Momento E.R. II
Cascao foi deixado as pressas na UTI.
Aquele barulho tava se tornando insuportavel. Eu tava passando vergonha.
Ontem de manha, deixei o coitado na oficina do Lilico. VE se isso eh nome de mecanico.
Lilico, sujeito antigo no bairro, eh um negao de quase dois metros de altura. CAmiseta imunda, nao de graxa. Sei nao, me pareceu ser gordura de pastel.
Fomos dar uma volta no quarteirao, pra ele ouvir o barulho, tao dificil de explicar na base da onomatopeica.
Ele foi dirigindo e eu ja sabendo que isso nao iria funcionar.
- Dona Ana, essa imbriagi ta dura demais.
(dura vou ficar eu, na hora do orcamento, misifio)
- Pra mim ta normal. O lance eh o barulho. Nao vamos pensar na embreagem agora.
- Dona Ana, como a sra. consegue dirigir com a imbriagi dura desse jeito?
- E que eu sou Ninja, Lilico. Ninja.
Duas quadras depois, nada do lazarento do Cascao fazer o maldito barulho.
- Lilico, encosta esse carro agora. Eu dirijo.
Meia quadra adiante, bingo! Eis o barulho.
- Eh grave, doutor?
- Freio traseiro. Vai ter que trocar as panela. (sic) Mas a senhora reparou que eu abri uma loja de seminovos do lado da oficina?
O que ele quis dizer com isso?
Meia hora depois e muitas centenas de pratas mais pobre, deixei o Cascao internado.
Lilico me convenceu a fazer a tal da imbriagi.
Fica pronto na quinta.
Acho.
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