25 agosto, 2006

Um dia, a gente vai rir disso.
O dia lamentável da morte da minha Cida tão querida coincidiu com o embarque de V., namorado da Olívia, para os Estados Unidos. Intercâmbio.
Duas despedidas num mesmo dia. Pura sacanagem do destino. Olívia estava inconsolável.
Me too. Mas alguém tinha que ser forte nessa hora. Assumi a função.
No inicio da noite, deixamos o velório e fomos, as duas, até Cumbica, para ela se despedir do seu imenso primeiro amor.
Encontramos V. e sua família gigante na Pizza Hut. Por alguns momentos, nos divertimos um pouco.
Pessoas adoráveis.
E, acreditem, eu me comportei como uma sogra exemplar.
Poses pra fotos, a maldita voz que chama para o embarque imediato, abraços, uma comoção contida em todos.
E Olívia segurando a onda, feito gente grande.
Com o rapaz já incomunicável na sala de embarque, nos despedimos da família e seguimos nosso rumo, a passos largos.
Foi então que Olívia desabou, ainda no aeroporto.
A menina chorava. Chorava. Chorava copiosamente. Soluçava. E alto. MUITO ALTO. Quase um escândalo.
Obvio, as pessoas olhavam. Com piedade pra ela. E com um certo ar de repreensão pra mim.
Notei que as coisas estavam começando a fugir do controle.
- Oli, chore, na boa, só que um pouco mais baixinho. Na boa.
- NÃO CONSIGO!!!! BUAAA!!!!!! ( e haja choro).
- Oli, procura se controlar.
- BUAAA!!!!!!!!
- Oli, negócio é o seguinte: você, chorando desse jeito e com esse corpão bonito, vão achar que eu sou uma cafetina te despachando pro mercado de escravas brancas, no exterior. Olha a situação.
- Pára, mãe! BUAAA!!!!!!!
Não teve acordo.

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