12 maio, 2001

Quase de volta pra casa, me bateu uma curiosidade incontrolável de ver como estaria o mar na praia de Camboinhas.
Uma cena inacreditável. O mar invadiu completamente a faixa da areia e as ondas arrebentavam com uma violência sem adjetivos.
O vento era forte, incômodo e quase gelado. O sol insistia em tentar aquecer o dia. Sempre ele! ;O)
Minha sensação geral era muito confusa. Estava maravilhada com o cenário, mas era um misto de fascínio e um sentimento de fragilidade.
A maioria dos quiosques da praia estava fechada. Apenas um se arriscou a trabalhar.
Pedi uma cerveja e fiquei ali, observando a arrebentação e a reação das pessoas.
Jung tinha mesmo razão. O mar e o inconsciente têm movimentações muito, muito próximas.
Acho que por uma meia hora, mergulhei em reflexões profundas sobre os rumos da minha vida. Nada muito conclusivo, mas era um momento absolutamente necessário.
Uma onda de uns 4 metros estourou bem diante de mim. Senti seus respingos no meu corpo. Uma garoa imensa e gelada se formou e durou por alguns minutos. Acho que era tudo o que eu precisava.
Era hora de voltar pra casa, sob o risco dos camarões deixarem de ser frescos.
Bendita ressaca!

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