13 agosto, 2003

Acidentes domésticos: as estatísiticas comprovam tudo.
Por uma grande coincidência, tava lendo isso aqui, ontem a noite. Olha só que legal.

Mas, doutor, eu só dei uma deitadinha...
por Bill Bryson.

Eis aqui um fato. Segundo as últimas estatísticas publicadas no Statistical Astract of United States, todos os anos mais de 400 mil norte-americanos sofrem acidentes domésticos com camas, colchões e travesseiros. Pense um pouco nisso. São quase 2 mil acidentes por dia. Enquanto você lê este artigo, 4 americanos terão, sabe-se lá como, tido um acidente com seus apetrechos de dormir. Meu objetivo aqui não é sugerir que os norte-americanos sejam mais ineptos que o resto do mundo na hora de deitar e dormir (embora obviamente existam milhares que se beneficiariam com um treinamento adicional), e sem observar que não existe quase nenhuma estatística relacionada com esta vasta e esparramada nação que não nos faça parar pra pensar.
[...] Mas é aí que está o xis da questão dos acidentes dométicos, a se acreditar na Tabela no. 206 (a dos acidentes relacionados a produtos de consumo) - eles podem acontecer com praticamente qualquer coisa. Em 1992, (útilmo ano para o qual há dados disponíveis) mais de 400 mil pessoas nos Estados Unidos sofreram acidentes com cadeiras, sofás e sofás-camas. O que pensar deste número? Será que ele nos diz algo de contundente sobre o desenho do mobiliário moderno ou simplesmente que os norte-americanos são absolutamente descuidados na hora de sentar? O certo é que o problema está se agravando. Houve 30 mil acidentes a mais com cadeiras e sofás-camas do que no ano anterior, o que sem dúvida é preocupante, mesmo para aqueles que são definitivamente destemidos diante de sofás e poltronas. (Aliás, talves esteja aí o nó da questão: excesso de confiança).
[...] Também gostaria muito de bater um papo com qualquer das 263 mil pessoas feridas por tetos, paredes e lambris. Impossível pensar em algum ferido por um teto que não tenha alguma história para contar.
[...] Mas quem eu realmente gostaria de conhecer são os 142 mil infelizes que tiveram de passar por tratamento de emergência por terem sido feridos por roupas.

E ele finaliza brilhantemente:
[...] O que isso sisgnifica, claro, é apenas que, estatisticamente falando, em New Hampshire tenho uma probalidade muito maior de ser ferido pelo meu teto ou pelas minhas cuecas – para citar apenas dois dos exemplos potencialmente letais – do que por um estranho e, francamente, não acho isso nem um pouco reconfortante.
20 de outubro de 1996

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