbinho no café do diretor de criação, mas errou feio na subdosagem. Saiu na urina. Se fodeu, a pobrezinha.
Um diretor de arte foi preso em flagrante assassinando um redator muito folgado, que vivia dando palpite nos layouts. Matou o mala de rir, entre rios de sangue e cócegas, com 232 facadas no sovaco.
Eu tô lá porque arranquei o olho direito de um diretor de arte com uma colher de sobremesa. Quem mandou ter a ousadia de colocar o meu tíulo brilhante e criativo em corpo 8? Hein? Hein?
O produtor gráfico, que foi preso pelo duplo homicídio de fornecedores, está foragido, mas deve ser capturado em breve.
É assim que nóis veve aqui, sabe

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