26 julho, 2003

O primeiro passeio.
Pelo menos até agora, tá tudo dentro do planejado.
Acordei cedo e fiquei bundando um pouco em casa. Decidi que eu iria conhecer o Mercado Central. Acho que esse é um hábito que herdei do meu avô, um grande viajante: eu sempre preciso conhecer o mercado central das cidades por onde eu passo. Fumei um cigarro na varanda e me lembrei das recomendações de um colega:
- Se você vai ao mercado sozinha, tudo bem, mas tenta não parecer muito turista pra não ser assaltada.
- Tá. Como eu faço isso?
Silêncio. - Hum, não tem muito jeito não.
- Melhor rezar?
- Melhor rezar, e não levar bolsa.
- Certo, mano.
E lá fui eu, crente que estava mimetizada entre os nativos.
Desci na estação hidroviária e ao dar o primeiro passo sobre a calçada, um homem me aborda, oferecendo serviços de passeios de barco e city tour de taxi.
Puta merda, eu não acerto uma.
No final, deu tudo certo.
Me diverti um bocado. Fiquei menos do que eu imaginava, tá certo. Mas, o calor estava começando a ficar insuportável, por volta das 11h.
E eu que tava doida pra comer um caboquinho, tive que mudar de planos.
Calma, aê. Caboquinho não é gente, é um sanduba feito com casca de tucumã e queijo coalho.
Comprei uma cesta de palha linda de morrer, pra transportar pequenas compras cotidianas e as roupas pra lavanderia. Nela estou trazendo pra casa o jornal do dia, maços de cigarro, mamão papaia, sabonete líquido de andiroba, um garfo e uma faca. Parei no supermercado e me dei de presente uma garrafa da Sunny Days pra brindar as minhas vitórias.
Amanhã eu passo aqui de novo, pra contar mais coisas. Deixei minhas anotações em casa.
Ah, sim. Comprei eu caboquinho pra viagem. E não fui assaltada.

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