29 abril, 2003

Check up geral.
Semana passada tive uma pequena emergência médica. Piripaque feminino. Pura bobagem.
Mas me obrigou a ir correndo ao médico. De vez em quando é bom fazer isso. Acabo esquecendo.
O fato é que fui. E levei uma dura dos diabos do Dr. Thomaz.
Uma porrada de exames de rotina atrasados pra fazer. Mais por preguiça do que por covardia. Sou valente pra essas coisas.É sério.
No meio da lista tava a tal da mamografia, que eu nunca tinha feito na vida.
Descuido? Não. Faço religiosamente o auto-exame, todo mês e eu crente que tava abafando. Não se pode confiar em mais nada, hoje em dia, né doutor?
Dr. Thomaz não achou a menor graça.
Já tinha ouvido dizer que o exame é meio incômodo. Mas quem sou eu pra discutir ordens médicas, me diz?
E lá fui eu.
A sala de espera tava engraçada. Quatro mulheres, já na fase da reposição hormonal e eu, a caçulinha da turma.
No meio do falatório histérico, típico de sala de espera de exame, uma deu o veredito: - Seu exame não vai doer muito, não. Seu peito é pequenininho...Olha o tamanho do meu. É um inferno.
E a outra concorda.
Aí, brinquei: - Meninas, por favor, sejam delicadas. É minha primeira vez, certo?
Hum... ninguém entendeu a piada. Achei melhor deixar quieto e voltei a ler meu livro.
Aí a mocinha do exame me chamou. Toda sorridente. Muito simpática. O tipo de coisa que a gente precisa mesmo numa hora dessa.
Na hora de me orientar sobre os procedimentos, ela foi categórica: - Quem inventou esse exame deve ter sido um homem. Uma mulher não faria uma coisa dessa.
Pronto. Quem agüenta o cagaço depois dessa?
Então, já que estou aqui, vamos lá.
- Segura o peito com essa mão.
- Tá.
- Não deixa o cabelo cair pra frente.
- Melhor prender?
- Não precisa. É só não deixar cair na frente.
- Vou tentar.
- Com a outra mão você segura ali. (enquanto prensava minha mama, impiedosamente)
- Tá.
- Você passou desodorante?
- Não. Disseram que não podia.....
- Isso, desodorante estraga a máquina.
- Imagino, mas vc nunca estourou nenhuma prótese de silicone nessa coisa, não?
- Não. Agora fica quieta e não respira.
- Por que não posso respirar?
- Porque se respirar, dói mais. Não respira! Pronto.. Pode esperar lá na sala.
- Ué? Não acabou??
Desculpa, mas essa foi demais pra mim. Acho que o conceito "só dói quando eu respiro" deve ter sido criado a bordo de uma máquina de mamografia.
Quinze minutos depois, minha algoz voltou, sorridente. Já comecei a achar um certo sadismo naquele sorriso.
- Vamos ter que fazer de no-vo.
- AAAAAAAAAAAh, não! Chega.
- Vamos, coragem..
- Promete que deixa eu respirar, dessa vez???
Ela acabou rindo. Fazer o que com uma criatura como eu?
Semana que vem volto lá pra pegar o resultado.
Tomara que eu tenha saído bem na foto. ;O)
Mas, queridas leitoras, não se assustem não. Mamografia não dói a metade do que dizem. Puro folclore.
Cuidem-se. ;O)

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