Hoje, eu tinha que fazer um depósito em dinheiro no Bradesco. O tipo de tarefa que já faz com que eu acorde tensa, porque está estatisticamente comprovado: é aborrecimento na certa.
E o que poderia, aliás deveria, ser um simples procedimento bancário se transforma num calvário.
Vejam só.
Saio na hora do almoço, pego o carro, vou até o shopping. Detalhe: o estacionamento oferece permanência de 15 minutos. Pura cortesia.
Subo as escadas rolantes. Tiro apenas a quantia necessária para o depósito. Desço.
Mas por que diabos as pessoas insistem em parar para conversar bem na saída da escada rolante? Vontade de empurrar a criatura com as duas mãos. Fecha parênteses.
Vou até a microagência. Dois caixas eletrônicos, lá ao fundo, um gerente, uma cliente e olhe lá.
Eu custo a achar a caderneta onde anotei o número da conta do destinatário.
Ok, obrigada São Longuinho.
Quando me aproximo do caixa, vejo dois papéis que comunicam em tom de desdém: "caixa indisponível para depósito". Assim, desse jeito mesmo.
¬¬
Incrédula, indago ao gerente de olhar bovino: - É isso mesmo?
- Sim, aquele tá mastigando o envelope (oi???)
- E este deve estar lotado por causa do final de semana.
Detalhe: passavam das 13 horas e nenhum incompetente tomou alguma iniciativa de esvaziar a bagaça.
Blasfemando contra o universo, desço as escadas. Localizo o ticket do estacionamento. Entrego à moça do guichê, que sentencia sem dó: - Cinco reais, senhora.
Mas, mas, mas....
- A cortesia é por 15 minutos, a senhora está aqui há 16. São cinco reais.
Bruxa. = : s
Detalhe: paguei 5 mangos para NÃO FAZER O DEPÓSITO.
Calma, que tem como piorar.
Pego o carro e vou até a agência mais próxima, que fica a coisa de 50 metros de onde eu estava. Juro, eu não sabia.
Detalhe: eu poderia ter ido a pé, uma vez que o estacionamento estava pago mesmo. Dã.
A microagência em questão dispunha de seis vagas, além de duas para idosos e uma para cadeirante.
Chego ao local e, óbvio, todas estão lotadas, exceto uma de idosos, o que ainda não é meu caso. Murphy's rule.
Aguardo (im)pacientemente alguém sair da agência, fato que demorou por volta de 10 minutos. Sai um rapaz. Caminha alguns passos, dá meia volta e entra novamente na agência. Um rapaz dirigindo uma saveiro caindo ao pedaços e lotada de tambores de água potável (será?) estaciona irregularmente atrás de mim, impedindo a minha saída de ré.
Foi nessa hora que eu pensei na bomba.
Por sorte (?), o rapaz é rápido e logo se manda, livrando minha passagem. Estaciono no lugar do cara e desço do carro pensando: se não tiver envelope, eu não respondo por mim.
Por sorte (?) tinha. Faço o depósito, guardo meus pertences na bolsa e volto incrédula para o trabalho. São 55 minutos para fazer UM depósito, CINCO MANGOS desperdiçados, com a FOME a azucrinar meu juízo.
Mas aquele lance da bomba não me sai da cabeça. Semana que vem, tudo de novo.