02 julho, 2003

Crise de identidade.
Cortei o cabelo. Sim. Foi radical a coisa.
Tava aqui fazendo as contas. Acho que desde 86 eu não cortava a franja. Sempre vivi oscilando naquele limbo: deixa o cabelo reto, compridão. That´70s Show. Depois radicaliza pra um chanelzinho clássico, comportadíssima. Daí, deixa crescer de novo. E assim levei a vida. Um tédio. Grandes ousadias nunca foram o meu número.
Hoje, chutei o balde. Mandei cortar, sem dó nem piedade. E lá se foi a minha franja. Ou melhor, agora eu tenho uma franja e não sei exatamente o que fazer com ela. Franjinha. Inferno. Eu me olho no espelho e não sei se estou parecida com o Cascatinha ou com a Hilda (a irmã da Helena, da novela, sabe?).
Pois é. Daí eu começo a reparar direito no tamanho do estrago e noto que a alucinada da cabelereira mandou pro chão mais de 20cm do meu cabelo.
Meleca. Ele está pouco abaixo do meu ombro. Daí, eu coloco meus óculos. Sim, eu preciso de óculos pra ver tv ou teclar. Olho pro espelho e penso: o que o Ferrugem tá fazendo aqui?
Merda. Acho que serão longos dias, até eu me acostumar.
Relax. Cabelo é o tipo da coisa que cresce rapidinho. Pensa em outra coisa que passa. Pensa em outra coisa.


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